5 Animações da Netflix realmente boas!!!
Novamente liberta do codex de responsabilidades que me puxa para o além, voltei com um assunto que eu já queria escrever a bastante tempo. Algumas pessoas já me perguntaram uma ou duas vezes sobre series animadas da Netflix. Então eu fiz este top sobre 5 séries que valem realmente a pena serem vistas que são produzidas ou distribuídas pela plataforma. Mas, Sirlene não são animes, calma meu querido, não são animações japonesas, mas são animações, então bora lá para as minhas 5 séries animadas favoritas da Netflix.
1. Trollhunters : Tales of Arcadia
Essa série é simplesmente a minha preferida do catalogo. Ela é produzida, dirigida e roteirizada por Guilhermo Del Toro, não sabe quem é? Diretor de O labirinto do fauno, A forma da água, Hellboy e A colina escarlate.
O Del Toro tem uma pegada para fantasias e ficções com toques mais sombrio e realistas, inclusive ele ama um final poético ou dramático, sensivel e as vezes interpretativo. Indico para quem não o conhece começar pelo O Labirinto do Fauno que considero um dos melhores filmes dele.
Contudo apesar de amar coisas um pouquinho mais sinistras, Trollhunters ou Caçadores de Trolls em português, é uma fantasia bem mais feliz, colorida e divertida dele.
A premissa da série é inicialmente simples, você vai acompanhar Jim Lake tentando conciliar sua vida secreta com a colegial, pois ele é convocado por um amuleto mágico a ser o novo caçador de trolls após a morte do anterior.
O protagonista por ser jovem, as vezes é bastante imaturo. Inicialmente os poderes se mostram incríveis e deslumbrantes, mas depois a parada vai ficando bem mais séria, e começamos a ver uma jornada de amadurecimento para a vida adulta.
Então apesar de ser uma série focada no público infantil , ela não se restringe a este público, portanto, não é nada infantil, sua trama e premissas são trabalhadas com seriedade.
A história também possui um bom tempo narrativo, sabendo dosar momentos de humor com momentos mais tensos e dramáticos. Os personagens são bem desenvolvidos. Eles não iniciam e terminam da mesma forma.
O público sente uma progressão, que eles estão evoluindo e todos no elenco são tão carismáticos que você acaba se afeiçoando a eles – teve vários episódios que eu quase chorei de tão imersa que eu estava na história.
Inclusive, algo bastante legal é que o Jim não é um herói perfeito, não é o Superman, ele não consegue resolver tudo de uma vez só, as vezes ele falha, não consegue fazer as coisas sozinho e sempre acaba tendo que recorrer aos amigos.
Aqui vem a chave de ouro da série, ela trabalha bem coisas como amizade e confiança, família e acima de tudo mudança e aceitação, ela deixa claro que não tem como você permanecer o mesmo para sempre, as coisas mudam, você muda e bola pra frente.
O universo fantástico da obra é riquíssimo. A mitologia é bem escrita. As criaturas magicas e a magia é bem apresentada ao público.
Para quem gosta de romance, a série apresenta ele logo de cara e podem ter certeza que vocês não vão se decepcionar já que a relação dos personagens e a afeição deles é muito bem trabalhada.
Nada é apresado, tudo acontece e eclode no momento certo e na hora certa, então não fica aquela sensação que aconteceu por acontecer .
Nota: Algo que achei bem legal é o reconhecimento dado a Anton Yelchin que fazia a voz original do Jim.
O ator morreu após gravar uma boa parte de seus diálogos, mas o Del Toro não o substituiu e terminou a primeira temporada sem introduzir outra voz para o protagonista.
TrollsHunters também é a primeira série do universo que se expandiu para 3 Bellow e Wizards: Tales of Arcadia.
2. She-ra and the Princess of Power
Alguns vão torcer a cara, vão me chamar de louca e blá-bla-bla, mas definitivamente She-ra mereceu ganhar esta posição, porque a partir da 3 temporada a trama começa a me surpreender pela sutileza e o cuidado em tratar algumas questões.
As primeiras temporadas são satisfatórias e entregam o universo em si, mas a partir das outras duas temporadas que você ver que a serie veio para contar uma historia com mesma premissa e semelhante a anterior, mas de outra forma.
Aqui eu saliento que as pessoas tem que compreender que a produção é um rework ou rebot como quiserem chamar, então diversos personagens ganharam novas concepções.
O que sinceramente eu gostei já que se é para reescrever algo, realmente não é pra ser igual ao anterior.
A animação é produzida pelo mesmo estúdio de Caçadores de Trolls, contudo não esperem o mesmo investimento e produção da anterior.
A história vale a pena por trabalhar com todo o seu núcleo de personagens, o que eu sinto falta em algumas outras series que meio que esquecem os personagens secundários.
Por isto eu gosto de She-ra, o enredo foca no amadurecimento e jornada da protagonista como heroína, mas não esquece seus companheiros. Até mesmo o núcleo inimigo acaba ganhando uma vestimenta nova.
