Mushoku Tensei II – Impressões Finais

Antes de mais nada, tenho que assumir que esse texto só está existindo única e exclusivamente por conta da Eris.

Se não fosse pela prévia do último episódio, onde fiquei curioso para saber o que levou a evolução dela, eu nem teria assistido essa segunda temporada de Mushoku Tensei.

Não é como se eu tivesse odiado a temporada passada, eu só não tinha motivos para querer assistir essa.

Faltava algo ali para me convidar a querer acompanhar a história e isso, felizmente, surgiu depois desses 11 episódios.

Sim, eu passei de alguém que não fazia questão de continuações, para uma pessoa que espera poder ver logo o resto da história.

Por isso, talvez, quem sabe, esse texto de uma nova luz para quem estava na mesma situação que eu e deixou passar o anime por falta de interesse.

Que venha a Eris adulta.

Como deve dar para imaginar, essa segunda temporada conseguiu me agradar muito mais que a primeira.

As coisas seguiram em um ritmo mais interessante, e a quase completa ausência de cenas problemáticas do Rudeus, deixaram o anime mais apreciável para mim.

Além disso, o trabalho de desenvolvido dos personagens fez com que tudo funcionasse melhor.

Eu gosto de como o autor de Mushoku Tensei constrói a jornada dos personagens dentro da história.

É difícil encontrar obras que você sente que o mundo dos personagens não é uma muleta para que as coisas aconteçam, mesmo que na prática ainda seja isso.

A passagem de tempo dentro de Mushoku é extremamente agradável, onde cria uma sensação orgânica para a obra.

As pessoas vem e vão, se encontram e desencontram, o ambiente muda e evolui sem que seja necessário explicar isso.

Anos se passam e você percebe as mudanças em detalhes de cada personagem e como houve uma história por traz daquilo.

Tipo esse cara.

Um grande exemplo disso é Paul, que saiu com aquela vibe de herói salvador da pátria e voltou como um bêbado fracassado.

Mesmo que a história nunca tenha ido para o lado dele, você consegue visualizar todo o contexto ali, desde a queda da sua esperança, até mesmo a situação desesperadora que a região ficou depois dos teletransportes.

O mesmo vale para personagens como o Ruijerd e a Roxy.

Eles tem uma jornada sutil, seja pelas mudanças que o Ruijerd passa ao se mostrar mais humano, ou pela redenção que Roxy consegue com seus pais, tudo ali mostra como as coisas progrediram no tempo que passou durante a jornada do Rudeus.

Best guy.

A adição de personagens como Orsted e a Nanahoshi também foram muito bem-vindas, não só por terem entregado de longe o melhor episódio do anime, mas por criar um plano de fundo para a história.

A primeira temporada de Mushoku Tensei deixou um pouco a desejar nisso para mim. Mesmo que tenha indícios de que havia algo maior por trás, você não sentia o que exatamente isso era.

Nessa temporada deu para ver bem toda a trama girando, com o Deus Humano sendo mais presente e te deixando curioso para saber onde isso vai levar.

Clima de tensão foi mais de 8000.

Por fim, sou obrigado a falar da Eris porque, como comentei, foi ela a fonte de inspiração primordial para o texto.

Foi muito gratificante ver a evolução dela nessa temporada.

Em diversos momentos a personagem mostrou uma maturidade que me surpreendeu por ser espontânea e condizente com o que precisava.

Aquela garotinha chata e histérica da primeira temporada foi se transformando em uma personagem bem mais confiável e interessante.

Ela ainda é ardida, como minha vó diria, mas as suas ações mostram como durante os anos que o grupo viajou junto ela amadureceu não só como uma guerreira.

A forma como  lidou com as garotinhas nekomimi e, principalmente com o que aconteceu com os seus parentes, foi  algo que eu não imaginaria que ela fosse fazer.

Isso criou um contraste incrível para o Rudeus, porque mostra que até a mais infantil das personagens tem mais maturidade do que ele com sua experiência de vida quando bate de frente com um problema grave.

Eu queria entrar em mais detalhes disso, mas o texto já está enorme, então vou falar apenas de mais um ponto.

Quem diria que viria a minha favorita.

A cena de sexo do penúltimo episódio é bem delicada, mas a forma como foi feita ficou tão boa que chega a ser impressionante.

15 anos é a maturidade daquele mundo e é justamente o que simboliza a Eris ali.

Não sei como acontece no mangá/light novel, mas a forma como a direção não sexualizou quase nada o evento foi sensacional.

Os flashbacks com a jornada a Eris  e a sua passagem de menina para mulher ao perder a virgindade são o ápice de toda a evolução dela como personagem, fechando bem o ciclo que ela viveu como criança.

Eu sou #TeamCabeloLongo, mas vou sempre defender esses cortes de cabelo quando trás esse simbolismo de deixar o passado e seguir em frente.

A Eris precisava deixar o Rudeus e se tornar independente para evoluir ainda mais, e foi isso o que ela fez.

Grata surpresa dessa temporada do anime

Em resumo, essa temporada de Mushoku Tensei foi bem melhor do que a primeira.

Significa que não tem problemas?

Não. Ainda tem seus problemas, que eu carinhosamente deixei de lado aqui para focar nos pontos que considerei positivos (e não escrever um livro no post).

Para quem ficou meio indiferente com a temporada passada, pode valer a pena dar uma segunda chance, já que o desenvolvimento da história e dos personagens de deixa bem curioso para saber o que vem depois.

Extra

Para variar, vou usar o extra para colocar as coisas que não deu para adicionar no texto principal…

Menino Rudeus

O Rudeus ainda continua sendo um personagem que não faz diferença para mim, mas tenho que admitir que o episódio final ficou bem feito. A mistura entre as duas versões dele dão um toque bem legal para o problema que ele tem quando bate de frente com uma dificuldade.

É bem compreensível quando ele diz que as pessoas tendem a voltar para o seu antigo estado, porque é bem verdade. Espero que em uma próxima temporada/filme, ele evolua um pouco mais nesse sentido.

Decepção…

Minha maior decepção nessa temporada foi a elfa. Era meu hype em termos de waifu e foi um belo desperdício na história.

Se eu ignorar o spoiler do motivo dela ser pervertida, ela não me disse nada o anime inteiro e só serviu para alivio cômico e fanservice.

Na verdade, o grupo da Roxy em si não fez nada. Só a Roxy se salvou por ter encontrado os pais, porque de resto…

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.