Yakusoku no Neverland #05 – Impressões Semanais
Depois de terminar o episódio da semana passada com aquele senhor gancho, Yakusoku no Neverland trás outro bom episódio, com uma nova perspectiva do Ray, problemas para o Norman, e situações que prometem deixar a fuga cada vez mais complexa.
Começando pela parte não tão positiva assim, eu senti que a revelação do Ray teve alguns pontos que acabaram sendo meio exagerados.
O principal deles, seria a diferença de tempo que ele serviu a Mama, e a sua idade atual.
Subtraindo seis anos de onze, você tem cinco, o que, sinceramente, me parece difícil de acreditar que uma criança nessa idade conseguiu fazer tantas coisas como o Ray diz ter feito.
Tudo bem que eles ali são bem inteligentes, e tiveram um rotina para aprimorar ainda mais esses talentos, mas, mesmo para alguém de onze anos, dizer que passou o tempo testando tecnologia desconhecida, ao ponto de conseguir dominá-la, acaba fugindo um pouco da linha de normalidade que o anime vinha construindo através das estratégias e pensamentos lógicos das crianças.
Talvez seja isso, e tudo não passe de um blefe do Ray para manter o controle sobre o Norman com as informações do rastreador, mas acho meio difícil, já que o Norman poderia facilmente cogitar essa possibilidade, como fez com o traidor.
Outra coisa que me deu uma leve incomodada no episódio foi o Don.
A Gilda ainda não mostrou muito potencial, mas tem um ar que te passa confiança de que pode saber de algo, ou pelo menos ser útil em algum momento, mas enquanto ao Don…
Eu já tinha sentido isso quando contaram tudo para ele, mas nesse episódio a sensação ficou ainda pior.
Em estratégias, ou em jogos psicológicos, como é o caso aqui, quando maior domínio das informações e situações você tem, melhor se sai, e isso não vale apenas para os inimigos, mas para o que você pode ou não fazer.
Adicionar um elemento tão instável como o Don faz com que tudo isso se torne ainda mais complicado de lidar, porque, como deu para ver nesse episódio, ele vai fazer coisas estúpidas em nome das emoções ao invés de seguir a razão.
Se os dois novos membros tivessem descoberto sozinhos o que estava acontecendo, eu até entenderia terem os colocado no grupo, mas como foi um convite do Norman, acaba parecendo um decisão burra.
Pode ser que eu quebre a cara e deem uma explicação para essa decisão? Pode, mas até lá eu vou continuar olhando torto para esses dois, e pensando em como eles não agregam em nada para a fuga, na verdade, muito pelo contrário.
Deixando de lado esses coisas, vamos a parte importante, onde temos a resolução daquele cliffhanger da semana passada.
Admito que achei algumas expressões do Ray meio caricatas demais (esperava algo mais frio), mas, considerando a proposta da cena, não chega a ser ruim, e acaba trazendo um ar vilanesco para o personagem.
A jogada do Norman foi bem simples e inteligente, fazendo um blefe triplo, onde acabou pegando o Ray desprevenido, e que também não força uma dedução absurda.
A parte legal em tudo ali, é que acaba sendo um misto do que eu esperava, com decisões que deixam um enredo mais interessante.
O Ray, de fato, fez aquilo para proteger os amigos, mas não abandonou totalmente os seus ideais e perspectivas, o que mantém valendo aquela tensão sobre o traidor mostrada na semana passada.
Isso acaba deixando o conflito mental entre ele e o Norman bem legal, onde dá para ficar um pouco apreensivo sobre quem dará o próximo passo, e o quão envolvido no jogo do outro eles estão.
Outra coisa que achei legal foi o anticlímax com a Emma. Realmente não esperava que o Ray fosse falar abertamente que era o traidor, ou que conseguiriam levar isso de uma forma cômica como aconteceu, com o Norman e a Emma fazendo caras e bocas.
É bom dar uma variada do tipo, e não acabar toda santa revelação expressões tensas e música de suspense batendo no fundo. Da forma que fizeram não chega a ser um humor muito invasivo, ou que descaracterize muito os personagens, já que a Emma aceitaria mais facilmente esse suposto sacrifício do Ray ao tentar colher informações.
Mesmo sem tanta tensão na cena, ainda é interessante notar que a Emma parece ter sacado muita coisa naquela declaração do Ray, incluindo o fato dele poder estar mentindo.
Seria legal vê-la jogando dentro do próprio jogo dele, e surgindo com algum plot twist mais para frente por saber das coisas que ele fez, que por sinal, só para passar em branco, também teve uma reação vindo dela bem interessante.
Eu mesmo não tinha ligado que, por ser o traidor e ter vantagens a Mama, ele poderia definir a ordem dos envios, e sacrificar outras crianças indiretamente, ou diretamente até, para ter benefícios
Yakusoku no Neverland trás um bom episódio, desenvolvendo novos pontos dos seus personagens, e criando um clima de tensão dentro do grupo de protagonistas que pode levar a coisas bem interessantes.
O gancho do final também ficou bom, deixando um bela dúvida sobre o que pode acontecer com a Gilda e o Don na semana que vem, agora é esperar para ver.
Nota do autor: 4.25/5
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