Hordak, por exemplo, tem uma historia para ter as motivações atuais, não sendo apenas um vilão porque a historia tem que ter um vilão como na série anterior.
Acho que relacionamentos é a palavra chave dessa produção, já que o roteiro sempre esta focando em trabalhar as duvidas e problemáticas dos personagens.
Contudo os roteiristas fazem de forma sutil e sem desgastar o público. Não é só a protagonista entendeu? É o todo. Todos estão lidando com algum demônio pessoal.
E a partir da terceira temporada o roteiro passa realmente a trabalhar e dá foco aos relacionamentos apresentados nas duas anteriores. Eles dão atenção as interações entre Adora e Felina, Cintilante e Arqueiro, Felina e Scorpia e por ai vai.
Por exemplo, é nessa temporada que Adora dar um basta ao sentimento de culpa e ver que não tem como ajudar alguém que não queria ser ajudada.
3. (Des)encanto
Dos autores de Os Simpsons e Futurama, é isto ai, (Des)Encato é uma parodia as séries de fantasia. Ela tem tudo que obras de fantásticas tem: elfos, anões, demônios, princesas, gente tramando merda, mas é feita especificadamente para você rir.
Basicamente na série você vai acompanhar Bean, uma princesa rebelde que se recusa seguir os estereótipos de princesa e traçar seu próprio destino acompanhada por Elfo que é ava, um elfo e Luci, um demônio (que é o melhor personagem diga-se de passagem, amo os comentários dele).
Sério, a Bean é inicialmente só uma bela de uma chata, quando eu falo chata, é chata mesmo, mas depois ela vai percebendo a realidade e tendo uns desenvolvimentos interessantes junto aos seus companheiros inusitados.
Nem preciso dizer que o trio vai criar um vinculo de companheirismo né? Apesar que o Luci continua o mesmo filho da mãe do inicio, mas ele é daqueles filha da mãe que você acaba amando e que se prova bem leal aos seus amigos.
Os personagens coadjuvantes conseguem serem cativantes não deixando o entretenimento e imersão apenas para o elenco principal.
A série se destaca por ser progressiva e mesmo que seja um tanto episódica com cada capitulo tendo uma aventura própria, as ações de um episodio refletem no outro.
Então os personagens nunca tem um retorno ao status original, eles realmente vão evoluindo na trama, inclusive o elfo que inicia inocente vai deixando de ser tão ingenuo e até se torna meio que rabugento depois de um evento x que não vou citar para não dar spoilers.
A dublagem da série é boa, então ao menos que você saiba inglês, eu recomendo verem em português porque a versão brasileira faz referencia vários memes da nossa cultura, mas não se perde e as piadas acabam se mesclando bem ao contexto.
4. Voltron: legendary defender
Vou ser sincera, eu não gosto muito de mecha , então fechei a cara, fiz birra, mas uma hora eu acabei vendo porque eu simplesmente amei o design dos personagens e já tinham me recomendado.
Para terem uma ideia como eu gosto de mecha, os únicos animes de mecha que vi foram Adenoah.Zero e Code Geass, então demorei para tirar meu preconceito e ver Voltron.
Esta série é mais um reebot como She-ra feita pela Netflix. A premissa da historia é o de sempre, os protagonistas (e pilotos do Voltron), Shiro, Hunk, Lance, Pidge e Keith acabam sendo arrastados para uma guerra intergalática e auxiliam a Princesa Allura e seu companheiro, Coran, na batalha contra o Imperador Zarkon que objetiva conquistar tudo e todos. Para isso, nossa equipe fantástica se alia com os Leões robôs do planeta Arus, formando assim a única esperança do universo: o Voltron.
A série tem foco o público infantil, possuindo alguns momentos bobos e de humor que acabei não curtindo muito, mas como Trollshunters, o enredo leva a trama a sério e quando é necessário, faz o dever de casa e entrega bons momentos de tensão.
A primeira temporada apresenta bem os protagonistas e vilões da série, sendo realmente o cartão de entrada para o universo que vai sendo expandido e melhor trabalhado nas temporadas posteriores.
Inclusive os vilões e antagonistas vão sendo construídos junto aos paladinos (aka, pilotos) do Voltron, portanto, eles não acabam sendo personagens criados apenas para antagonizar e pronto.
Muitos antagonistas possuem uma historia e desenvolvimento, inclusive o Lotor, filho do Zerkon, tem uma filosofia muito diferente do pai e é um personagem gostável, mas olha lá, é um dos antagonistas.
O Shiro, líder da equipe é um personagem que consegue cativar e vai sendo constantemente trabalhado e sofrendo questionamentos durante a trama.
Ele é bem humanizado, tem duvidas sobre si próprio, principalmente em relação a um pequeno plot twist que eu não vou jogar aqui para não estragar a experiencia de vocês, não é perfeito e tem arrependimentos.
Para mim, todos os personagens são carismáticos e razoavelmente desenvolvidos no enredo. Cada temporada acrescenta mais a trama que vai sendo elaborada progressivamente.
