Sword Art Online 3 Alicization #22 a #24 – Impressões Finais
Primeiramente, peço, pela milionésima vez, perdão aos caros leitores pelos atrasos na review, mas desde de meados de 2017 estou precisando de um caminhão de sal. Tive que me ausentar do tempo que tenho disponível para escrever para resolver uns problemas pessoais que denotaram uso de advogados.
Agora vamos finalmente as impressões dos três episódios finais sofríveis de SAO. Sofríveis porque eu admito que já estava vendo o final por obrigação.
Porque desde a luta com a Fanátio, o diretor não entregou nenhum outro momento igual ou melhor do que aquele embate. Eu estava esperando que pelo menos no duelo derradeiro contra a Quinella eles iriam ser um pouco mais criativos e capricharem nas coreografias.
Afinal, SAO sempre entregou alguns momentos marcantes, como a luta versus o Death Gun, ou contra o demônio de olhos azuis. Até o confronto contra o Heathcliff foi mais memorável, mesmo a morte da Asuna não sendo real, impactou mais que a morte do próprio Eugeo, que foi real, ele morreu.
E vamos ser sinceros, que bicho difícil de morrer, o cara voltou da morte umas três vezes para falar com o Kirito. Eu já tava gritando: “Vai logo para luz Eugeo”. Na novel pode ser até funcional esta morte mais lenta, mas no anime, você quer mexer com o público, então o cara ficar voltando do além, quebra um pouco com a tensão e o desespero.
O clímax final poderia ser mais estendido, com várias trocas de golpes rápidos entre Quinella e Kirito antes deles cortarem o braço um do outro, mas o embate se ressumiu em apenas uma troquinha de “socos” com a administradora, que deveria ser praticamente onipotente, mas é derrotada em um piscar de olhos.
Mas vou admitir que a despedida final (porque ele se despediu bastante nesses episódios) do Eugeo conseguiu me tocar um pouco, principalmente pelo uso bem colocado da trilha sonora.
Mas aquela parte que o espadachim caminha para a morte com o fragmento de memória da Alice achei muito mais marcante na Novel.
No anime eu achei que ficou um pouco meia boca, talvez seria legal arriscar ter esta mudança ou corte através de um ponto de vista do Eugeo, e não do Kirito, como foi feito, porque todo o corte ficou com a câmara centrada no Kirito, poderiam ter mudado a perspectiva nesse momento, trabalhado melhor com esta cena.
Os embates contra o titã de espadas também ficaram bastante mornos, porque basicamente não teve embate nenhum, assim como a derrota da Quinella, ele é derrubado em questão de segundos depois que o Eugeo vira uma espada.
E aqui vai um resmungo de algo que não gostei, tanto na novel, quanto no anime. Quinella, como uma boa vilã psicopata clichê, deixa todo mundo bater papo e bolar planos para derrotá-la, quando, tipo assim, ela podia atacar ou pedir para o golem fazer um arraso.
Basicamente aquela velha conveniência de roteiro do vilão só alvejar os protagonistas quando o autor quer, mesmo ele podendo já ter acabado com tudo aquilo em um segundo XD
Portanto, o que deveria ser a parte mais épica do anime, e fechar com uma mega situação tensa (já que se vocês não perceberam os aparelhos do kirito foram basicamente desligados por alguns instantes), acaba sendo apenas um final mediano, fecha bem o anime, mas realmente não tem impacto quase nenhum, não se tornando memorável como poderia ser.
Impressões Finais
Alicization foi aquele típico caso de anime que começa muito bem, mas que vai se perdendo no meio do caminho. Um dos maiores problemas dessa a adaptação foi não saber o que focar e o que cortar ou adaptar.
A parte técnica é maravilhosa, a trilha sonora é lindíssima, as musicas da OP, da ED e das cenas emocionantes te incitam, te comovem, os efeitos sonoros foram muito bem caprichados, cada impacto de uma espada com a outra você realmente sentia o aço contra o aço.
A consistência no design foi excelentíssima, foram poucos os quadros que eu achei erros ou algo realmente grotesco, os filtros usados, as cores usadas, foram bem escolhidas, a fluidez na animação também se manteve estável do inicio ao fim.
