Oregairu S3 #10 e #11 — Impressões semanais
Ao que parece, chegamos a conclusão (mesmo ainda tendo o EP 12) desse anime lindo e cheio das metáforas que vinha quebrando a nossa mente nas últimas semanas. Mesmo nos momentos finais, as metáforas ainda prevaleceram, mas de todas as que Oregairu apresentou até hoje, a declaração do Hachiman foi a mais clara (e bonita) possível.
Mas vamos falar do episódio 10 primeiro, que eu realmente não tive tempo para fazer o texto na semana passada. Bom, ele nos apresentou o tão esperado baile. Entretanto, tudo ficou mais focado nos protagonistas trabalhando nos bastidores, o que me trouxe boas memórias da season 1. Eu já não esperava ver nada demais no evento em si, pois ficou bastante nítido que o real significado dele era a evolução do trio, mas para quem esperava um episódio só de festa, pode ter se sentido traído haha.
O que esse baile reservou foi muita treta nos bastidores. Tivemos uma interação bastante legal da Iroha com o Hachiman na cabine e eu chamo à atenção para algo interessante aqui. Normalmente, a Irohasu sempre faz toda aquela invenção de que o Hikigaya está dando em cima dela e, no final, o rejeita. Dessa vez, ela disse algo do tipo “espere pelo menos o evento acabar” e não o rejeitou propriamente dizendo. O engraçado foi depois o Hachiman falando que não rolaria.
Enfim, eu não sei se foi intenção do Watari colocar “panos quentes” sobre a relação do Hachiman com a Iroha através dessa cena, mas realmente me pareceu que qualquer chance que a caloura sentia que tivesse foi findada ali. Ela até dá um importante conselho pro Hikki depois, pedindo para ele ser mais direto, o que viria a ser útil no episódio seguinte.
Começamos então as resoluções a partir da Iroha.
Continuando, a Yukinon finalmente parecia “mais viva” nesse episódio 10. Era nítida a presença de mais energia nela, diferentemente de todo aquele marasmo que vinha sendo arrastado desde o início. A cena, logo no princípio, dela e do Hachiman se acertando por causa do baile, foi bastante simbólica e deixou um clima estranho no ar, mas eu diria que foi fundamental para o Hikki tomar a decisão que tomou no fim do episódio 11. Foi ali que ele percebeu que ficar longe dela era algo insuportável.
A Yui teve seu destaque no baile também e foi com uma dancinha. Seria um prêmio de consolação? A cena em si foi bastante fofa, mas sei lá, a essa altura do campeonato, os fãs (e a própria Yui) já estavam só o meme do Obito.
O Hachiman sabia a direção que essa situação estava tomando, mas ele não sabia como agir, foi aí que a Haruno e a professora entraram em ação. Eu já disse em outros textos, mas repito: a Haruno pode ter o jeito “torto” dela de fazer as coisas, mas ainda move a história (e os protagonistas). Toda aquela pressão que ela colocou pós-baile serviu não somente para nós, como público, termos um vislumbre de que ela tem algum trauma, como também para o Hikigaya chegar a um ápice do tipo: “mas que caralho!”
A questão é que a Haruno sempre escreveu “certo” por “linhas tortas”. Ela não queria que aquela situação acabasse por preocupação com a irmã ou com o Hachiman. Era mais um incômodo pessoal. Por mais que indiretamente ela estivesse “ajudando”, ainda foi mais por egoísmo do que por compaixão, pelo menos é o que eu penso.
E é bem perceptível quando a Hiratsuka-sensei, majestosamente, saí com o Hachiman e lhe dá conselhos de verdade. Foi importantíssimo esse contraste. A Haruno era obcecada com o caso e não com as pessoas envolvidas nele. Ela queria que o mal-estar acabasse e ponto. Não importava se o Hachiman ia ficar machucado ou se as meninas seguiriam a mesma linha. Contudo, as palavras da professora são de uma elegância que, sinceramente, me faltam termos para descrever.
A Hiratsuka queria o bem dos 3. Principalmente o do Hachiman. Na hora que ela fala que a relação não poderia ser resumida a uma simples palavra como “co-dependência”, finamente ficou claro para o Hikki que o que ele sentia não dava para dizer em uma palavra… ou em uma simples frase como “desculpe, eu amo a Yukino”… ele precisava sair de uma forma mais elegante da situação e assim ele o fez.
A cartada do Hikigaya foi muito inteligente. Por mais que eu continue defendendo ferrenhamente que a Yui deveria ter seguido em frente há muito tempo, tenho que concordar que aquele “fora” indireto funcionou… e emocionou.
Acho que desde o “eu quero algo verdadeiro” não víamos algo tão sincero da parte do Hikigaya. Ele deixou claro, mesmo que nas entrelinhas, que o interesse dele era a Yukinon. E a Yui, por mais que não tenha dito o que sentia, soube sair muito bem disso tudo. Mas foi muito triste quando ela disse que não escorreram lágrimas e logo depois desabou.
Ao meu ver, era uma “briga” que já estava decidida desde o início da season praticamente. Melhor dizendo, desde a cena dos pinguins.
Sinceramente falando, eu sou do time “diretão”, então, repito o que já escrevi milhares de vezes… seria bacana ver a Yui desabafando lá no início e seguindo em frente, entretanto, dado todo o contexto, agora eu entendo o porquê dos personagens adiarem tanto o ocorrido. O peso daquela cena foi magnífico. Enfim, não teve declaração da Yui (direta), mas o Hachiman conseguiu encerrar tudo sem gerar um mal-estar grande e fico feliz por isso.
“Eu quero me envolver na sua vida…”
Olha, vou ser sincero com vocês, comecei a assistir animes há relativamente 3 anos (pouco tempo comparado a algumas enciclopédias humanas que eu conheço), ou seja, vi pouca coisa, mas dentre as obras de romance que eu já vi, essa declaração do Hikigaya, cara… eu realmente não consigo por em palavras o quão boa foi.
Temos que admitir que é um poquinho irritante, pois parece que é simplesmente dizer “eu te amo caralho” e é isso aí. Sim! Se pensarmos assim, realmente, mas tentem absorver todo aquele contexto. Tudo o que aconteceu. Aquela “enrolação” foi resultado da incerteza de ambos, pois o que um sente pelo outro é tão grande que não dá pra resumir num simples: “eu te amo”. Ainda há o ponto deles serem reclusos, mas mesmo para pessoas eloquentes aquela situação seria difícil.
Eu mesmo sinto que estou a escrever “palavras vazias”, pois não dá para transparecer o quanto essa cena mexeu comigo. E eu sou somente um observador. É fácil falar “a cena foi linda”, mas o sentimento que ela causou… não existem termos para definir, desculpem.
Mas é isso, galera. Yukinoshita venceu, mas a Yui sai de cabeça muito erguida. Oregairu, mesmo em sua resolução amorosa, ainda me levou a ser cativado pela Yui e a chorar pela Yui, mesmo que a minha torcida fosse pela Yukinon desde o princípio. Aconteceu o óbvio para mim (ele ficar com a Yukino), mas não foi o óbvio clichê. Mesmo que, no fundo, eu soubesse o resultado, a execução dele, pelo menos para mim, foi surpreendente.
Vamos ver o que o último episódio nos reserva.
E vocês, o que acharam dos episódios 10 e 11 de Oregairu?