Tate no Yuusha #15 – Matar ou não matar?| Impressões semanais
Matar ou não matar? São duas escolhas complicadas dentro de um roteiro, dependendo de como são conduzidas, acabam criando algumas situações intragáveis, ouso dizer que em certos casos até inverossímeis, bem questionáveis mesmo .
O passado trágico de Raphtalia, além de ser um elemento posto para desenvolver a personagem, serve para criar hostilidade no leitor, ou espectador, em direção ao antagonista. O natural é as pessoas simpatizarem com a heroína ao ponto de desejarem a morte do nobre inescrupuloso e fanático religioso.
É um sentimento natural de querer retaliar a agressão feita a outra pessoa de modo desumano, já que, pela empatia, nos colocamos no lugar dessa pessoa e sentimos revolta e repulsa pela ação do agressor.
Então, posto que em uma situação semelhante, a maioria das pessoas não iriam pensar duas vezes em partir de forma violenta para cima de tal indivíduo e não lamentariam qualquer incidente que resultasse em sua morte, por que diabos a heroína se martirizaria por uma morte que ela não teve culpa, ainda de um cara que a fez sofrer de forma descomunal? Não faz sentido.
Não faz sentido!!! principalmente porque momentos antes ela parecia apta a realmente executar uma vingança e matá-lo apenas pelo ódio que sentia, e por ela hesitar um pouco, talvez depois, bem depois mesmo, ela ficasse com um pesinho na consciência de ter tirado uma vida, mas aquele drama todo? Ela se culpa como se tivesse matado um inocente, não tem base alguma, além da criação de algo muito desnecessário para o protagonista efetuar um discurso.
Então, mesmo que os questionamentos do Naofumi a fizesse abaixar a espada e optar por prender o seu ex-dono e não matá-lo de forma fria para que ele recebesse a punição que lhe é devida, acho que apenas isto já bastava naquela situação se a autora não quisesse que a personagem caminhasse pelo caminho da vingança brutal, nua e crua.
Alias a fala do Naofumi também sai destoante com o restante da obra e com suas atitudes naturais, não é orgânica, convenhamos, ele estava sendo hipócrita, porque claramente no lugar de Raphtalia já estaria passando a espada no pescoço do gordo e soma-se a isto que ele cospe fogo na corte, tanto que tratou Melty episódios anteriores de forma bem fria.
E aqui entra a questão de se modificar ou não uma cena desenrolada na novel. Se a modificação é necessária, por exemplo, a cena discutida, eu optaria por modificar e simplesmente tiraria esta carga super dramática, se não digo, exagerada e sem proposito algum.
Porque, por mais boa que seja a pessoa, o sentimento mais natural é querer que aquele sujeito pagasse por seus crimes, então mesmo que ela o perdoasse, o que é bem difícil na maioria dos casos, não tem base ela se culpar de sua morte.
E se o objetivo era a produção de um evento no qual o protagonista apenas assumisse uma posição semelhante a que ela tinha assumido no inicio da série de apoiá-lo e levantá-lo do chão, só o fato dela se sentir indigna por ser fraca, ou se sentir fraca também já bastava.
Em suma, seria mais aceitável uma situação desse tipo: eu não conseguir proteger meus amigos, sou uma hipócrita, pedir eles para sorrir enquanto não podia realmente fazer nada, sou fraca e ainda sou, sou indigna do escudo.
A questão é, que isto aparentemente foi um modificação mal feita do original, ou o mangaká de Tate que tornou esta parte mais intensa, porque lembro que Raphtalia não hesitou em momento algum de avançar sobre o inimigo e alvejá-lo com a espada ao ponto dele tropeçar e cair pela janela e se não me engano, nem dela se lamentando pela morte do gordo.
Agora gostei bastante dos flashbacks do passado, contando a trajetória da Raphtalia até chegar ao mercador de escravos. Como esperado, o episódio foi completinho e entregou o que deveria entregar.
Contudo foi apenas isto, sentir falta de cenas um pouco mais pesadas, o que foi mostrado já deu ciência ao público das coisas que a Raphtalia sofria, mas se mostrassem mais dela (e seus amigos também) sendo espancada e explorada pelo nobre, como foi efetuado de maneira mais eficiente no mangá (nesta parte em questão do flashback da prisão subterrânea), seria um pouco melhor.
Então, quando ou não fazer uma execução que o personagem mata ou não outro personagem?
Quando ou não fazer uma execução que o personagem se culpa por uma morte? Seria aceitável não matar quando o ato feito pelo personagem foi obrigado ou ele estivesse executando ordens, agora quando o ato foi por pura maldade e crueldade, a situação é completamente diferente.
Se sentir culpada porque o inimigo tinha uma família e você se ver sendo um monstro, talvez gerasse um pouco de culpa, mas no caso apresentado no anime, foi simplesmente algo mau pensado e executado.
Mas claro, este é meu ponto de vista. Outra coisa que apreciei bastante foi o reencontro de Raphtalia com Keel-kun, foi algo que me emocionou um pouco e os diálogos foram até que orgânicos.
Por ser realmente uma situação aceitável, realmente seu amigo de infância não a reconheceria por sua aparência atual e sua atitude provavelmente indicava que a considerava talvez morta como a Rifana.
Além disso, o cliffhanger no final , com a invocação do dinossauro, fechou bem este episódico com um pouco de tensão, já que, provavelmente, se aquela criatura foi selada, ainda por heróis e não um herói, não é fácil de ser derrotada, ou assim espero.
Portanto, este episódio de Tate foi razoável por mostrar mais da Raphtalia e focar na heroína, já que ela, tanto quanto o Naofumi, é importante, sendo a meio-guaxinim a personagem feminina de maior destaque seguido pela Filo, por enquanto.
Mas poderia ser melhor se não tivesse o recurso clichê de não matar para não me tornar igual a ele e a falta de um pouco mais de peso nas cenas de violência contra a Raphtalia.
Nota do autor: 3.2/5