Netflix promete melhorias para a Indústria de Animes
Com o recente posicionamento da ONU sobre as condições de trabalho desumanas da indústria de animes, o site Bunkatsushin publicou um artigo revelando o interesse da Netflix em mudar esse cenário no Japão.
De acordo com o texto publicado, a Netflix liberou um documento de 35 páginas detalhando seus esforços para melhorar a indústria de entretenimento japonesa, dando destaque para o setor de animes e as formas de assegurar a sustentabilidade dela ao longo prazo.
Dentre os principais pontos, a plataforma de streaming revelou que, em colaboração com a Agência de Assuntos Culturais do Japão, ofereceu evidencias de que paga o justo pelos conteúdos digitais e que vem se esforçando em melhorar essas condições, garantido que o preço das licenças seja justo e que as taxas sejam repassadas, não somente para os estúdios, mas para as empresas terceirizadas e trabalhadores freelancer.
Outro aspecto apontado pela Netflix foi a transparência nas etapas de produções e custos envolvidos.
De acordo com a Bunkatsushin, esses processos ainda são um grande desafio, mas a Netflix vem exigindo prestações de contas para cada etapa de produção, mantendo dessa forma mais clareza para os investidores saberem onde seu dinheiro está sendo gasto e quais setores precisam de melhorias e correções.
A streaming também destacou que está buscando iniciativas para melhorar os padrões das adaptações em live action, se focando em garantir um ambiente mais harmonioso.
Além disso, também foi relatado uma preocupação em melhorar os contratos de trabalho, já que mais de 20% dos animadores não sabem os termos que vão assinar, o que leva muitos freelancer a continuarem procurando empregos constantemente, refletindo também em uma dificuldade ainda maior para os estúdios gerenciarem tudo isso.
Como sugestão, o texto menciona o sistema promissor estipulado pelo estúdio DandeLion (The First Slam Dunk, Akanesasu Shoujo), onde um banco de dados de contratos foi criado para os colaboradores que trabalharam em The First Slam Dunk.
Por fim, o documento aponta as diferenças entre as formas de proteção dos trabalhadores no Japão e no ocidente.
De acordo com a Netflix, um sistema parecido com o SAG-AFTRA (Sindicado americano dos artistas e criadores de conteúdo) não funcionaria no Japão. No entanto, a Associação de Animadores do Japão (NAFCA) discorda, alegando que é necessário um certificado baseado em habilidades para garantir que os artistas mais experientes tenham salários justos.
Fonte: Kudasai
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