Mas na questão da criatividade, de um uso mais elaborado da câmera, de um storyline mais equilibrado, bem arranjado e com um tempo bem dosado para cada momento em tela, foi uma decepção.
E essas coisinhas são responsabilidade total dos diretores, tanto o geral, quanto os de episódio. Tem que se notar quando o storyline está meia boca ou muito paradão, tem que notar quando o tempo para momento x tem que ser maior ou menor, o que faltou neste anime é a alma de uma produção: direção.
Em várias review eu citei que SAO é um anime de ação, então o elemento que deve chamar atenção é os embates, as cenas épicas e os momentos de desespero. Esse anime não teve nenhuma ação épica.
Inclusive porque nenhum dos embates teve tensão, em momento algum você ficou com a mão no coração, não teve tempo para o espectador sentir isto, porque foram cortes muito rápidos, as lutas mal começavam e já terminavam.
O que acaba exaurindo o recurso , que foi bem utilizado, mas jogado no lixo com isto, chamado de cliffhanger. Não adianta nada você fazer um gancho puxando para algo mais tenso, se em toda a vez que você faz isto, no próximo episódio você arruína o clima com uma quebra de expectativa.
A quebra de expectativa é uma coisa boa quando é bem pensada e bolada no enredo, agora, quando é um erro no storyline, acaba com a animação do público de ver o anime.
Eram embates bem animados? Eram, mas não tinha aquele bum que te faz vibrar, eram apenas cortes fluidos, eles poderiam ter ousado mais, eles poderiam ter feito algo mais complexo.
E a parte mais engraçada, as lutas na opening eram muito mais bem elaboradas que as lutas no próprio anime, mesmo sendo mais curtas, então o diretor conhece muito bem animadores com potencial para fazer este tipo de cena. Então o problema não era questão de não terem bons animadores, mas realmente do tempo disposto para a elaboração dos combates e a duração deles.
Sendo assim, o problema de SAO foi ser um anime de ação sem a verdadeira ação, e gente, SAO se vende pela ação e não por um roteiro extremamente complexo.
O diretor não soube adaptar bem o conteúdo, cortou coisa que poderia deixar momento x mais tenso e emocionante, e focou em outras que poderiam ser muito bem modificadas para deixar a narração mais agradável e funcional.
Eu também já disse que não gosto de um anime que fica focado só em ação e esquece o enredo, mas esta adaptação praticamente se banhou em diálogos altamente expositivos, eles só existiam realmente para te passar alguma informação, mas se fossem podados, você nem sentiria falta.
Algo que foi muito recorrente e chato foi explicarem a origem e poder de determinados armamentos dos cavaleiros. Acabava quebrando muito com a imersão, você estava querendo que eles partissem logo para o confronto, e ficavam ali batendo papo ou paravam no meio de tudo para bater papo.
E tipo, que exibicionistas? Precisa mesmo taca na cara do adversário que a sua arma foi gerada de sei lá o que e tem tal habilidade? E realmente você diria para o adversário se ele perguntasse as especificidades de seu armamento? Óbvio que não, olha Kawhara você pecou nessa heim.
Portanto, Alicization foi um anime que me animou muito no inicio, mas que foi me desgastando pouco a pouco e não entregou o que eu desejava, nem em seu final, porque até contra a administradora o confronto foi morno e sem algo memorável.
Porque não souberam construir os episódios, não conseguiram aquele corte, ou aquele momento que te faz arfar, que te faz chorar. Sendo assim, recomendaria esta temporada de SAO apenas para quem é fã mesmo e quer ver a historia completinha, afinal se já acompanhamos a primeira e a segunda temporada, que também tinha seus arcos fracos, por que não a terceira?
Nota Final
Direção: 6/10
Roteiro: 7/10
Animação: 8/10
Trilha Sonora: 9/10
Entretenimento: 7/10
Nota Final: 7.4/10
Nota Extra ( adicionada 07/04/19):
Foi reportado por algumas pessoas no Twitter que alguns membros da staff da animação falaram que foi difícil fazer lutas que encaixassem no script. Então podemos concluir que o anime foi tão rushado que eles não tinham muito margem pra fazer um storybord trabalhado. As únicas lutas que foram boas, foram as que o episodio não foi tão rushado.