Yofukashi no Uta – Se apaixonado por uma vampira para poder virar um! | Review
Depois de ter aparecido no Tsugi ni Naru, e estar sempre com uma boa média de vendas nos rankings de mangás, acabei sentido interesse em dar uma conferida em Yofukashi no Uta o que, como de praxe para introduções de review como essa, acabou me surpreendendo bastante.
Para quem não ouviu falar do mangá, a história é bem simples. Você acompanha Kou, um garoto que tinha uma vida social bem satisfatória, com boas notas e amigos na escola, mas, no fundo, sempre sentia que estava encenando um personagem.
Por conta dessa rotina entediante, Kou acaba desistindo de ir a aula, e passa a perambular durante a noite pela cidade, até que encontra Nazuna, uma misteriosa garota que o convida para a “casa da soneca”, onde promete dar um fim a insônia do rapaz e ajudá-lo a dormir.
Depois de chegar no local, Kou acaba percebendo que Nazuna estava, na verdade, tentando chupar o seu sangue, e que ela é uma vampira. A partir de então, Kou decide que quer se tornar um vampiro também, já que a vida na sociedade não é tão interessante quando o mundo noturno que descobriu.
Porém, para ser transformado no servo de Nazuna existe uma condição. Kou precisa se apaixonar por ela, do contrário, ele nunca se transformará. Sabendo disso, Kou começa a tentar entender o amor, e ir atrás de uma forma de se apaixonar por Nazuna, o que é onde nos leva ao grande atrativo do mangá.
Indiscutivelmente, o grande charme da obra é a relação entre o Kou e a Nazuna. Os dois tem uma química muito boa, e mesmo que a principio a proposta soe meio clichê, é graças aos dois que tudo funciona muito bem.
A relação entre o casal é super natural, e a todo o momento eles estão trocando provocações. Kou precisa se apaixonar pela Nazuna, mas não sabe muito bem como fazer isso e, devido a sua personalidade desligada, acaba falando coisas que deixando a coitada da vampira sem jeito.
Isso, indiretamente, traz uma outra mecânica bem divertida para a relação entre os dois, já que a Nazuna é boca suja e vive fazendo piadas sobre “chupar” o sangue do Kou. Como esse contraste entre os dois, você acaba tendo aquelas interações divertidas, com os dois lados falando/fazendo coisas que desarmam o outro.
Vale ressaltar também, que mesmo o romance não estando fechado, com os dois lados assumindo o que sente, as coisas são bem ativas. Em poucos capítulos já acontece um beijo, e mesmo ainda não tendo sido transformando, o Kou parece já ter entendido que sente algo pela Nazuna, o que acaba levantando a questão do porquê ele ainda não ser um vampiro.
Existe todo um certo mistério sobre as intenções da Nazuna, já que é ela quem impõem essa condição inusitada dele ter que se apaixonar, além de também ter outros segredos por trás do seu passado, o que acaba ajudando para você ficar curioso para saber como funciona os vampiros dentro do mangá, e até que ponto as informações da Nazuna são confiáveis.
Outro questão interessante que o mangá mostrou foi trabalhar um pouco daquela crítica sobre “seu lugar na sociedade”. A própria situação do Kou já mostra isso, criando um adolescente que ficou entendido de ser o modelo perfeito e decidiu chutar o balde.
O mangá ainda é relativamente recente, então está começando a trabalhar isso aos poucos, mas já mostrou algumas história bem interessante, como foi o caso de uma funcionaria exausta do serviço, e os amigos de infância do Kou que, querendo ao não, também representam outros aspectos dessa mesma ideia.
A obra tem um cenário muito bom para isso, já que se passa durante a noite, mostrando pessoas que, por alguma razão, decidiram fugir para o mundo noturno para se afastar de algum problema. Nesse casos, os vampiros também tem um papel importante.
O próprio Kou só conheceu a Nazuna por conta de estar precisando de ajuda, e as demais garotas também funcionam de formas parecidas, procurando humanos que estejam suscetíveis aos encantos delas para que possam chupar sangue e transformá-los em servos.
Esses entropia, digamos assim, entre os dois lados dá espaço para alguns história interessante, porque, como falei, uma pessoa que está vagando pela noite sozinha não está bem. Ela tem problemas e está ali por diversos motivos.
A relação com as vampiras pode, em um primeiro momento, parece boa, mas isso nem sempre é a solução ideal. Esses encontros que o Kou acaba tendo com as outras garotas ajudam, não só formar um pouco mais da personalidade dele, como também deixar o mundo da obra mais rico.
Em resumo, Yofukashi no Uta foi um mangá que me deixou bem satisfeito em ler. A sinopse não parecia grande coisa, mas a execução da ideia faz com que tudo isso funcione muito bem, e apresente uma obra que tem bastante potencial para ser desenvolvida.
Para quem gosta de romance, é quase certo ser comprado com poucas páginas, graças ao carisma do casal, e para quem busca uma experiência mais profunda, o mangá tem tentado criar isso, adicionando mais informações sobre o mundo dos vampiros, e introduzindo personagens que pode ser tão complexos quando o próprio Kou.
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