Babylon #04 a #06 – Cada vez melhor! | Review
Outros três episódios de Babylon lançados, e o anime mostra de novo que politicagem pode render muito bem uma história, e trazer episódios excelentes, como foi o caso aqui.
O quarto episódio se foca mais nisso que acabei de falar, em mostrar um pouco do contexto político que o Japão ficou depois do anuncio da lei do suicídio.
Uma das partes mais interessantes que achei desse episódio foi o levantamento dos fatos sobre o distrito de Shiniki, dando um valorizada nele para a história.
Depois do anuncio da lei do suicídio era certo que iria rolar um receio por parte das pessoas em aceitar aquilo, mas, como bem apontado no anime, não tem como dar queixas contra alguém por legalizar o suicídio, ainda mais se isso foi feito em um distrito recém criado com o objetivo de ser inovador.
Os detalhes da votação, e das regras (Ou falta delas, no caso), também ficou bem interessante, porque mesmo que soe absurdo um bebê ir votar, são as leis criadas no distrito, então não tem muito o que discutir, porque é essa a “justiça” do lugar.
É legal ver esse tipo de explicação, porque ajuda a entender como as coisas estão se movimentando dentro da história, além de deixar um clima de tensão/suspense bem mais envolvente.
Por mais que seja meio óbvio para gente que existe toda uma conspiração por traz dos suicídios, e que eles não foram naturais, o mesmo não acontece no mundo do anime, onde é preciso encontrar provas para se aplicar a justiça que o Seizaki diz tanto querer proteger.
Além disso, tem aquela questão moral, que o anime conseguiu trabalhar bem nesses três episódios, que é, de certa forma, questiona o livre arbítrio e os limites sociais que cada cidadão tem.
O sexto episódio é o que melhor encaixa tudo isso, trazendo um debate que, tenho que admitir, foi de tirar o fôlego. O legal lá é perceber que a história conseguiu realmente abrir uma discussão de ambos os lados.
Não foi só apontar os porquês de não se dever cometer suicídio, e fazer os discursos de protagonista sobre o valor de uma vida. Os argumentos usados lá cobriram diversos aspectos relevantes, como o contexto socioeconômico, moral e emocional dos suicídios.
Isso dá um valorizada no tema do anime de uma forma que impressiona bastante, e que é bem difícil de achar por aí, onde a maioria das histórias se preocupa mais em fazer o básico do que incrementar o que já vinha mostrando.
Além disso, os contra-argumentos do Itsuki são muito bem estruturados, apontado fatores e ideias que são bastante validas, como é o caso de possivelmente os suicídios diminuírem, já que seria um tema mais recomende entre as pessoas, e com isso elas considerariam melhor o que estão fazendo.
Não somente isso, ainda rolou um plot twist no plot twist na parte final.
Quando o garoto entrou no palco eu imaginei que seria a grande jogada do Trump moreno, porque, como ele falou, política se faz com número, e não com ideias, e se você tem o apoio da maioria consegue vencer.
Usando o garoto como apelo ele podia ganhar as votações e ainda pegar uma vaga como prefeito indireto de Shiniki ficando nas sombras, o problema, no entanto, foi que o Itsuki tava guardando segredo ou quem sabe não.
A questão é que agora eu quero saber como vai ficar a aceitação do público, e se, caso o Itsuki tenha desistido mesmo da lei do suicídio, o que isso vai causar, já que ele não abriria a mão tão fácil assim, só pelo discurso emotivo do filho, então deve ter um plano maior por trás.
Por último, o quinto episódio desenvolveu a dona Magase, que continuam tendo um existência bem única dentro do anime.
É legal que até o episódio conseguiu ter um clima de “sedução”. Você começa a acompanhar as explicações sobre ela, e vai ficando cada vez mais envolvido com a história, e com o mistério que ela cria apenas por, literalmente, existir.
Na verdade, é um tanto curioso a forma como o anime tratou esse passado dela. A maneira como o tio dela diz que foi “estupro” apenas por ficar no mesmo ambiente que a Magase passa um ar mais fantasioso do que o realista que o anime vinha mostrando.
Tem também a questão física que os próprios promotores levantaram, que seria meio impossível ela ter relações com tantas pessoas assim para que elas cometessem suicídios, então acaba ficando um clima de suspense sobre o porquê disso acontecer.
Meio cedo para bater o martelo, até porque esse episódio é meio que um “explica e explica, mas não conclui nada”, mas espero que seja algo mais científico do que uma mulher com poderes sobre humanos de sedução.
De qualquer forma, foi um bom episódio dedicado a personagem, e que finaliza tudo com uma ação dela que a joga mais um pouco para lista de melhores personagens da temporada, porque a mulher consegue impactar na história de uma forma que nem parece que deve ter tido menos de trinta minutos de tela até o momento.
Quero muito ver como vão encaixá-la dentro dessa conspiração de suicídios e explicar os motivos dela ter esse efeito mortal em quem passa pelo seu caminho.
Extra