Shokei Shoujo no Virgin Road – Impressões Finais
Shokei Shoujo no Virgin Road era um anime que eu tinha interesse na temporada, mas que não coloquei muitas expectativas em ser algo grande para evitar cobrar muito de uma obra que não era tão impressionante assim.
Para minha surpresa, minhas experiências com o anime acabaram sendo bem mais positivas do que eu esperava, principalmente em como a obra estrutura a sua proposta de “matadora de protagonistas de isekai”.
O anime tem seus probleminhas, como qualquer outras obra, mas no geral foi uma experiência bem agradável e divertida de acompanhar.
Para começar, acho interessante dizer que o anime não se trata de um “anti-isekai” como a proposta da sinopse pode fazer parecer.
De fato, o objeto da Menou é matar os invocados de outro mundo, mas em momento algum eles são tratados como vilões propriamente dito. Na verdade, boa parte do tempo você percebe que eles também são uma vítima do sistema daquele mundo.
Essa mudança de perspectiva é importante porque mostra como o autor não queria fazer uma obra para criticar o gênero, mas sim tentar dar uma nova visão para esse conceito que já foi usado até dizer chega.
Isso também não significa que as ações da protagonista sejam erradas ou más. Na verdade, esse é justamente o motivo de ter gostado do anime.
A resposta não é clara. Não tem um certo ou errado. Por mais que exista injustiça com os invocados, também há justiça por parte da Menou em proteger o mundo que vive.
O primeiro episódio consegue comprimir muito bem essa ideia, apresentando um “protagonista” que foi tirado do seu mundo e condenado a morte por conta disso, ao mesmo tempo que tenta te explicar o porquê desses invocados terem se tornado tabus.
Por mais que soe injusto matar o garoto sem dar uma chance, existem provas de que manter aquele tipo de pessoa viva trás muitos problemas para o mundo como um todo e por isso as ações da Menou não são infundadas.
Essa dualidade moral é algo que dá uma identidade bacana para o anime e te faz ficar interessado pela construção de mundo da obra, já que as coisas não se limitam a apenas pessoas sendo invocas por acaso.
Existem as conspirações por trás disso, interesses políticos e outros eventos relacionados a vinda dessas pessoas do Japão que complementam bem essa dinâmica de não haver uma linha que divide bem a moral nas ações da protagonista.
Outra coisa interessante sobre o fator isekai no anime são os efeitos que isso foi causando no próprio mundo da obra.
Além dos vários desastres que são mencionados pela protagonista, também é legal notar no começo como também houveram efeitos positivos na vinda dos invocados, como uma “japonetização” do mundo.
Essas pequenas coisinhas na construção do anime são interessantes e mostram como a obra tenta criar algo que vai além dos clichês padrões.
A única coisa que gostaria te ter visto um pouco mais de explicação seria sobre o funcionamento da magia.
Eu acho muito legal esse esquema de decodificação/palavras-chaves, mas o anime não se aprofunda nisso e fica meio que superficial como tudo funciona.
Agora falando das protagonistas, eu gostei bastante da Menou como um todo.
Além de ser carismática, ela faz o que é preciso e sabe tomar decisões racionais quando necessário, o que mantém a história girando bem.
O estilo de luta que usa é um dos meus preferidos, então a maioria das batalhas conseguiu me deixar bem entretido por conta de ter aquelas jogadas de ilusão e um pouco de estratégia envolvido no combate.
Já a Akari… Bem, 70% do tempo ela é meio chatinha com aqueles “Menoou-chan!”, mas os outros 30% compensam isso entregando uma protagonista realmente intrigante.
Além de mudar drasticamente de personalidade e adicionar algumas camadas de drama com o seu passado, a forma como deixa claro estar manipulando a história por trás das câmeras dá uma nova perspectiva bem legal para o anime.
Acho que foi um dos plot twist do anime que mais gostei, porque eu não imaginaria que ela estaria tão envolvida com os acontecimentos da história e estava mexendo os pauzinhos por trás para seguir o roteiro que criou.
Na verdade, falando de fora geral, todo o elenco conseguiu ser bem competente por si só.
Mesmo que não se afastem muito de certos clichês, eles conseguem entregar bons dramas e apresentar algumas histórias interessantes.
As personagens de apoio tem seus dilemas e problemas pessoais, como a Momo, e os vilões também não são aquele estereotipo completo de maldade, tendo algumas motivações e servindo justamente para reafirmar os perigos que os invocados podem trazer para o mundo da protagonista.
A Ashuna é um mulherão da p— e dispensa comentário pela forma como está sempre indo direto ao ponto e resolvendo tudo, literalmente, na porrada, fora que a vilã do final conseguiu me passar uma sensação de perigo real com sua imortalidade.
Ou seja, por mais que não haja grandes evoluções por parte dos personagens, todos que aparecem em cena tem sua parcela de desenvolvimento e relevância para o roteiro, não ficando com aquela cara de enfeite de cenário.
Já em relação ao fator romance yuri que a obra tenta vender, eu diria que é ok.
A Menou com a Akari funcionam de certa forma, mas não chegaram a me convencer muito como casal.
Por outro lado, meu shipp entre a Momo e a Ashuna se manteve do inicio ao fim.
As trocas de farpas que as duas tem durante todo o anime, além de serem divertidas, passam aquela sensação de que dá para sair alguma coisa dali.
Se vai realmente sair alguma coisa disso tudo, só o autor sabe dizer, mas pela experiência do anime, eu diria que o foco aqui não é ter um romance propriamente dito ou como fator principal no desenvolvimento dos personagens.
Resumindo, Shokei Shoujo no Virgin Road é um anime que me surpreendeu positivamente por trazer uma ideia relativamente original e executar isso de forma satisfatório.
Os personagens são divertidos e o ritmo em que a história vai progredindo, junto de certos plot twist, fazem com que você fique interessado no que vai acontecer com os personagens.
Algumas coisas poderiam ser melhores aproveitas, claro, mas a obra consegue entregar o que promete e fechar bem tudo o que foi mostrado dentro do possível.
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