Impressões semanais: Vividred Operation 8 – A determinação dos dois lados

-Tensão. 

-Após o incidente do último episódio, Akane teve de ser hospitalizada, fato que afligiu suas companheiras de equipe. Nesse ínterim, o Alone do episódio anterior se encasula em torno da torre de Tokyo. O exército tenta destruí-lo, porém suas tentativas são vãs e o pelotão inteiro é liquidado pelo contra ataque. Durante uma conferência, o Dr.Isshiki  convence as meninas da impossibilidade de realizar docking entre elas, comprometendo quaisquer tentativas de erradicar o Alone. Após longa deliberação, o exército decide então lançar todas as 109 bombas SGE numa tentativa desesperada de conter a ameaça, destruindo Tokyo no processo. Aoi e Rei se encontram no hospital e tem uma conversa sobre Akane. Rei, é claro, ainda não suspeita de nada. As garotas então decidem ir às armas e lutar a despeito das advertências do Dr.Isshiki. As mesmas elaboram uma estratégia, e com apoio do exército, a executam, eliminando o Alone com sucesso. Ao fim do episódio, todas vão visitar Akane no hospital, enquanto Rei se encolhe em frustração.
-De certa forma, fiquei surpreso com o estado de saúde de Akane. Vividred segue padrões de Mahou Shoujo e Tokusatsu, e uma das regras básicas do Tokusatsu é que o herói nunca recebe dano diretamente em seu corpo, apenas na armadura. A quantidade de faíscas que a roupa solta quando é atingida que determina se o guerreiro ainda é capaz de ficar de pé. No pior dos casos, ele não conseguir mais se transformar, mas dificilmente irá para no hospital.
-Um aspecto interessante nesse episódio é a reorganização de hierarquia na ausência de Akane. Nota-se que os holofotes recaem para Aoi, que se torna por tabela a líder temporária do grupo, mesmo que de forma tênue. O que acontece é que o próprio arquétipo da Aoi faz dela uma personagem apagada em relação ao resto do grupo, e a melhor maneira de destaca-lo é introduzindo tensão na narrativa e ofuscando a luz mais brilhante, que no caso é a Akane. Se hipoteticamente Akane houvesse morrido durante a batalha, Aoi acabaria por se tornar uma extremista odiosa e vingativa para ao fim da história encontrar sua redenção. 
-Dr.Isshiki deu uma justificativa bem meia-boca para o fato das garotas não serem capaz de realizar docking entre si. Em um anime como vividred, a possibilidade e o número de eventos contribuem bastante para a apreciação da narrativa. É importante que uma história simples faça uso de uma gama de possibilidades abrangente para manter o interesse do espectador. Dentro do escopo do episódio, foi necessário, mas num contexto geral, a escolha de Yoshino não foi muito feliz.
-Mas tudo bem, pois tivemos o primeiro uso de estratégia em todo o anime. Simples, mas dotado de sequências de ação dinâmicas e eficazes (apesar do CG estranho, que não é novidade em anime). Cena melhorada pelo fato da estratégia não ter funcionado, o que contribuiu para alavancar a tensão para o clímax  do episódio, onde Aoi recebe o apoio do “fragmento de espírito” de Akane com o “Rang” como interface. Esse é um Mahou Shoujo, afinal. Nada melhor do que terminar as batalhas com o poder da amizade (e do shoujo-ai).
-E já que entrei no tema de amizade, não posso deixar de ressaltar que essa é a principal diferença entre Rei as “Vivids”. Rei perdeu tudo o que era importante para ela, seu único amigo é um periquito e sua única esperança é um corvo de intenções e palavras duvidosas. As Vivids, por outro lado, possuem muito mais determinação para proteger seu círculo de amizades e a cidade onde vivem das ameaças constantes. Rei não tem motivação e sem perceber, acaba buscando um escapismo nas Vivids. O que eu quero dizer é que a contraposição não chega a ser um conflito de ideais moldados no caráter das garotas, como no caso de Ichigo vs Byakuya (Bleach), Jiraya vs Pein (Naruto) e Shirou vs Archer (Fate/Stay Night UBW). É simplesmente uma luta onde o vencedor e perdedor já foram decididos antes de começar. Apesar de que eu adoraria que fosse, pois sou fanboy de lutas desse tipo.
-E novamente o acidente de 7 anos atrás é mencionado. Tendo em vista os méritos da especulação, pode-se aferir de modo incerto que Rei está sendo enganada pelo corvo que se passa por sua mãe. Até porque não faz sentido. Um acidente no motor de manifestação destrói o mundo e mata seus pais, e para trazê-los de volta, é necessário causar outro acidente? O próprio flashback do episódio 5 é meramente simbólico, o que dificulta chegar a uma conclusão lógica sobre o ocorrido. O que aconteceu depois daquilo? Eu rotulei aquelas cenas como “porcamente desenvolvidas” quando o episódio estreou, até por remeterem às situações de Homura Akemi e Fate Testarossa, porém de forma muito vaga. Olhando em retrospecto, talvez essa tenho sido a intenção.
Rei, você está levando muito a sério.
-Rei consegue apurar a localização do hospital aonde as vitimas do Alone foram mandadas, e infere a partir daí que o “borrão vermelho” (ela não sabe ainda que se trata de Akane) também se encontra lá, o que induz o seguinte questionamento: Seria Rei capaz de matar alguém para alcançar seus objetivos? É relativamente simples depender de Alones para fazer o trabalho sujo, pois há uma partilha de responsabilidade e imagino que ela esteja assumindo que os borrões coloridos são robôs, soldados ou algo do tipo… Mas e se ela precisasse fazer isso com as próprias mãos? Até mesmo Homura não foi capaz de chegar a esses extremos em Madoka Magica (Kiritsugu, por outro lado…). O corvo disse que o poder dos Alones é diretamente proporcional à sua determinação. Todavia, ela não é capaz de ignorar uma criança em perigo, e, por conseguinte não está disposta a sacrificar qualquer coisa para restaurar o seu mundo ao estado anterior. Por essas e outras, acho que no momento, ela não seria capaz de matar. A não ser que ocorra alguma espécie de mal entendido entre ela e Akane, o que faria com que perdesse a confiança nas pessoas e transpusesse a barreira da moralidade mais facilmente.
Até o próximo episódio.