Uma curiosidade legal da série é que você vai encontrar alguns easter eggs com referencias a cultura pop enquanto estiver assistindo. Claro que a serie não é perfeita e vai exigir suspensão de descrença em vários episódios.
5. The Dragon Prince
Dos produtores de Avatar: A lenda de Ang e Avatar: A Lenda de Korra, The Dragon Prince é mais uma produção infantil da Netflix que me surpreendeu. Eu já fiz uma review completa das primeiras duas temporadas aqui e o Marco já fez video comentando sobre aqui.
A animação da série e a direção de arte entregam cenários muito bonitos, com uma coloração e iluminação bem empregada. Até mesmo as criaturas em 3D sofrem uma modelagem e pintura bem feita. É uma mescla de 3D com modelagem de anime que você ver bastante em jogos de JRPG, pode desagradar bastante algumas pessoas, mas não me incomodou.
A premissa da historia é uma jornada pela busca de equilíbrio e paz entre humanos e não humanos (seres mágicos, inumanos, demi-humanos, criaturas míticas, como tu quiser chamar).
Tudo começa na tentativa de assassinato do Rei Harrow, de Katolis, o maior dos cinco reinos humanos, pelos elfos da lua em represaria a morte de Trovão, o rei dos dragões, e a suposta destruição do ovo de seu único herdeiro, o príncipe dragão.
O trio principal consegue ser carismático, e a interação entre eles é a maior parte do tempo funcional e bem divertida, contudo, por ser uma obra que tenta agradar mais ao publico infanto sofre do mesmo mau de Avatar: exageros com o humor bobo, piadas sarcásticas e etc.
Mas não se engane, a serie não é boba, o enredo é bem sério, mas suavizado para pegar o público ao qual se destina e possui um bom desenvolvimento com o primeiro arco da história tendo um encerramento razoavel na terceira temporada.
Por que razoavel? eu gostei de como eles trabalharam a eclosão da guerra entre Xádia e os reinos humanos que acontece no final do arco e terminam com a jornada de entrega do Ozimandias, o príncipe dragão, mas o romance é muito apresado e o tempo de acontecimento para cada evento bem surreal.
Tirando a suspensão de descrença para alguns fatos apresentados, foi uma adorável surpresa. O universo é riquíssimo, bem escrito e esta em expansão constante, possuindo muitos mistérios a serem resolvidos.
A produção também tem uma boa representatividade para quem fica reclamando que as series de fantasia sempre focam na Europa e blábláblá.
Inclusive uma personagem secundária importante é surda e se comunica por linguagem de sinal, o que é bem legal.
E essas pessoal são 5 animações produzidas pela Netflix atualmente que são realmente boas, as outras eu achei muito infantis, infantis demais, como a nova Carmem Sandiego que me decepcionou bastante porque poderiam ter feito algo bem legal e outras ainda não tive tempo para ver.
Menções Honrosas:
Castlevânia
Só para não dizerem que eu não citei nenhum anime da Netflix, eu fiz um review completo da primeira temporada aqui, Castlevânia é adaptação dos clássicos jogos da franquia renomada da Konami ( não o reboot).
As duas temporadas contam a história do Castlevania 3: Dracula’s Curse. A animação é bastante fluida e a historia vai agradar quem gosta de sangue e uma fantasia bem mais dark que tem uma clara promessa de continuação.
Nota: Para quem acha que animação é coisa de criança tá aqui um titulo para você mostrar para a pessoinha e perguntar se ele mostraria para os sobrinhos, mas obvio que ele vai responder que não.
A adaptação mantem um bom nível de fidelidade ao enredo original, os diálogos são bem escritos e os dubladores personificam bem os personagens, contudo o final deixa a desejar já que eu esperava mais da luta final do Alucard contra o papai, Drácula.
Inclusive, o Drácula da animação é bem humanizado e você acaba simpatizando com ele já que é apenas um cara ressentido e depressivo com a morte da esposa do que apenas um lunático sanguinário.
O design dos personagens remete muito ao dos jogos e uma curiosidade para os sedentos por detalhes, o design utilizado no Alucard não é do Dracula’s Curse , mas do Symphony of the Night, já que é o design mais famoso dele.
Klaus
Este não é uma serie animada, por isto não coloquei na lista, mas vale uma menção honrosa porque é uma animação muito boa da Netflix, Marco fez um vídeo sobre aqui.
Basicamente Klaus é uma produção que reinventa as origens míticas da lenda do papai Noel, que é Bruder Klaus que virou Santa Klaus com o tempo.
O legal da animação é que a magia e o miticismo é algo sutil na animação, sendo uma historia mais realista e tocante. Inclusive eu considero um belo conto de amadurecimento e amizade.
Jasper o protagonista cresce bastante ao lado de Klaus, o lenhador. Os personagens são engraçados e muito bem construídos.
Gosto como a relação da dupla é trabalhada e o romance com a professora que também é algo bem sutil na obra. É uma animação bonita e que você pode ver com os sobrinhos.