Araburu Kisetsu Otome domo yo #12 – Impressões Finais

Parece que aquele velho ditado de “nadou, nadou e nadou, para morrer na praia”, ataca novamente. Semana passada as coisas já tinham tomando uma ar meio estranho, mas o desfecho final de Araburu acaba por ser ainda mais decepcionante.

Começando pela dita revolução, que terminou sem muita importância. Como era de se imaginar, o sequestro do Milo não tinha muito peso, e o próprio roteiro decidiu usar disso com um “deixa para lá, logo elas se acalmam”, ignorando a situação e deixando as garotas sozinhas.

Para compensar isso, teve aquela vandalização na escola, mas que acabou por não me dizer muita coisa. O skip no tempo não deixou muito claro para mim se aquilo teve um efeito na escola.  A única que ficou lá foi a Hongo, e as outras pareciam já ter se formado, ou seja, não dá para saber se reverteram ou não a ditadura colocada lá.

Em outras palavras, essa rebelião acaba não servindo de nada, sendo apenas o palco para desenvolver aquele jogo das cores que, convenhamos, podia ser feito em qualquer outro lugar, de uma forma menos exagerada como aconteceu aqui.

Eu não esperava muita coisa, mas isso foi bem além do que imaginava…

Falando sobre o jogo das cores… Ele em si seria o gran finale da obra. Por mais que de um jeito meio torto, eu até que gostei da ideia, com essa busca e relação em torno dos sentimentos (cores tem bastante significado nisso)

O grande problema é que tudo soa muito desinteressante, com situação que parecem exageradas e vindas de forma muito forçada.

É tudo muito “gritado”, dramático e apelativo, com diálogos que te deixam com aquela sensação de irrealismo por parte do personagens.

Meu Deus, é sério mesmo, a solução para os sentimentos do Izumi foi aquilo?

Quando eu vi ele começando a falar, eu não acreditei que iria até o final. O cara basicamente soltou um “eu gosto de você, mas quero comer sua amiga” na maior cara de pau e tudo ficou por isso mesmo.

Um pouco do problema de Araburu nessa parte final foi meio que vem disso. Essas tentativas forçadas de relacionar sexo ao contexto da história para parecer algo sério.

Concordo com que atração sexual e amor estão junto, mas quando relacionado a mesma pessoa. Se você não trabalha esse ponto de uma forma mais objetiva e prática, as coisas, naturalmente soa absurdas e desproporcionais.

Que rolasse até mesmo uma traição ali, porque assim você teria a base para o personagem discutir os limites que sentiu entre ter desejo carnal, e nutrir sentimentos por alguém.

Na verdade, era esse o grande ponto que eu esperava da história, e que foi sendo deixando de lado a cada episódio. As discussões sobre sexo são apenas enfeites para forçar diálogos “maduros”, mas que começaram a ter o efeito oposto e parecer artificiais e rasos.

Não é bem assim que a banda toca…

A parte interessante em tudo isso para mim acabou sendo a Sugawara com a Momoko. Por mais que também não tenha tido uma confirmação, pela forma como a Sugawara disse querer “procurar a cor da Momoko”, dá a entender que ela ao menos iria tentar se relacionar de acordo, e aquele final das duas saindo juntas meio que afirma isso.

O triste é não ver nem sequer uma menção das garotas sobre isso. Queria ver a reação delas quando descobrissem sobre a sexualidade da Momoko, mas acabou que o roteiro esqueceu disso completamente e só enviou as coisas ali, no calor do momento, como se não tivesse problema.

Fora isso, os demais desenvolvimento são meio que básico. Kazusa é meio trouxa de aceitar tão fácil, e ainda compactuar, com o Izumi depois de ouvir aquela declaração dele.

Olharam para cor da lua, soltaram um “Tomo yo!” como ela mesmo usa, e fim da história, como se não tivesse rolado uma declaração séria por parte do Izumi há pouco tempo.

Já a Hongo terminou do jeito que começou… Ficou naquele dilema com o professor, nunca emplacou muito bem seus pontos como escritora, e no final acabou fazendo óbvio, que era desistir e aceitar que não ia dar certo.

A Sonezaki… Eu queria muito dizer que as cenas bonitinhas dela descobrindo o passado do Amagi foram interessantes, mas eu já estou relativamente cansado daquelas cenas de beijo interrompido, então, mesmo dando algumas risadas com as reações dela, o desenvolvimento também ficou abaixo do que eu esperava.

Se tivesse fechado o beijo, talvez a história fosse diferente…

Por fim, temos o skip no tempo, que como falei mais acima, não é lá muito eficiente em finalizar as coisas, servindo mais para um fanservice.

Pelas informações do celular da Sonezaki, dá para dizer que houve um salto no tempo de mais ou menos um ano, já que o bebê da Jujo está com dois meses.

O que mais me decepcionou aqui foi não dizerem nada sobre como as coisas ficaram. Se a Sonezaki teve a reversão da expulsão, e as punições que as garotas sofreram pelo que fizeram, porque não é possível que depois de tudo aquilo as coisas terminaram tão pacificamente.

Depois de fazerem tudo isso, não é possível que ficou tudo bem…

Concluindo, Araburu Kisetsu Otome domo yo foi uma obra divertida de acompanhar até a parte final. O grande problema, no entanto, é que o tempo virou o vilão da obra, e as escolhas de desenvolvendo se tornaram bem questionáveis, além de muita coisa ter sido varrida para debaixo dos panos apenas para resolver tudo mais fácil.

Em relação a temática, olhando pela minha primeira impressão da obra, muita coisa ficou desaproveitada, onde o fator sexo foi usado mais como uma variação para amor, ou coisa do gênero, do que realmente uma abordagem inteligente a respeito dos diferentes assuntos que isso poderia criar.

Não chegou a me fazer sentir como uma completa perda de tempo, mas o sentimento de que as minhas expectativas não foram correspondidas no final é bem forte.

Para quem buscava um anime de romance, a obra até que é bem competente, já que o fechamento disso acontece antes de entrar na fase final, e a formação dos casais, em especial da Sonezaki e do Amagi, se dá de um modo bem cativante, então no geral, foi uma obra boa, que pecou na hora de fechar a história.

Extra

#ForçaJujo.

O shipp dos professores fechou =]

Podia ter focado mais nas duas… Seria legal ver a Sugawara aprendendo sobre amor através da Momoko.

Sonezaki linda como sempre.

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.