Kuzu no Honkai #11 – Impressões Semanais
E faltando um episódio pra acabar o roteiro vai por uma direção que eu não esperava, com a professora pegando o final mais feliz de todos até aqui.
O trabalho psicológico nesse episódios mudou do Mugi para a professora 90% do tempo. O que é deveras interessante, mas reforça o problema de uma narrativa com muitos personagens aonde você quer desenvolver todos: frequentemente você tem a sensação que o roteiro esqueceu os outros para trabalhar 1, o que torna a narrativa picada. Hana perdeu totalmente a relevância por 2 episódios por exemplo, quando o mais normal é que próximo ao final do anime a atenção nos personagens centrais fosse maior. A amigo de infância e amiga da Hana são outras que desapareceram.
Não esperava o pedido de casamento, mas foi uma abordagem interessante. Quantas vezes dá pra pensar em histórias aonde um mão elemento (na visão da sociedade) recebeu um final feliz ao invés da famosa retribuição pelos seus atos? Ficar pulando de homem em homem não tem nada demais se todos os envolvidos souberem disso, mas a professora fazia isso para magoar os outros com frequência, colocando ela como o “vilão” da história. O vilão com um final feliz agora, o que é estranho, mas adoro quebra de expectativa.
Já a questão da mudança dela é discutível. Sim, eu acredito que as pessoas mudem de acordo com suas experiencias. No caso da professora ela foi quebrada por um cara que aceita ela do jeito que ela é, errada como ela é. É diferente do Mugi que sabe mas não aprova por exemplo. E o cara se importa tão pouco com isso que até pede a mesma em casamento. É o romance na sua forma mais pura, aonde você deseja a felicidade do próximo, não importando o que tenha que fazer para isso.
Só espero no entanto que a professora não seja milagrosamente curada e vire uma boa moça. Eu acredito em mudanças gradativas, não pessoas virando do avesso de uma hora para outra por situações que afetam um pouco seu psicológico.
Já o professor é meio que um mistério. Aquela mulher que o abraçou era sua mãe? Irmã? Ele se apaixonou pela professora pela semelhança com as mesmas? Não deixam claro, fica a cargo de interpretação. Existem basicamente duas viáveis: 1 – Ele tinha um amor reprimido pela pessoa em questão que o atraiu pela professora. Então está basicamente a usando para preencher seu sentimento não correspondido. 2 – Aquilo representa apenas o amor puro dele, como o amor que a mãe dele ou irmã tinha pelo mesmo, desejando sua felicidade acima de tudo.
Já o Mugi só seguiu em frente nesse episódio depois de entender melhor o que sentia pela professora. Mudança considerável eu não vi. Mas foi bonita a cena da ponte, que para entender é necessário se atentar a parte em que a professora diz que gostaria de ser lembrada como professora, uma figura, um simbolo. Aparentemente porque não gostava de si mesmo, e não queria que as pessoas lembrassem dela como pessoa. Ao dizer que amava ela como pessoa, mesmo ruim, vadia, etc, a mesma chora, gerando uma cena muito bonita.
Kuzu gastou sua primeira metade para desconstruir personagens ou em alguns casos só mostrar o quanto eles são quebrados. E na segunda parte pega eles e tenta torna-los pessoas melhores através de interações e aprendizados. É legal, e pode gerar bons climax em médio prazo (episódio 9 e 11). Mas aquela construção mais longa que vai acabar em um climax super marcante no final foi perdida. Faltando 1 episódio para acabar não existe nenhum conflito a ser resolvido, apenas o Mugi e a Hana decidirem o que vão fazer, sem urgência para tal.
Nesse ponto gostaria que o enredo fosse menos picado em sua constante troca de “foco em 1 personagem e esquece os outros por todo resto do episódio”. É funcional para o meio de narrativas. Mas quando se chega próximo do fim o ideal é um foco mais fixo em elementos escolhidos e a tentativa de desenvolver algo mais longo que possa gerar um climax de grande impacto. Ainda assim, é engraçado como essa história começou como algo pesado e está ficando mais e mais leve conforme se aproxima do fim.
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E você, que nota daria ao episódio?
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Extras
Quem era essa? E o que representa? O amor puro de uma pessoa para outra? Ou complexo de édipo? Indicando que o professor no fim das contas está apenas usando a professora pra preencher seu amor pela mãe também. O que até combinaria com a obra, mas não deixam claro em nenhum momento até agora. Como os personagens até aqui tendem a fazer uma auto avaliação de si mesmos, se for algo mais puxado para isso o professor deve deixar claro antes do fim do anime, eu creio.