Re:Creators #09 – Verdades e Mentiras – Impressões Semanais

O episódio dessa semana não foi tão movimentado como eu esperava, se focando bastante em diálogos, novamente. Contudo foi bem produtivo porque o roteiro trabalhou um pouco mais com a ardilosa vilã genocida.

E se tem uma coisa que eu aprovo nessa caralhada de texto de Re:creators (apesar de achar de vez enquanto que eles deveriam diminuir um pouco isto) é que não é apenas um fanservise verbal (pegando termo emprestado do Marco), mas realmente tem um valor agregado a cada letrinha dita.

Mas voltando à psicopata ambulante, o interessante da personagem é que realmente o seu poder está atrelado às palavras e não estou aludindo ao fato dela reverter causa e efeito ao fazer alguém negar  uma afirmação feita por ela (sério Meteora que você foi perceber isto só agora?).

Bihn Rossini  disse uma vez que meias verdades são mentiras inteiras. O poder dessa vilã está em sua capacidade de distorcer muito bem o que deseja ao ponto de conseguir o resultado almejado usando de meias verdades.

E ela consegue isto quando junta fatos verdadeiros arranjados a uma mentira, conseguindo criar dessa forma uma “verdade” e se a pessoa não apurar bem o que está sendo dito, pode mergulhar nessa ilusão.

O que me lembra um comercial que falava de certas realizações de um presidente alemão que tirou o seu país da miséria, desenvolveu a indústria caída aos pedaços e deu esperança ao seu povo. E este comercial consegue te levar a conclusão que este homem é uma pessoa maravilhosa.

E seria maravilhoso mesmo se não fosse Hitler e tivesse matado milhares de pessoas pelo seu ideal de raça ariana pura. O comercial é um exemplo de como você consegue incitar um erro dizendo verdades.

Nietzsche também disse que convicções são piores que mentiras. E podemos observar isto muito bem na Aliceteria que fortemente embasada em um ideal de salvar o seu mundo e de justiça praticamente coloca uma venda em seus olhos e chega ao ponto de deduzir que a “Meteora deve ter matado a Mamika”.

Tudo bem que teve o dedinho do Capeta nisso, mas Aliceteria que criou a própria ilusão ao se convencer de que o grupo do Sota são realmente inimigos. E por um lado, eles até são, mas ela não esta nem ai para querer refletir o que os leva a lutar contra ela.

Não estou dizendo que ter convicções é ruim, mas se negar a pensar por causa de uma certeza e ideal é um erro que podem te levar a atos hediondos ou arrependimentos  colossais.

A ação da paladina é crível pelo seu comportamento precipitado desde o começo do anime. Mas não esperava que o roteirista realmente fosse por este caminho tão clichê.

Pelo menos neste caso o engano não foi atribuído apenas a duas ou três mentirinhas ditas pela verdadeira assassina, mas há um momento que seria bem fomentado se…

A garota não se explodisse e fosse espetada por trocentas espadas episódio passado. Então como ela ainda consegue escapar e ter  tempo suficiente para encontrar a Megane?

Tudo bem que a Mamika é uma mahou shoujo advinda de um mundo fantasioso, mas não tem quem me convença que por mais forte e resistente que seja o indivíduo ele consiga  ficar vivo por mais de alguns segundos com aquele tanto de ferimento grave.

Uma conveniência de roteiro que sempre me estressa independente da obra na qual ele apareça e que só não me deixa mais descrente do que o clichê do personagem sobrevivendo a morte pelo poder da amizade. E que bom que o roteirista não chegou a este ponto e realmente a executou.

Além disso, este episódio foi o famoso momento de redenção do protagonista no qual ele deve parar de fazer merda e tecnicamente começa a raciocinar corretamente e fazer alguma coisa, ou assim o espero já que a situação não esta muito boa para a Meteora.

E como eu esperava que uma hora ou outra os aliados dele descobririam a verdade, não fiquei surpresa com o andamento dos acontecimentos e aprovei a forma como o roteiro o levou a  desabafar para sua amiga, simplesmente sobre a luz de duras verdades.

A vista disso, também aprovei que não optaram por fazer um drama entre aliados após os amigos do Sota descobrirem o que ele estava escondendo deles.

Pelo contrario, achei mais humano e correto o comportamento da Meteora de não julgar, mas apenas escutar a enxurrada de desculpas preenchidas pelo sentimento de culpa do Sota.

Mesmo que na maioria das situações as pessoas tomem a posição de fazer juízos de valores, um amigo realmente confiável tomaria a postura que a nerd tomou de dizer o que acha certo sobre o assunto.

Mas sem agravar ainda mais o fardo do outro usando palavras demasiadamente condenadoras, porem não absorvendo a culpa dele e passando a mão na cabeça do garoto por ser seu amigo.

Há momentos para você ser duro com um amigo e outros de ser mais brando. Este é um momento entre o meio dos termos porque a situação é algo extremamente delicado que envolve muito do psicológico da outra pessoa. Uma palavrinha errada poderia ocasionar um estrago maior que as espadas da Altair.

Outra coisa que me incomodou além da conveniência para o encontro dramático foi a inserção da trilha sonora em meio a conversa final da Magane com o trio e o surgimento da Aliceteria.

Eu gosto da trilha porque ela incita muito bem o sentimento de tensão, batalha épica, etc. Contudo não achei muito legal o encaixe dela aqui, diferente do encaixe feito da outra ost durante o confronto do Mirokuji com a Magane.

Isto porque a cena é muito parada e sinto que ela se encaixaria melhor em cortes mais movimentados, por exemplo da luta da Selesia com a Mamika e Selesia com a Altair. Aqui ela é usada só para o aparecimento da Alice para causar mais impacto.

Uma ost instrumental de suspense/ impacto/tensão já bastaria, não precisaria de uma letrada. Contudo é apenas opinião pessoal minha.

No geral, foi um bom episódio para o desenvolvimento do protagonista e prelúdio para outra batalha. Só espero sinceramente que a Meteora não vá para a cova, porque estou enxergando várias bandeirinhas negras na cabeça dela.

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E você, que nota daria ao episódio?

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