Nakanohito Genome (Jikkyouchou) – Impressões Finais
Nakanohito Genome foi uma das minhas gratas surpresas da temporada de verão. A princípio, o primeiro episódio do anime até me deixou com o pé atrás, mas não demorou muito para que o carisma dos oito protagonistas, pouco a pouco, fosse me contagiando.
O anime é uma adaptação do web mangá de Osora – pseudônimo do autor. A ideia em si é boa, juntar oito especialistas, se assim podemos dizer, cada um em sua área, para um jogo que tem como objetivo conseguir determinado número de visualizações.
Muitos mistérios são instaurados durante o anime e, com isso, descobrimos que grande parte dos personagens está ali por algum motivo – fora a respectiva especialidade, citada anteriormente.
Justamente são tais mistérios que instigam o telespectador, mas com o final aberto do anime, muitas coisas ficaram somente nas entrelinhas.
Mesmo com isso contra, o fato dos personagens terem bastante carisma favorece muito, pois dificilmente alguém “compra” a história de algum personagem que seja um “porre”.
Iride Akatsuki – o personagem que mais aparece dentre os oito protagonistas – é envolto de mistérios do início ao fim, sua personalidade afável o faz ser querido por todos dentro do elenco, embora isso também cause certa desconfiança em alguns.
A imprudência de Iride, devido a sua bondade, o colocou em diversas situações ruins, mas que o fizeram ficar mais próximo de cada um dos outros sete personagens. Eis uma forma positiva para usar um personagem mais “tranquilo”, e que não precisa ficar gritando a cada esquina discursos chatos e moralistas de protagonistas.
Enquanto o Iride chama mais à atenção do lado masculino com seu passado não revelado, Yuzu Roromori é, na minha opinião, quem mais se destaca dentre as meninas.
Uma personagem cirúrgica e não, não foi um trocadilho só porque ela usa jaleco, é pela forma que ela age mesmo. No que diz respeito as partes mais sérias, Roro sempre se coloca de uma ótima maneira, o que a torna uma das poucas mentes que realmente pensa nas consequências que podem ser provenientes de um ato imprudente.
Como o próprio Marcelo disse nas impressões parciais, a obra, mesmo trazendo essa temática survival, foca bem mais na diversão/entretenimento do que em drama e tensão psicológica.
Por mais que o Paka – o vilão, caso o queiram chamar assim – os ameace frequentemente, a maioria dos personagens age com displicência, como se ele estivesse falando da boca para fora. E é justamente por isso que eu gosto bastante da Yuzu, pois ela sabe que o Paka-san não está dizendo nada ao acaso.
Contudo, só há uma situação mais real de perigo na reta final do anime; com o personagem mais desconfiado – o Onigasaki – e tenho que admitir que foi uma boa surpresa.
Isso porque o diretor, Shin Oonuma, “figurinha carimbada” do Silver Link, sabe fazer muito bem a transição de momentos amistosos para momentos sérios e mais tensos – tudo de uma forma natural, sem forçar a barra.
E ele não demonstrou isso somente nessa ocasião do Onigasaki, pois quase todos os personagens que tiveram seu passado mostrado, na maior parte das vezes, foi algo creepy, e essa boa transição do engraçado para o tenso ajudou a somar bastante para dar ênfase a essas cenas.
Como eu disse, o Oonuma é “figurinha carimbada” do estúdio Silver Link, e já mostrou sua boa direção em outras obras da casa, dando um exemplo mais recente, temos o Imouto Sae Ireba ii, de 2017, que era uma comédia romântica com momentos ecchi, mas que pegava um drama bastante interessante da vida dos personagens.
Parece algo bobo e simples de se fazer, mas alternar momentos alegres e tensos é mais complexo do que se parece. Se bem feito, passa despercebido, caso contrário, acaba em umas situações bizarras e forçadas (como a morte da Ana em Isekai Cheat Magician ou a Momo querendo arrancar o braço em Araburu, mas isso é papo para outra hora).
Continuando nessa pegada técnica, os storyboards também auxiliaram bastante nessas cenas mais tensas, mostrando frames bem caricatos e bizarros – propositalmente – para causar a tensão esperada.
Na parte musical, tivemos uma opening boa, mas eu gostei mais da ending. Apesar do encerramento ser simples, visualmente falando, a música contrasta a abertura que é mais enérgica com uma melodia mais feels e que funciona muito bem.
Embora tudo isso some bastante para Nakanohito ser muito agradável, as várias situações que ficaram em aberto ou foram resolvidas de uma forma ruim deixaram um certo teor de insatisfação.
Entretanto, eu não diria que isso foi um agravante para a experiência no geral, principalmente, se tivermos uma OVA ou mesmo uma nova temporada para findar os eventos.
Em linhas gerais, foi um anime que eu gostei bastante de acompanhar e que me satisfez dentro de sua proposta. Está longe de ser uma obra-prima, mas é bom, cumpre o que se propõe e desenvolve bem seus personagens.
Para você que busca um bom entretenimento com um elenco carismático, o anime é uma boa recomendação.
Nota final do redator para o anime: 7.5/10
Quem quiser me seguir no twitter: @brenosantosp – farei uma enquete lá em breve sobre o que vocês querem que eu comente na próxima temporada, e posto alguns comentários alheios sobre o que to vendo.