Impressões semanais: Orange #06


Chegamos em cerca de 46% de Orange, e finalmente várias revelações capitais foram discorridas, não apenas para o que o anime apresentará em suia continuidade, como explanam e justificam várias ações já tomadas nestes 6 episódios.

A interação do grupo foi eficientemente desenvolvida, então já é crível e natural aceitar atitudes altruístas que os jovens tomam uns com os outros, sem soar uma generosidade excessiva, assim como alguns diálogos mais íntimos, vide as questões que, indiretamente, denotam um desejo de saber “quem você prefere?” entre Naho e Kakeru. Essa simples conversa, aliás, é preponderante para entendermos bem a psique insegura do garoto.
Tenho visto que muitos se mostram antipáticos e desgostosos com Kakeru, por sua personalidade fechada e o fato de tantos outros estarem se sacrificando por este, vide o fabuloso Suwa. Não nego que Suwa é minha figura favorita do anime e é difícil crer que alguém abdicaria de sua paixão para com outro, mas ao menos agora, com o fato do garoto também ter recebido a carta ter sido abordada no roteiro, suas razões tornam-se compreensíveis. O que o Suwa do futuro disse para o do presente é um mistério, mas deve ser relacionado com o que Orange tem de mais questionável: Suwa e Naho serem um casal na realidade onde Kakeru já partiu, sendo óbvio os sentimentos que ela sentia por este. 
A despeito de nunca ser plenamente exposto, não é difícil interpretar e supor que Suwa tenha total consciência da infelicidade e arrependimentos de Naho, o que automaticamente se espelha nele, por se sentir responsável por sua felicidade. Tendo essa perspectiva, o Suwa do futuro deve ter esmiuçado estes sentimentos para reforçar e convencer seu eu juvenil a cometer a terrível tarefa de privar-se do amor de sua vida. É algo inimaginavelmente doloroso, entretanto, sensato e coerente no grande caráter já demonstrado pelo mesmo, o que o torna ainda mais fascinante.
Claro que isso joga uma certa culpa para Naho, apesar de não sabermos as circunstâncias de como ela resolveu juntar-se com Suwa, mesmo com a profusão de emoções que sente por outra pessoa (por mais que esta não esteja mais em seu plano físico).
Não acho justo julgar a personagem sem o conhecimento de como ela atingiu tal estado, pois é evidente que Naho ama Kakeru e despeja tanto esforço, de maneira quase irritante, para auxiliar e salvar o garoto, com intenções benevolentes e não egoístas, já que ela não é vista se lamentando sobre extinguir ou não seus arrependimentos. E por mais que seja chavão, não podemos esquecer de nossa imperfeição, nossas minímas idiossincrasias responsáveis por nos definir. Naho busca, inocentemente, seguir os conselhos de sua futura eu, sem se dar conta de sua própria evolução ou limites, como é visto na tentativa de exortar Kakeru acerca de sua mãe.
O pedido de sua versão futura é equivocado, vago e até insensível, como se não tivesse noção do quão incapaz é a Naho de hoje no quesito lidar com sentimentos. É necessário transmitir confiança para o estudante se abrir, mas faltou sutileza. Kakeru perdeu sua mãe recentemente, o que o levou a cometer suicídio posteriormente, e não é algo que pode ser simplesmente consolado por palavras de carinho. 
Naho e Kakeru estão, de forma tímida, paulatina e gradual, fortalecendo seus laços, com pequenos flertes e indiretas bem diretas – e irreconhecíveis por ambos – relacionados ao que sentem um pelo outro, e a abruptude tomada pela garota, em virtude do conteúdo da carta, pode ser um empecilho e involução em sua aproximação.  

Avaliação: ★ ★   ★ (+)


#Extras:
Orange e sua sessão “animação terrível” da semana.