Impressões semanais: Yowamushi Pedal 3//Machine Doll wa Kizutsukanai 3

Essas mini-histórias após os créditos são tão divertidas…


Oi, pra quem não me conhece, sou o Tanaka, também conhecido como Panaka ou Tanakaevoce no twitter. Estive ausente por algum tempo por falta de motivação, mas agora estou de volta com a caneta na mão

Estão em pauta dois animes: Yowamushi Pedal e Machine doll wa Kizutsukanai

Yowamushi Pedal episódio 3

Como em todo anime de esporte, a primeira partida (corrida nesse caso) do protagonista é sempre não oficial, tal como um amistoso ou um treino. É ali que ele se familiariza com o esporte em si e com seus companheiros de equipe caso haja algum, sente a adrenalina subindo e o sangue esquentando pela primeira vez.

A fórmula é bem simples: protagonista motivado e idiota + esporte + campeonatos + companheiros de equipe + rivais = anime/mangá de esporte de sucesso. Yowamushi utiliza-se do mesmo método de Kuroko no Basuke, um protagonista em um molde diferente do da fórmula acompanhado de um ou dois amigos que se encaixem no mesmo. No decorrer da história vão aparecer vários competidores dessa estirpe, e se tem uma banheira de competidores motivados e idiotas, alguns com hábitos estranhos, gritos exacerbados a qualquer momento e em qualquer lugar, amuletos da sorte em forma de animais de porcelana e derivados.

A corrida foi boa. Não excepcional, mas boa. Era uma ladeira cercada de árvores, um cenário pouco criativo em comparação a uma pista de corrida oficial. Uma parte bem trabalhada foi o motivo de estarem correndo. Não teve nenhum discurso de “levar o esporte a sério” que é sempre característico do gênero. Foi um simples interesse e curiosidade de um ciclista profissional acerca de um garotinho otaku que subia ladeiras perigosas em uma “bicicleta de mamãe”, e a troca de idéias que os dois tiveram no telhado também foi bem sólida e enredada. Os comentários educativos são bem distribuídos e são sempre pertinentes ao que está ocorrendo naquele momento.

Um pequeno problema (que não me incomodou significativamente) remete ao cansaço muscular no corpo de Onoda. Ele perdeu o fôlego 2 ou 3 vezes e apesar disso voltou mais rápido do que antes em um ritmo improvável (porque impossível é uma palavra muito forte). Na curva final Onoda estava quase arrebentando a corrente alcançando uma potência anormal de rotações por minuto em uma ladeira (com inclinação de 20%, segundo o Imaizumi). É possível sim se cansar e recuperar o ritmo se a respiração for controlada, como não foi o caso aqui. Ele manteve uma taquicardia num ritmo altamente desgastante por uma quantidade de tempo considerável. Fora isso, o episódio foi bom. Podiam ter forçado a barra para o Onoda ganhar, mas não cometeram esse erro.

Nota: 78/100

#Machine doll wa Kizutsukanai 3

Chega-se ao fim do primeiro arco, Kanibaru Candí. Não tem muito o que aproveitar nesse tipo de anime (garoto conhece garota com poderes especiais que faz tudo o que ele manda), e visto que Arpeggio é sobre batalhas de submarinos, esse foi escolhido por eliminação. Eles são fáceis de blogar, e adoro simplicidade.

Machine doll é uma história típica com um enredo típico, personagens típicos, plot típico, resoluções típicas e personalidade típicas, logo não esperem muito desse aqui. No máximo será algo que vão achar divertido ou não mas que esquecerão rápido.

É possível notar de imediato quando um autor não dá uma foda para uma de suas personagens. Esse é o caso de Yaya. Ela não é apenas uma ferramenta no contexto da história, sendo sua personalidade metódica cujo funcionamento se resume em padrões simplificados de comportamento. Veja bem:

1) Yaya certamente estará dizendo o nome de Raishin em voz alta e tentando seduzi-lo 98% do tempo.
2) Nos 2% restantes, ela estará nervosa e o atacará com murros furiosos por ele estar falando da Shouko.

Essa é a Yaya. Sim, apenas isso.

Raishin funciona bem no papel. Na prática, ele acaba se tornando apagado demais por simplesmente agir conforme um personagem principal deveria sem destacar seus pontos positivos e negativos de maneira alguma. É quase um piloto automático. O único aspecto que vejo sendo apontado é sua inteligência, que às vezes causa uma impressão positiva (quando ele retirou o presente de saudação do mascarado para medir sua capacidade de reação) e às vezes negativa (alguém sugere que a arma de um crime seja X, e o garoto já deduz que a pessoa que sugeriu é o culpado).

Essa dedução do flashback de última hora soou tão forçada que acabou com todo o clima de mistério. Ledo engano, pois foi dissolvido bem antes, lá para o episódio 2. Considerando que não era mais um mistério e sim uma emboscada em que Raishin e Yaya acabaram caindo de qualquer forma, a tentativa de engrandece-lo acabou sendo apenas um recurso barato, como se para provar que o garoto não havia sido completamente inútil. Eu até entendo que é natural pensar que a única pessoa que anuncia a existência de alguém e que tem um certo controle é bastante suspeita, mas subestimar a inteligência do espectador dessa forma é um pouco demais. Apesar disso, o ponto forte do arco foi justamente a cena em que Raishin e a loirinha são emboscados, ou seja, o clímax.

Nota: 56/100