Impressões semanais: Orange #09
Acho que já está claro para todos, mas por via das dúvidas, vale ressaltar como Orange, a despeito de ser um Shoujo (apesar do mangá ter sido finalizado numa publicação destinada a Seinens), não é focado absolutamente em romance, e sim em amizade. Há, sim, o casal principal, mas acima de tudo, conta a história de um grupo de amigos buscando preservar e dar algum sentido à vida de um companheiro querido por todos…Kakeru.
A construção da turminha foi orgânica e já está consolidada, sendo natural vê-los juntos, com suas brincadeiras e tiradas. Isso abriu espaço para uma nuance mais romântica por parte da obra, agora fortemente centrada na relação Naho – Kakeru, pois como explanado, é ela quem tem a verdadeira chance de oferecer uma nova perspectiva para o garoto.
E nas várias cenas em que ambos dividiram a tela, alguns clichês clássicos aos mais familiarizados com o gênero surgiram, como ela cair em seus braços, no episódio anterior, o altruísmo mútuo (dividir o guarda-chuva, no caso) e principalmente, se alojarem juntos da chuva que cobria os arredores. Porém, o clichê principal se dá na personalidade de ambos, sendo a verdadeira representação da inocência, e talvez Naho tenha atingido um novo nível de ingenuidade. Ambos evoluíram exponencialmente desde o início da animação, mas sua natureza pura ainda perdura.
E é justamente por isso, que as presenças de Suwa e cia se dá dão essencial para a resolução e continuidade do plano para salvar Kakeru. É a amizade voltando à pauta. Pode parecer demasiado exagerado os esforços alheios para com uma única pessoa, como se o estivessem mimando. De certa forma, o é, mas Kakeru necessita, pois sua fragilidade e instabilidade emocional ainda são gritantes. E não podemos julgá-lo, afinal, visto que deve ser doloroso ver os pais de tantos colegas por perto, mas saber que os seus nunca chegarão.
O diretor escolheu um recurso narrativo interessante para representar o psicológico do rapaz, de uma maneira barata, porém eficaz, ao deixá-lo isolado em meio ao quadro preenchido em um branco inócuo e infértil.
Essa inconstância reverberou, inclusive, na forma de ciúmes, pois não aguentou presenciar àquela qual ama tratar com tanto carinho e ternura alguém fisicamente mais atraente que si mesmo. Qualquer desdém e desgosto para com a personalidade do garoto é cabível de acordo com seus princípios, mas é uma construção detalhada e prodigiosa.
Já tecnicamente, não podemos dizer o mesmo. Orange já revelou, em sua introdução, um traço temeroso, e com o tempo, aprendi a ignorar, mas o fato é que não dá pra negligenciar o descuidado que foram alguns quadros desta vez. Nível Dragon Ball Super em sua pior fase.
Eu preconizo muito mais um roteiro do que o visual, mas quando o material é tão precário assim, fica difícil deixar passar. Não sei o que ocorre nos estúdios da Telecom, entretanto, é preocupante que liberem algo tão vexatório (vergonhoso) para ser animado.
São pequenos detalhes que definem a qualidade final de um todo, e a 4 partes do fim, está na hora de definir se a preocupação é exclusivamente monetária, ou profissional e artística.
Qual a sua nota, leitor?
[yasr_visitor_votes size=”medium”]
#Extras
Adorei estas texturas animadas.