Sword Art Online 3 Alicizaton #19 -Amor |Impressões Semanais
O que é o amor? Para os mais frios, devotos da ciência, é uma sensação gerada por uma complexa atividade neural atrelada aos hormônios. Agora para aqueles que não acreditam que o ser humano seja apenas uma maquina química esta é uma pergunta sem resposta correta ou definição fixa.
A arte e a filosofia vão te dar várias respostas para o que é o amor, já que é algo discutido desde os tempos de Platão, que dizia que só pelo amor o homem se realizava completamente.
Mas sou fã da concepção de que o amor é algo psicologicamente construído. Ninguém nasce amando ninguém, aprendemos a amar.
E como Alice mesmo disse, o amor não é algo que se ganha como uma recompensa, já que nada garante que o ser amado vai lhe devolver o sentimento empregado.
Mas o amor é uma doação entre as partes envolvidas em busca de conseguirem a felicidade fazendo o bem a outro indivíduo que não seja eles mesmos. Uma auto satisfação no outro.
Então concordo com a afirmação de Erich Fromm sobre o amor ser como arte. Que se quisermos amar, devemos aprender a amar .
Mas o espadachim confunde o amor com o seu desejo obsessivo de ter alguém como pose apenas dele, acreditando que o amor é algo que lhe deve ser exclusivo.
Quando o amor pode ser compartilhado por diversas partes. Mas ele não aceita este compartilhamento do amor.
E para agravar o problema, Eugeo tem complexo de inferioridade, onde a Quinela cutuca para que ele se desestabilize. O garoto crer que não é importante, e que é abandonável.
Não percebe que já tem o que busca, e que quando se ama não tem como alguém esquecer outra pessoa facilmente. A prova disso é todos estes anos que ele ainda pensava na Alice.
O Kirito, com toda a certeza, o ama como amigo, e a discípula dele o ama romanticamente. Estas duas pessoas em questão são afetivamente bastante ligadas a ele.
Mas, o bizarro do Eugeo é sua obsessão com a mãe, claramente podemos dizer que o garoto tem complexo de Édipo, porque ele não gostava que a mãe dele amasse seu pai e seus irmãos.
Mas esquecendo a necessidade de ida do personagem a um psicólogo, uma coisa interessante para notarmos é que a administradora aparentemente acessou aquela memória do Eugeo já ter conhecido o Kirito.
Que supostamente eu achava que o pessoal do Rath tinha apagado de todas as IA que interagiram com ele, e que me leva a pensar: mesmo ela sendo administradora, como diabos conseguiria acessar algo apagado pelos desenvolvedores?
Ela diz que é uma lembrança que o Eugeo reprimiu, e eu acredito que em determinados casos a pessoa pode consegui fazer este bloqueio psicológico, mas ele fazer isto não faria a vila toda esquecer do Kirito.
Então alguém apagou isto, e eu não creio que tenha sido a administradora, porque se não ela teria que saber dos usuários externos, e isto para mim seria problemático, porque ela não toleraria alguém interferindo no mundo dela e pessoas que ela não controlasse.
Na verdade, o que me pergunto é o quanto a Quinela sabe. Se ela, como sistema, tem noção do mundo exterior, e até a onde vai a extensão de seus poderes para ela acessar uma memória talvez selada por um desenvolvedor.
Porque na lógica, mesmo com o status que ela alcançou, tem arquivos que só podem ser acessados pelos desenvolvedores, que possuem um nível de acesso maior ao banco de dados e a própria programação de Underword.
E, particularmente, gostei bastante desse trecho do episódio, até mais do que a primeira parte com a Alice, porque acabamos entendendo um pouco melhor o Eugeo.
Desde o inicio da série eu venho tendo a impressão que este personagem é meio colocado de lado, e não recebeu a mesma ênfase que o Kirito.
Praticamente ele tem desenvolvimento quase nenhum e nunca deram um destaque tão grande aos problemas internos dele, e ao seu passado de fato, só focavam nessa busca dele pela Alice .
Então, quando ele é praticamente o segundo protagonista, a adaptação só perpassa o personagem como um auxiliar, ou suporte, do personagem principal.
Mas o papel dele deveria ter tanta força e importância quanto a do Kirito, o que de fato eu só senti no episódio da morte do Raios.
Sendo que nem na luta contra o Bercouli houve um real destaque, apenas realmente neste desenvolvimento com a Quinela que eu senti que, pela segunda vez, a cereja do bolo estava com ele.
Porque a melhor construção de cena de todo o episódio é a parte visual no qual a Quinella vai bloqueado o acesso dele as memórias e aos sentimentos em relação aos amigos, e acaba o levando a remover a proteção do core.
A fotografia e as transições foram bem compostas. O ângulo final destacando o isolamento e o sentimento de solidão ficou perfeito, e tudo isto é ressaltado com a inserção da trilha sonora
Agora, falando um pouco do amigo talarico do Eugeo e da Alice, quando eu li o desenvolvimento daquele trecho na novel esperava que animado tornassem esta parte bem mais emotiva e tensa.
Contudo, só conseguiram transmitir o essencial da cena tendo uns cortes interessantes em algumas partes, mas apenas isto.
O que me decepcionou um pouco, porque a quebra do selo no olho da Alice era algo muito esperado por mim, mas não conseguiram transmitir nenhum terço do que toda a situação tinha potencial.
Principalmente no rompimento do olho, que deveria ser o momento mais tenso. No entanto, não senti tensão nenhuma.
Mas achei interessante inserirem uma arte meio estilizada nessa situação em especifico para mudarem a perceptiva para o Eugeo com a administradora.
Porém mostrar o rompimento completo como aconteceu com o Eugeo seria bem mais inesquecível para o espectador, principalmente com ela desmaiando.
Pelo menos para mim, eles deveriam ter ressaltado este ponto e terem utilizado alguma outra coisa como transição.
Mas não vou dizer que não fiquei satisfeita com o episódio, porque ele foi decente e conseguiu entregar um final que chama atenção.
Além de alguns diálogos te deixarem com aquela pulguinha atrás da orelha como do Kirito dizendo que o selo no olho era algo dado pelos criadores.
Mas percebam a inconsistência aqui, se os criadores inseriram aquele código que impede as IA’s de desobedecerem uma ordem como a de não matar, prendendo eles ao código de tabus criado pela Quinella, qual é o sentido real de tudo aquilo?
Porque, de acordo com o Kikuoka, o projeto era para construir uma IA altamente adaptativa e que conseguisse matar, mas nunca chegariam a este resultado colocando um índice daqueles na programação.
Em suma, se isto não for um erro na escrita do Reki Kawahara, o que acredito que não seja, a não desobediência das IA é uma falha proposital, alguém dentro do projeto o sabotou para que o Kikuoka nunca obtivesse a IA que ele desejava.
O que Kirito acaba esboçando na novel e que, infelizmente, o anime não transmitiu por ser um pensamento interno dele, um funcionário da Rath estava os traindo.
O que retorna ao “Deus” antiético e ambicioso do inicio que corrompeu as crianças que dariam origem a nobreza daquele mundo.
Provavelmente é ele quem inseriu este código e que pode estar tramando algo contra o Kikuoka e o Rath, e espero que seja justificável e significativa esta atitude dele.
Porque, sendo sincera, já estou cansada dos vilões com personalidade psicopática de SAO, pelo menos um mais normalzinho não faria mal algum.
Nota do autor: 3.5/5
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