Grimoire of Zero #07- Impressões Semanais
Grimoire of Zero continua com sua narrativa lenta e leve, a qual espero sinceramente que fique mais movimentada nos episódios finais, afinal até uma história infantil precisa de algum clímax marcante. E clímax de verdade tem que ser forte, emocionante, impactante.
Contudo, até o clímax futuro me preocupa por razão das cenas de ação não transmitirem aquela sensação de apreensão, são apenas razoáveis, não passam emoção alguma.
E infelizmente isso já era esperado pelo diretor inexperiente, que não pegou muitos trabalhos e por isso claramente não vai ter tantos contatos para a produção como um profissional com mais tempo de “casa” teria.
Todavia, eu ainda tinha um pouco de esperança dele conseguir pelo menos um ou dois animadores competentes para as cenas que precisavam de um pouco mais de atenção como as lutas.
Porém, mesmo que uma produção possua bons animadores, o diretor precisa dar palpites e modificar se precisar alguma coisa no storyboard para criar uma impressão maior de determinada cena ou momento chave no público.
Então o embate do protagonista contra o lobo e os bruxos cumpre apenas com o básico que é simplesmente movimentar o enredo, mas o essencial que é envolver totalmente o espectador no confronto, a direção, no meu ponto de vista, não consegue.
Sinceramente o que conseguiu passar um pouquinho mais de tensão aquele instante foi a Zero recebendo o dano do mercenário. O que não me surpreendeu de fato porque já esperava algo do tipo quando no episódio três ela desenhou aquele circulo mágico nas costas dele.
O que acho engraçado é que ela desfez em teoria o contrato entre os dois, mas não desfez o feitiço jogado nele. Sinceramente, ela não iria esquecer da merda de um feitiço que iria matar ela caso algo desse errado.
Então eu acho que a Zero tinha alguma expectativa no mercenário mesmo com ele não possuindo mais compromisso com ela ou é o caso dos feitiços de proteção de um bruxo não poderem serem desfeitos por alguma simbiose entre as duas partes como no caso da Serena com a Vila.
O segundo problema que vejo na obra é a superficialidade. Não tem uma real análise e desenvolvimento do psique dos personagens e de suas ações mesmo que trabalhem um pouco isso, principalmente com o mercenário.
E culpo principalmente o roteirista. Ele se prolongou demais no primeiro volume, porém, mesmo com a narrativa mais lenta não tocou nem um pouco no âmago de seu elenco. Isso porque o real desenvolvimento deles está obviamente distribuídos nos eventos dos outros volumes que não vão ser adaptados pela falta de tempo (esses episódios estão adaptando coisas do volume 2).
Entretanto, alguns assuntos tratados no anime são até interessantes, como a problemática com os bestiais, que foi novamente ressaltada nesse episódio. E gosto pelo menos dessa preocupação do roteiro em mostrar os dois lados de uma mesma moeda.
O preconceito em relação ao que é diferente e “estranho” misturado com o medo em consequência da violência dos bestiais que é resultado da coesão que esses indivíduos sofreram da sociedade junto com o fato deles serem realmente perigosos pois podem perder o controle e matar humanos sem hesitação.
E se analisarmos bem, essa foi a parte realmente mais importante desse episódio porque reforça simplesmente o jeito de ser do mercenário. O porquê ele ter tanta dúvidas sobre as pessoas e relutar em confiar nelas, incluindo a Zero.
E as coisas são como elas devem ser? Realmente elas têm que ser daquele jeito? Humanos não podem confiar em bestiais e os bestiais precisam devolver na mesma proporção a violência que receberam?
Afinal a garota que o contratou apesar de usá-lo como um objeto até o fim, claramente também sentiu o peso de sua ação simplesmente ao ver que o que fez não era legal e correto com alguém que havia confiado nela. O que demonstra que as coisas podem mudar desde que haja diálogo entre os dois lados.
Além disso, a ação dela também é totalmente compreensível pela atitude dos outros bestiais e pelo o que aconteceu com sua mãe. Tanto que é por isso que o mercenário não fica realmente ressentido e repete o que ela falou conformado, apesar da visível tristeza.
E como bem cogitava, o Treze não é uma pessoa muito boazinha, mas ao contrário do que pensava, ele também não é o Diabo encarnado. Apesar de sua rivalidade com a Zero ter um certo ar de disputa de poder, ele quer subjugá-la, aparentemente também tem uma certa tendência protetora com a bruxa, não apenas o desejo do poder (porque ele quer o grimório) e do conhecimento dela como eu imaginava.
No geral, este episódio foi bem razoável e mais movimentado que os anteriores, mas a narrativa continua lenta e sem uma ação que realmente te prende. Agora é esperarmos o desenrolar do próximo episódio já que o mercenário aparentemente vai até a “neta” da Serena e vamos ver mais um lado do conflito.
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E você, que nota daria ao episódio?
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#Extras