Re:Zero II #04 – Passado e Lembranças | Impressões Semanais

Até então a segunda temporada de Re:Zero vinha trazendo bons episódios, mas na minha opinião o quarto foi o melhor até agora.

Além de um bom desenvolvimento para a história, o drama mostrado consegue trazer uma evolução de personagem bem bonita para o Subaru, apresentando não só um pouco do seu passado, como também de como era sua vida no mundo original.

Esse episódio é um daqueles que é difícil começar a falar porque tudo nele é bom. A apresentação da família do Subaru, os dramas e medos que ele tinha em relação as expectativas dos pais, e tudo mais que engloba esse teste que ele foi colocado.

Acho que uma das coisas que chamou atenção, é que a escrita do autor se beneficiou bem do tempo em que ele vem escrevendo Re:Zero.  A Echidna já havia sido uma boa adição ao elenco, e novamente o autor conseguiu criar ótimos diálogos, indo de momentos divertidos para outros sérios sem te fazer sentir uma quebra brusca na transição entre elas.

Claro, aqui também vale elogios para a direção e roteiro, que souberam usar bem disso para deixar as cenas bem feitas, mas é notável como até agora o autor tem conseguido adicionar personagens que te ganham facilmente em poucas palavras.

Tanto a mãe, quando o pai do Subaru, são extremamente carismático, e a relação que os três tem é bem divertida, o que ajuda essa introdução ao passado dele ser bem legal.

Já aproveitando para falar um pouco da família do Subaru, em meio a tantos  isekais meia-boca que tem por aí, eu automaticamente tinha pensado que a família do Subaru seria ruim ou indiferente a ele, então acabou sendo um choque perceber que eles são muito legais.

Ambos são ótimos pais e sempre estiveram ali para apoiar o Subaru, e a relação entre os três é bem positiva. Isso pode parecer pouco coisa, e nem dá para dizer que é mega inovador, mas é algo que se mostrou uma quebra nas minhas expectativas para o passado do Subaru, principalmente por servir como pilar para o desenvolvimento de certas coisas.

Eu acho muito legal quando certos eventos, ou situações dentro da história explicam o estereotipo de cada personagem.  Durante o passado do Subaru ele explica que passou a querer fazer as pessoas felizes como uma alternativa ao sentimento que perdeu quando deixou de ser o centro das atenções.

Isso basicamente explica todo o comportamento que ele teve até o momento, e “justifica” todas às vezes que ele foi inconveniente e intrometido, mostrando que o autor não pegou uma personalidade aleatória e jogou no seu personagem (pode até ter sido, mas agora foi contextualizado).

Essas atitudes dele são reflexo do que aconteceu na sua vida, e complementam a personalidade que o personagem criou durante os anos que viveu.

Por mais que não dê para afirmar nada no momento, isso também pode explicar a origem dos poderes do Subaru, já que outro aspecto da sua personalidade vem da autopunição sobre como vivia.

Em resumo, ter essa abordagem no passado do Subaru, e em como ele se sentia, ajuda a criar um personagem bem mais complexo e interessante, com seus medos, inseguranças, receios e tudo mais que vai além de um mero bobo da corte masoquista.

Por último, e talvez mais importante, vamos falar do drama em si. Eu tentei segurar as lágrimas, mas a cenas final com a mãe dele não deu. Foi muito complicado ver ele se lembrando que não se despediu dela apropriadamente antes de ir para o outro mundo, e ter a segunda chance ali é algo que eu sempre me vendo para o drama e acabo me emocionado.

A conversa com o pai dele também é muito boa, e é onde você entende melhor o que se passava na cabeça do Subaru para ele ter se tornando um hikikomori.

As expectativas em ser igual ao seu pai, a queda no seu desempenho na escola, e a própria mudança de comportamento para tentar se encaixar. Tudo isso, mesmo que já tendo sido visto por aí, é muito bem entregue, e traz uma cena pai e filho bem legal de acompanhar.

E vale lembrar também, como a influencia da Emilia e da Rem estavam ligadas a tudo isso, já que as duas foram importantes para ajudar ele a encontrar um lugar onde se sentia útil e podia fazer as pessoas felizes, como queria.

Por fim, depois desse belo desenvolvimento pessoal, o episódio fecha com a volta da Echidna dando a entender que agora sim vai começar o verdadeiro teste, porque, convenhamos, mesmo sendo um ótimo episódio, o desafio de superação do Subaru ali não foi muito alto. Na verdade, não foi nem bem uma superação, foi mais uma aceitação

Vamos ver como vai ser esse segundo round com a Echidna, e se vão mostrar um pouco da Emilia também, já que é outra que está ali.

Extra

Essa cenas ficou sensacional e mostra exatamente a ansiedade que o Subaru tinha em ir para escola. Ele contando os minutos para passar da hora e depois justificando que não deu para ir. Ficou muito bom.