Impressões semanais: Re:Zero #14
Uma Doença Chamada Desespero. |
Re:Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu #14
E voltamos! Após o episódio em que muitos de vocês confundiram o incompreendível com o indefensável, o episódio que separou famílias e acabou com casamentos, o episódio que resultou em assassinatos e a ruína de amizades.
Porém, este poderia ser um recomeço, uma esperança realçada pelo início onde vemos Subaru, aquele que tanto dividiu opiniões, treinando com o mordomo de Crusch. A sugestiva mudança de personalidade vista previamente à abertura, no entanto se provou mais falsa que a feminilidade de Felix.
Antes de seguir em frente, vale esmiuçar a abertura – a animação, pois a música não me agradou e terei de ouvi-la no youtube algumas vezes para acostumar-me. Algumas imagens que valem nota são os vários momentos trocados entre Barusu e Rem, como se o anime quisesse fazer um faservice aos shippadores, incluindo um momento fantástico onde os dois cavalgam uma espécie de velociraptor. Épico, e talvez spoiler, já que o episódio acabou de uma maneira onde, teoricamente, a demônio não deveria ter a capacidade de cavalgar bípedes.
Mas o que predomina e perdura no clima atual da animação é uma atmosfera obscura, funesta e melancólico, e a Op não poderia ser diferente. Quadros rápidos se sucedem onde Lia é mostrada com uma expressão cabisbaixa e aflita, um palhaço com cara de vilão estereótipo – e é impossível não ligá-lo a Roswaal – e a querida semi-elfa recebendo um caloroso abraço das mãos escuras tão presentes e misteriosas até aqui, mas que muito provavelmente pertencem à bruxa. Me faz pensar se essa obsessão de Subaru para com Lia não acarretará em algo catastrófico (mais do que já foi). E não esqueçamos da ausência de Ram. Onde está Ram? Não esqueçam da Ram.
O que decorre após tudo isso evidencia como os rumos a seguir serão tempestuados e penosos. Se Subaru parecia disposto a fortalecer-se fisicamente, seus motivos expõem como a psique do rapaz, a que mais necessita de reparos, permanece inalterada, infelizmente. Semana passada deixei bem claro como suas atitudes eram indefensáveis e caberia ao mesmo mudar a percepção negativa gerada, entretanto, o garoto parece disposto a manter seus princípios errôneos.
O fulgor com que defendeu Emilia para o vendedor deixa claro como Barusu a ama, mas essas boas intenções não devem se sobrepor aos meios que o mesmo cultiva para se mostrar útil. Nosso protagonista se encontra quebrado e desvirtuado como nunca, atingindo um nível de orgulho e teimosia que poderia ser assemelhado a figuras corruptas e perversas. A arrogância que demonstra para com Lia vai além de preocupação, e como a semi-elfa expôs na cara de nosso “herói”, é algo egoísta e para levantar o próprio ego.
Enquanto os minutos passavam, me vi enraivecido e decepcionado com Rem. Estaria sua aparente paixão por Barusu a tornando tão irracional quanto ele?! Sua indulgência e passividade perante as sandices do garoto denotavam o oposto do desenvolvido da cabelos azuis até aqui, e como é bom ver que apesar do nítido sentimento que nutre pelo mesmo, ela soube reconhecer as consequências de ir ao palácio na situação atual e como seria um gatilho para deteriorar de vez a relação entre Subaru e Emilia, o que por vez iria destroçá-lo definitivamente. Foi uma atitude sensata, inteligente e de preocupação. Justamente o que Subaru deveria ter feito para com Lia.
Mas é claro que ele, ensandecido, atordoado e desviado da luz do senhor, acabaria subvertendo os reais objetivos da decisão de Rem. É mais um indício da insensatez desvairada de suas ações.
” Então você acha que eu sou um inútil também, Rem?” |
O estado psicológico de Subaru está em frangalhos e talvez falte o apoio daquela que ele mais precisa para se estabilizar, mas principalmente, quem não está se ajudando é o próprio, como podemos ver pelo modo como tratou Reinhard e Crusch. Esse auto-auxílio não virá enquanto Subaru se ver como vítima, o que é difícil de mudar tendo em vista que ele atribui tudo ao fato de não conseguir revelar seu segredo.
Já nos minutos finais, Re jogou mais perguntas em seu labirinto de questões. Vocês estão de prova como eu questiono o caráter do palhaço desde que o vi, e não estou afirmando sua má índole, mas os indícios estão jogados. Os encapuzados que cercaram Subaru suplantam as teorias que o relacionam à bruxa, começando pelo cheiro e passando pelas mãos que o impedem de dizer a verdade e muito são responsáveis pela sua aparição neste mundo.
E, é claro, o novo mistério acerca do massacre do vilarejo, que poderia ser mais eficiente não fosse a abertura. Os efeitos dessa suposta morte em Subaru, bem, me resguardo de predizer.
Independente dos pequenos erros, é inegável como o anime tem se mantido intrigante e despertado a curiosidade e ansiedade da nação otaku.