Toaru Kagaku no Accelerator – Impressões Finais
Lembrando: Esse Review é a opinião do redator Breno (que é muito fã de Index), não do Marco.
Para os fãs de Toaru series, a chegada do anime do esper número 1 da cidade acadêmica deu uma recuperada nos ânimos, principalmente, depois da rushada terceira temporada que tivemos da série principal.
Marcado por uma boa direção de Nobuhara Kamanaka e uma boa fotografia comandada por Akihiro Takahashi (mesma função em todas as temporadas de Shokugeki), o anime conseguiu cativar, mas ainda está longe de ser uma unanimidade quanto tratamos de seu design, que, comparado aos da série principal, são bem frustrantes.
No Accelerator, o protagonista, não tivemos tanta mudança assim, mas nas sisters o downgrade foi absurdo, basta usarmos Toaru Majutsu no Index e Railgun S a título de comparação, mas enfim, acho que não afeta a experiência no geral, afinal, o roteiro também faz valer muito.
Para quem não conhece (ou não lembra) Toaru começou a ter sua light novel publicada em 2004 e esse vasto universo é feito pelo incansável Kazuma Kamachi, que até hoje continua escrevendo – e ao que tudo indica não pretende parar tão cedo.
Uma das coisas mais admiráveis quando olhamos para o universo de Toaru, é a vasta história repleta de ótimos personagens e plots muito bem construídos, e é tanta informação que isso levou a criação de três spin-offs em mangá, Toaru Kagaku no Railgun (que é mais famoso), o Toaru Kagaku no Accelerator e o Astral Buddy, todos com o argumento do tio Kamachi também, como eu disse, ele não para.
E não é absurdo tampouco exagero ter tanto material, pois Toaru segue duas frentes: o lado da magia e o lado da ciência. A novel, protagonizada por Touma e Index, segue o lado mágico – com alguns poucos arcos voltados ao outro lado, que é o lado da ciência.
Esse lado científico engloba personagens como o Accelerator e a própria Mikoto Misaka de Railgun, e para não ficar com as boas histórias da cidade acadêmica de lado, os mangás estão aí para complementar a experiência.
Então, de fato, quem conheceu esse universo somente pelo o anime do Accelerator – e gostou – tem que ir atrás do restante do material. Afinal, por que o cara mora no hospital, quem são essas sisters, quem é essa loli que fica falando de si mesma na terceira pessoa, quem é esse “herói” que o Accelerator vive praguejando? Todas essas respostas estão na primeira temporada de Toaru Majutsu no Index e você ainda tem Toaru Kagaku no Railgun S como um adicional para complementar o arco das sisters.
Claramente, os eventos de Accelerator são pós o “Three Stories arc”, (EP 18-20 season 1), pois é lá que ele conhece a Last Order, perde a casa e ainda vai parar no hospital, então, sem mais delongas, confere na ordem que eu disse e seja feliz.
Voltando aqui, o primeiro ponto notável quando falamos da obra de Accelerator é a introdução de novos personagens, como foi o caso da Esther, alicerce central de todos os eventos deste Necromancer arc. O jeito “bobo” e inocente de ela agir me lembrou uma personagem de Railgun – a Harue. Complementando ela, temos a Kato, uma alma gente boa e que fez eu ficar usando a palavra “Adonai” como gíria.
Sobre a Esther, mesmo com seu jeito mais inocente de ser, a história por trás dela é muito boa e passa uma mensagem muito interessante. Durante todo o Necromancer arc, o fato de não “brincar com a morte” é algo sempre reiterado, pois foi tal ato que trouxe todos os problemas.
E olhando para o passado do próprio Accelerator, a morte das 10.031 sisters é algo que continua assombrando ele, mesmo que ele tente sempre lidar com a situação como se ela fosse trivial.
Mas fica claro que ele já não vê mais como algo normal, afinal, na própria luta contra as Scavengers (ótima, por sinal) ele taca o terror, mas acaba não indo muito além.
Um ponto que pode incomodar é que a tendência da galera do mau do lado da ciência é sempre a obsessão para alcançar o desconhecido level 6. Já tivemos isso no arco das sisters, no arco do level upper e por aí vai.
Porém, por mais que soe repetitivo nesse início de problemas do lado científico, tudo culmina muito bem para apresentar o lado negro da cidade acadêmica, local no qual existem várias facções que fazem qualquer tipo de trabalho – e é onde o próprio Accelerator se envolve depois.
Há uma boa construção para levar o telespectador a entender que aquela cidade está longe de ser uma utopia. Tudo é conectado pela lenda do trem que a Saten conta (melhor personagem), pelas próprias cenas do trem, pela DA enraizada na Anti-Skill, e pelas bizarras pesquisas que rolam debaixo dos panos pela cidade.
São todos casos os quais o Touma não lidaria bem, então o Accelerator, por ser um anti-herói, fica com essa missão de “limpar a sujeira”.
Em meio a tantos elogios, um ponto que eu não gostei tanto foi a presença de um monstro colossal no meio da cidade, eu vejo o Accelerator lidando melhor com pessoas normais do que com monstros – deixa os bichos para serem socados pelo Touma.
Inclusive, no episódio final, há até uma tirada (uma das várias que ele faz) do Accelerator com o Touma: “já que esse herói de merda não está aqui, eu tenho que fazer isso”. Ele pode não ter aparecido fisicamente no anime, mas foi citado, ao menos, umas cinco vezes.
Em síntese, eu gostei bastante do anime, ainda não acho melhor que Railgun S, mas o carisma do Accelerator faz a obra subir um pouco de patamar, principalmente, por ela ser mais objetiva, afinal, o Accelerator não sai para tomar café com os amigos dele, pelo menos não agora, quem já leu o Novo Testamento sabe onde estou querendo chegar (hahaha).
Por fim, apesar do anime ser objetivo, ainda deixa a desejar em alguns pontos, principalmente, quando falamos de parte técnica, mas ainda sim vale a recomendação para quem quiser se aprofundar nesse vasto universo de Toaru.
Nota final do redator para o anime: 7.5/10
Obs: menção honrosa a opening “Shadows in the light” e também para ending, que estão longe de fazerem feio, muito boas.
Twitter: @brenosantosp – quem é fã de Toaru, tô sempre postando alguma coisa sobre lá hahaha.