Impressões semanais: Orange #05

Apesar do foco do episódio de Orange ser seu casal principal, com toda sua timidez e dificuldade em demonstrar sentimentos digno do estereótipo japonês, o destaque dessa quinta parte se deve a um terceiro personagem: Suwa.

A química entre Kakeru e Naho é latente, bem trabalhada pelo anime e realçada pelos belos backgrounds e a trilha sonora eficiente, o que torna sua relação crível até o ponto do espectador torcer por ambos, mas grande parte do avanço em que tiveram um com o outro, se deve a seus amigos, especialmente Suwa. Não apenas pelo tato de engenhar com que os pombos fiquem sozinhos forçada e inesperadamente, e sim em uma tarefa muito mais complexa e admirável: o sacrifício de abdicar de seu amor em prol do bem de duas pessoas tão prezadas por si: a própria garota que detém seu coração, e Kakeru, talvez seu melhor amigo.

Por essas razões, Suwa é, particularmente, minha figura favorita em Orange. Existem diversas formas de demonstrar sua afeição e amor, a maioria de acordo com o indivíduo portador do sentimento, e a escolha de Suwa é a mais difícil de todas. Pode soar clichê pelo excesso de conteúdo que já tivemos em nossas breves – ou não – vidas, mas o garoto sabe que Naho ama Kakeru, que ama Naho, e ele está entre ambos. Suwa não confirmadamente desistiu de conquistar a garota, mas ele reconhece que, no momento, não tem chances. 

Isso também levanta o questionamento de como se sente o Suwa do futuro, aquele que constituiu família com Naho, sabendo que tal ocorrido só se dá possível pelo perecer de Kakeru. É uma vida de arrependimentos e dúvidas, e por isso as cartas de Naho, que visam dirimir as angustias de seus homônimos jovens, envolvem todo o grupo, não apenas a ela e Kakeru. 

É simbólico, então, que após garantir o encontro entre os protagonistas, Suwa finalmente demonstre lágrimas em seus olhos, pois todo sacrifício acarreta dores, e o que ele faz é avaliar a intensidade entre essas dores, pois elas são inevitáveis. 

E mesmo sendo uma trama extremamente humana e tátil, Orange ainda assim apresenta elementos de viagem temporal, características que ganharam um pequeno arranjo durante a aula dos estudantes. Entretanto, já vos adianto, foquem-se nos relacionamentos, não no sci-fi, pois assim, com certeza, aproveitarão melhor o que o anime vos oferece.