Mayoiga episódio #01 – #03
Essa semana não rolou Ansatsu, então, para não comentar apenas um anime, vou ensaiar alguns pitacos sobre Mayoiga, um dos quatro animes que escolhi acompanhar da temporada.
Mas por que, dentre tantas opções, optei por Mayoiga? Bem, meu gênero favorito – ao menos atualmente – é o que envolve suspense psicológico com mistério, e se possível, um bom drama embutido. Dentre tantas possibilidades, a plot de Mayoiga foi a que mais se aproximou disso, além de ser um conto sobre desajustados que querem começar de novo, algo bem identificável. E ainda há o fantástico Tsutomu Misuzhima na direção, que após o espetacular trabalho que realizou em Shirobako, não pode ser ignorado.
O piloto me agradou, mas de uma forma diferente do que esperava, sendo, infelizmente, uma dessas obras que apela pra excessos a fim de criar uma atmosfera perturbadora e angustiante, algo muito comum no gênero. O resultado, porém, me incomoda, e pode ser bem definido pela palavra histriônico (infelizmente não há termo simplório para isso). Os frequentes gritos, caretas, sorrisos afetados, ao meu ver, artifícios baratos para camuflar uma falha ou preguiça em toda a equipe envolvida, principalmente o roteiro. Ou, talvez, seja apenas uma escolha deliberada, afinal, não é incomum essas características supracitadas em suspenses gore, vide Another, do mesmo diretor, só que desta vez, elevado a enésima potência.
O excesso de personagens deixa bem claro que vai rolar muita morte ali, o que fica mais claro com a falta de desenvolvimento em grande parte deles nos dois episódios seguintes. Até aqui, sempre que uma conversa se inicia, são as mesmas figuras que fazem parte do diálogo. E o pior é que até aqui, o único explorado foi o cara bad ass e opressor que vive numa constante TPM masculina. O problema é que deixaram sua personalidade tão detestável até ali, que fica difícil sentir pena de sua situação, ao menos eu, não tive compaixão nenhuma. Ao menos, é o único que tem alguma justificativa aparente para largar o mundo real.
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Imagem aleatória colocada no meio do texto para fazer ele parecer menor e menos cansativo. |
O protagonista é o eterno clichê que visa atrair empatia por espelhamento. Não estou dizendo que TODOS vocês são losers tímidos que nunca conseguiram um companheiro(a) e vivem como tarados enrustidos, mas não há como negar que a concepção popular sobre assistidores de anime, é essa, inclusive da própria indústria, principalmente no Japão, um país que tradicionalmente julga a exposição de sentimentos e àqueles que assistem “desenheínhos” e leem “revistinhas”, sem se dar conta que esse estilo de vida conservador potencializa o surgimento do famoso otaku-virjão. Enfim, assunto pra outro texto, mas não é à toa que existam tantos termos para se referir a problemas bizarros da juventude exclusivamente na terra do sol nascente.
O resumo é: a escolha do caráter do protagonista é simplesmente manipulação do estúdio para você, eu e todos nós. Logo, ele vai assumir as rédeas da narrativa, virar o salvador de todos, atrair as gatinhas e virar prefeito simbólico da vila.
A própria direção de Misuzhima está aquém de seus últimos trabalhos, pouco inovadora e sem cenas que façam brilhar os olhos. Até agora, um esforço burocrático e sem inspiração. O mesmo pode ser dito do design de produção e a trilha sonora. Uma vila é o local perfeito para construir uma ambiente claustrofóbico e aterrorizante, e é inconcebível que esse ambiente tão propenso e conveniente seja tão subutilizado, espero que com o andar da trama, explorem-o melhor. A trilha sonora é inexistente, nem tenho comentários. Ela não completa cenas e momentos com tensão, nem corrobora para aflição com silêncios perturbadores.
Eu tô bem decepcionado.
Re: Zero episódio #03
Como eu disse, o episódio dessa semana seria o total contraponto do que vimos domingo passado, mas jamais pensei que fosse tanta ação assim, mesmo tendo lido o mangá. Tudo de bom, então? Infelizmente não, mas o único culpado disso sou eu, já que ter lido o mangá tirou a surpresa e o fator êxtase que as batalhas poderiam propiciar em circunstâncias diferentes – não ter conhecimento da história, nesse caso.
Mesmo assim, no entanto, principalmente a luta envolvendo Emilia (agora posso falar o nome sem spoiler) me deixou decepcionado, muito por falta de cacife da equipe e do estúdio. Faltou fluidez e uma direção mais inspirada, que fornecesse cortes inteligentes ou cenas impactantes. Foi muito mais do mesmo.
Parece que a maior parte do orçamento foi gasta na segunda parte do capítulo, com a chegada do ainda misterioso Reinheart, em toda sua imponência e benevolência, que mesmo não revelando toda a magnitude de seu poder, soltou combos de encher os olhos. Entretanto, sua fé no poder próprio – leia-se arrogância – quase custou a vida de Subaru, e em condições normais, ele seria responsável pela morte do garoto. Espero que isso implique em alguma evolução do personagem, e não seja apenas um artifício usado inutilmente para a cena do garoto tendo sua barriga estripada – cena bem forçada, aliás, já que vários minutos passaram entre a cena do conflito com a bruxa e a exposição do corte.
Ao menos, o final foi bem diferente do mangá – bem mesmo -, não sei se a Light Novel, qual a animação se adapta, possui também um enredo distinto, mas de qualquer forma, a partir de semana que vem, tudo será novidade para mim.
Vendo agora, podemos dizer que esses três primeiros episódios formam um pequeno arco, e pela incredulidade de Renheart perante a insígnia de Emilia e a sobrevivência da bruxa, teremos um ainda maior e definitivo que se desenrolará durante toda a temporada. Que seja bom!
Avaliação: ★ ★ ★ ★ ★ (+)
#Extras:
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Capricharam nos efeitos da 2ª luta.
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Que mulher! (vou falar isso dela até o epi 25, pelo jeito).
Jack, o estripador é o indício de que terá muito gore |