Re:Creators #07 – Impressões Semanais

Quão triste e revoltante deve ser para um individuo descobrir que é praticamente uma nota imutável. Re:CREATORS abre esta semana com a reflexão sobre algo inerente a todos os seres humanos: a mudança.

Isso pode parecer algo banal, mas é esse fluxo constante da matéria em eterna mutação que nos fornece a liberdade de nos reforjarmos mediante as escolhas que tomamos e as experiências que vivemos. Como disse Heráclito: “um homem não se banha duas vezes no mesmo rio”.

Contudo, para personagens fictícios esse privilégio de mudança particular é completamente negado já que todo o seu ser está ligado a uma descrição arquitetada pelo seu criador, o autor.

Acorrentado a uma sinfonia chamada enredo, esse indivíduo, mesmo que possua uma história bem detalhada com um desenvolvimento psicológico que o aproxima de uma pessoa real, nunca  é dono de si próprio.

Mediante ao fato de que as ações e escolhas que consequentemente provocaram alguma mudança nele, são nada mais e nada menos que composições do autor.

Então não é difícil compreender o que levaria um personagem a desejar modificar suas descrições. Sendo interessante a possibilidade de mudança teorizada pelo Mirokuji.

Sem a restrição do roteiro, as características dos personagens que o autor ocultou, mas que estão em sua descrição veem à tona com a possibilidade deles mesmos mudarem suas concepções e maneiras de agir sem apenas seguirem um script, ou seja, ganham o tão sonhado livre-arbítrio.

O que também possibilita eles a não necessitarem dos criadores para efetuarem mudanças em suas respectivas histórias. Isso porque as mudanças não advêm apenas do texto, mas da influência da obra em outras pessoas.

Entretanto, por mais que mudem alguns aspectos da sua personalidade, ainda não dá para saber se eles se tornariam outra pessoa, ou continuariam mantendo a base do autor.

Então talvez o que teríamos é um aprofundamento desse personagem que seria mais livre, mas sua maneira de agir e pensar ainda estaria, mesmo que com menos força, vinculado a como ele foi inicialmente concebido.

À vista disso, eu já esperava que a genocida uma hora ou outra fosse fazer uma visitinha ao seu criador (porque estava adquirindo o material de origem dela) e que isso não seria algo muito bom. Dito e feito, ela praticamente despachou o cara para outro mundo como uma boa vilã faria.

Não imagino, entretanto, os reais objetivos dela com isso, mas pelo o que ela disse, seus planos são de provocar uma grande mudança que opino que não vão se restringir apenas à história dela, o que vai acabar ajudando a Altair em sua vingança mesmo com essa psicopata não se aliando à “grande vilã”.

No entanto, o personagem que me desperta curiosidade é o Sota. Nossa, o protagonista que não faz nada? Sim, porque independente do personagem ser tímido e se abster em participar diretamente da ação (afinal, o que um estudante faria contra um outro ser que desafia as leis da física?) já está mais que claro em razão do conteúdo dos posts no flashback dele que o garoto ajudou a criar a Altair.

E só um criador também poderia afirmar com todas as letras como ele afirmou para a Mamika que a Hime seria alguém que não se importaria de fazer algo extremamente ruim.

Contudo, por que ele não conta isso às outras pessoas? Por que reluta em revelar o que sabe? Por que todo esse trauma em cima de sua criação?

Apenas sequelas do suicídio da amiga? Espero que não, seria clichê demais. Cogito que o pepino é mais grosso e o Sota está indiretamente envolvido no que provocou a morte da Setsuna, a parceira dele.

O que explicaria a dificuldade em voltar a desenhar  e esta postura de tentar esquecer e manter o passado oculto. Então o Sota seria o verdadeiro vilão desta história a final?

Não, creio que ele foi só uma vitima de uma  circunstância desagradável e que por consequência disso tomou atitudes que acabaram causando mal de forma indireta para quem ele não queria, o que gera talvez um sentimento de culpa e pesar nele.

E o que me deixa certa disso é ele dizer que acha que a Altair realmente odeia aquele mundo, o que indica que ele sabe e muito bem o motivo desse ressentimento e ódio dela.

E se por acaso ele for realmente o culpado direto, admito que seria um baita plot twist que eu gostaria de ver sendo executado, mas não de qualquer forma, porque uma revelação desse calibre precisaria de muita base pra não sair algo nonsense.

No entanto, o que eu acho engraçado e inverossímil no anime é o fato do departamento de segurança ser um total fiasco em localizar os criadores ao ponto de precisarem de um otaku para fazerem isso.

Sério? Quantas pessoas trabalham em um departamento desses? Devem ser mais de quinhentas, provavelmente, mas um estudante consegue encontrar mais rápido uma informação crucial do que gente que deveria ser especializada em investigação. Uma baita conveniência para dá utilidade ao protagonista.

Mas no geral acho o anime pé no chão na maioria do tempo e gosto do fato do enredo busca dar explicação para as coisas que em outras obras nem seriam explicadas, como a interdição da polícia à ponte onde estava acontecendo a batalha entre os personagens para justificar por que diabos não tinha um passante sequer por aquele lugar durante o confronto.

Entretanto, nem assim dá para dizer que aquilo é totalmente realístico já que antes de fecharem os circuitos deveria haver trânsito por alí e só não teria se fosse uma estrada abandonada, o que não é o caso. E se aquela ponte for de saída e entrada para a cidade, piorou, era para ter mais trânsito ainda.

Em suma, esse episódio de Re:CREATORS foi bem movimentado, com bastante ação nos minutos iniciais e acontecimentos relevantes como a confirmação em definitivo (não tem como ter mais dúvidas) que o Sota participou de forma direta da criação da Altair e que ela era uma personagem popular, nesse caso de doujins. Agora é apenas aguardar o desenrolar desses acontecimentos.

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E você, que nota daria ao episódio?

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#Extras