Taiyou no Ie: House of the Sun – Um romance sobre o valor da família, amadurecimento e o tabu da diferença de idade

Uma bonita comédia romântica sobre família e crescimento.

Autor: Taamo

Volumes: 13 (Finalizado).
Gênero: Romance, Comédia, Slice of life, Escolar, Shoujo.
Sinopse
“O que uma criança pequena deve fazer quando sua mãe deixa seu pai por causa de outro homem? Ou quando seu pai se casa novamente e uma mulher que traz consigo uma criança de um casamento anterior? Ou quando seu amigo de infância a convida para morar com ele?”
Mao Motomiya desde criança vivia brincando na casa de Hiro Nakamura, até que um seus pais morreram em um grave acidente, seus irmãos foram morar com outros familiares e ele decidiu ficar sozinho cuidando da casa. Ao mesmo tempo, o pai de Mao – que se mantinha frio e distante dela – se divorciou de sua mãe e casou com uma outra mulher, que trouxe uma nova criança para dentro da casa. Mao perdeu sua zona de conforto, se sentindo solitária e rejeitada pelo pai e a madrasta, até que Hiro (23) a convidou para morar com ele na casa em que Mao (16) sempre se sentia feliz.
Análise
Essa obra é essencialmente uma chamada ao valor do ambiente familiar e a mudança positiva e negativa que isso pode causar nas pessoas. A protagonista feminina, Mao, busca subconscientemente em Hiro, seu amigo de infância, os elementos familiares que ela nunca teve, enquanto Hiro usa Mao como um consolo a família que ele perdeu. Basicamente a história começa com um complementando o que falta no outro apartir do momento em que decidem morar juntos, e dai pra frente a coisa começa a crescer lentamente até virar um romance.

A obra é extremamente leve e cheia de momentos bonitinhos ou engraçados, lembra muito um outro mangá chamado Horimiya (recomendo). Mesmo quando acontecem conflitos entre personagens o clima dificilmente fica pesado e as resoluções são bem agradáveis, evitando um exagero melodramático. E falando em conflito, esse mangá não tem só dois personagens: o elenco vai crescendo através da inserção de colegas de classe da Mao, colegas de trabalho do Hiro, irmãos do Hiro, ect. Depois da metade do mangá começam a surgir outros possíveis casais, além de outros pretendentes disputando tanto o Hiro como a Mao; Aliás, é impressionante como o autor consegue manter o clima leve com a quantidade de gente sendo rejeitada de um lado pro outro nesse mangá, se eu fosse fazer um daqueles quadros ligando quem gosta de quem ia sair algo muito doido. Felizmente, a maioria consegue seu final feliz, mesmo que não necessariamente com a pessoa que desejava a principio (quem não consegue final feliz na obra principal consegue no spin-off de volume único que saiu depois). 
O tal tabu da idade é um pensamento que passa pela cabeça dos dois protagonistas, principalmente na do Hiro, que inicialmente só via Mao como uma irmã. Mas a diferença é de apenas 7 anos e com a garota tendo 16 e o cara 23 não é nada tão chocante assim, motivo pelo qual eu gostei de não terem dado muito enfoque ou feito drama em cima nisso, é um barreira inicial mas que logo é deixada de lado.

Quase todos os momentos dramáticos são guardados para os últimos 10 capítulos, é lá que tudo que foi acumulado de problemas durante a trama é resgatado e propriamente resolvido. Felizmente nada soa abrupto, todos os desenvolvimentos já estavam sendo trabalhados a um bom tempo, principalmente o da Mao com sua nova família – e seu pai -, a qual ela criou coragem para tentar encarar na metade da obra, mas que só nos capítulos finais conseguiu o pontapé que faltava para resolver a questão, com o mesmo sendo verdade para o conflito do Hiro com seus irmãos. Achei muito legal como o autor fez do desabafo do pai da Mao a chave para resolver o problema da irmã do Hiro. O modo que o Pai dela – que você vai odiar por quase toda a obra, mesmo com a justificativa do comportamento dele sendo dada logo no início do mangá – consegue ser humanizado em um discurso perto do final é fantástico! Preparem seus lenços!
Os personagens são bem trabalhados em sua maioria, e embora o crescimento da protagonista seja o maior exemplo disso, é na transformação de personagens que parecem desagradáveis a primeira vista em pessoas que você respeita e torce para que tenham um final feliz  – como o irmão do protagonista –  que mora o maior charme desse mangá. Os próprios pretendentes da Mao e do Hiro priorizarem a felicidade da pessoa que amam – as vezes até ajudando o rival -, a sua própria é particularmente admirável e gostoso de ver.  Não tem vilões nessa obra (graças!!!), mas nem todo mundo é bom. O diferencial é que é explicado o motivo da pessoa ter feito as coisas “ruins” que fez (o pai e mãe da Mao principalmente), e como o final mostra, mesmo cometendo erros as pessoas podem tentar mudar.
Conclusão
Taiyou no Ie é uma obra que eu recomendaria para qualquer um que goste de uma comédia romântica com um pouquinho de drama. Para quem tem preconceito com shoujos aviso que a obra não apela para os clichês mais famosos da demografia e até mesmo a arte é diferenciada nesse aspecto, puxando mais para um design simples e bonitinho, ao invés dos famosos personagens extremamente espichados e de aparência madura. A obra é leve, divertida e os personagens carismáticos. O final, mesmo que manjado, deve agradar a maioria também. Recomendado.

Nota: 9/10

Capa dos volumes:

Por último, foram essas imagens que vi alguém linkar no twitter que me fizeram ficar curioso pra ir ler o mangá, quem sabe não funciona pra vocês também xD:

Relacionado:
Outras recomendações de mangás