Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsuujinai – Simples, mas divertido | Review
Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsuujinai foi mais um daqueles mangás aleatórios que peguei para ler depois de ver a capa no rank de vendas e que, como é de se imaginar, me agradou bastante.
A obra em si é bem simples e não foge muito do tradicional das comédias românticas, mas consegue usar bem das ideias que têm e entregar um mangá divertido, que pode garantir uma boa leitura para quem gosta desse tema.
A história do mangá acompanha Mona, uma das mais belas garotas da escola e que está acostumada a ter uma legião de pessoas a adorando e dizendo que a amam.
Entretanto, sua posição de perfeição é ameaçada quando ela conhece Kuroiwa Medaka, o único garoto da escola que não reconhece sua fofura e ainda lhe trata com completo desprezo.
Obstinada em ter todas as pessoas aos seus pés, Mona decide conquistar Medaka e fazê-lo se apaixonar.
O problema, no entanto, é que Medaka é um monge em treinamento e foi criado para resistir a todas as tentações mundanas e evitar ter qualquer tipo de desejo ou relação com o sexo oposto, fazendo com que os planos de Mona se tornem uma missão quase impossível.
Como deve dar para imaginar pela sinopse, a dinâmica do mangá gira em torno da Mona tentando arrancar reações do Medaka e conquistá-lo, mas, antes que isso faça parecer que a obra é mais uma variação de Takagi-san/Nagatoro, é aí que o mangá consegue ter seus méritos.
Por mais que a ideia em si ainda seja a de provocar o garoto, a obra segue mais para linha da sedução literal, deixando de lado as brincadeiras bobas de Takagi-san ou o bullying de Nagatoro.
A Mona está sempre tentado fazer o Medaka reconhecer a sua beleza, enquanto ele, por sua vez, está sempre tentando resistir a tentação e se manter firme no seu treinamento de monge.
O ecchi no mangá é bem leve, o que é até surpreendente considerando a proposta, além de que ocasionalmente a própria Mona se questionado do quão apelativa está a sua sedução, mantendo aquele pezinho no chão para não parecer que a garota é uma completa dissimulada.
Já em relação ao romance em si, não é mistério para ninguém como as coisas funcionam para os japoneses.
Naturalmente a Mona acaba se apaixonado pelo Medaka e percebendo isso (por mais que demore um pouco), enquanto que ele passa a aceitar interagir mais com ela, mas na maior parte do tempo as coisas seguem naquele ritmo tradicional, sendo que as investidas da Mona, e as consequentes falhas, são a parte mais interessante do shipp.
Isso não significa que a relação dos dois seja chata.
Acho que por justamente ter essa dinâmica de seduzir o outro lado, a sensação de que as coisas estão muito paradas acabam não sendo muito frequentes e você consegue se divertir com as reações da Mona e os momentos que o autor cria.
Minha única crítica ao casal seria o Medaka.
Ele não é o típico personagem denso e sem graça, já que o lado de ser monge ajuda dar personalidade para ele, além de que sempre fica aquela sensação de que se não fosse por esse voto de castidade, ele já teria caído em tentação.
Porém, o personagem dele em si é muito limitado a isso.
Se não for interagindo com a Mona, o Medaka basicamente não existe na história.
Ele demonstrar alguns pensamentos, mas é bem superficial, o que às vezes causa aquele sentimento de que a Mona está super valorizando as pequenas coisas que ele faz.
Com o decorrer da história isso vai melhorando um pouco, principalmente quando ele reconhece que os ensinamentos da sua religião nunca disseram que era para ser ignorante com o sexo oposto, mas é melhor assumir que a Mona é a protagonista e não criar grandes expectativas.
Por fim, as rivalidades no romance existem, mas acabam até que sendo bem usadas.
O autor consegue encaixar bem elas para serem um novo fôlego para a história, já que só o humor entre a Mona e o Medaka iria aos poucos perdendo a graça.
Ir adicionando novas desafios para a Mona ajuda a manter as coisas mais interessantes e fazem com que as rivais sejam uma boa adição para o mangá.
Na verdade, é apenas a rival, já que as outras logo deixam o posto e passam a ser suporte para a Mona, o que é bem legal para não cair no clichê da legião de garotas apaixonadas.
Além disso, mesmo sendo uma rival, a Asahi não chega a ser aquela personagem chata que está ali apenas para atrapalhar.
Ela tem uma boa personalidade e a forma como é direta em enfrentar a Mona faz com que as duas realmente tenha essa relação de rivalidade (inclusive se dando relativamente bem), não sendo aquele clichê de vilã suja.
Fora que o autor sabe usar relativamente bem disso para criar um clima de competição “saudável”, com as duas fazendo a vida do Medaka ser ainda mais difícil por quererem fazê-lo se apaixonar.
Em resumo, Kuroiwa Medaka ni Watashi no Kawaii ga Tsuujinai é uma comédia romântica simples, que tenta inovar a sua maneira e trazer algo novo dentro dos bons e velhos clichês do gênero.
A parte mais divertida para mim foi ficar vendo as frustrações da Mona em falhar nas suas conquistas, mas com o tempo até o romance começou a ficar mais interessante e parecer palpável.
Para quem gosta do gênero, vale a pena dar uma conferida e ver se a obra bate com seus gostos.
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