Sakurada Reset #18 a #19 – Impressões Semanais
Depois de uma explicação fraca sobre a origem do escritório, e em certos pontos, bem conveniente, Sakurada fecha o seu arco esfregando na minha cara que ainda pode termina bem, e até mesmo criar um bom drama sobre as situações derivadas de certas ações do passado.
Ainda acho que estão encaixando os planos do Escritório de forma meio vaga, mas quando se trata de algumas explicações relacionadas a Souma, as coisas ficaram bem interessantes.
Os dois episódios consolidam o plano do Urachi, e sua tentativa de tirar as habilidades de Sakurada. O maior ponto em tudo isso, seria a parte das explicações feitas em cima dos ideais dele.
Eu gosto bastante de vilões que não tem o senso de mal definido, que não são ruins, ou tem um plano “maléfico” apenas porque precisam reforçar a bondade do protagonista da história, o Urachi é um desses casos.
A visão dele que as habilidades são um milagre conveniente para as pessoas, e que ao invés de depender delas, eles deveriam criar suas próprias felicidades, é bem interessante, e você não consegue apontar algo que seja obrigatoriamente ruim ali. É apenas a visão dele é ponto. O problema vem em cima dessa mesma questão.
A forma como introduziram isso foi bem fraca e preguiçosa. Talvez, o melhor forma de expressar, seria dizer que o ponto de vista estava errado.
Claro que existe uma explicação sobre os planos, e você consegue entender perfeitamente o roteiro, mas convenhamos que, não é por ver uma garota tropeçar, pessoas rirem descontroladamente no supermercado, e um terremoto/desastre ambiental que essa visão de justiça fica “correta”.
Qualquer um consegue assimilar e fazer a correlação com os quatro eventos, mas o ponto não é se as coisas são compreensíveis ou não, mas sim o quão aproveitáveis elas foram para o plot e construção dos personagens.
A primeira temporada girou basicamente em torno do Kei e da Haruki conhecendo pessoas e suas habilidades, resolvendo problemas em cima disso, o que por consequência, cria uma relação de existência para elas, já que, se não fosse pela forma como o Kei as usou, alguns problemas não seria solucionados.
Porém, quando o Urachi apareceu com a sua ideologia oposta, pregando o desaparecimento das habilidades, e sendo apoiado por personagens que “sofrem” efeitos negativos pela existência delas, isso foi rushado demais.
O plano dele é bem bolado, a habilidade dele foi muito bem aproveitada, e o diálogo com o Kei, reforçando o fato dele ser um incomodo para os planos, já que não pode esquecer de nada, são muito bons, mas ainda falta aquela linha que conecte o raciocínio, além do fato de ter sido uma informação apresentada em um diálogo durante a história.
As falas do Tsushima expressão um peso sobre a existência das habilidades, a questão do medo, de como algumas pessoas sofrem por conta do uso delas, mas ainda soa como um personagem expondo seus pensamentos, porque chegou o momento de fazer isso.
O arco da Michiru deveria ser o a ápice dessa relação habilidade X milagre, explorando os aspectos que dão base para a ideologia do Urachi.
Ela vivia em um mundo dos sonhos, fugindo da sua realidade e desistindo de criar a sua própria felicidade. A Michiru se escondia dentro da sua habilidade em tal ponto, que chegou a desistir de si mesma para ficar feliz.
A habilidade era a solução, assim como a origem dos problemas, mas no lugar de explorarem isso, cobriram tudo com “por quês?” que desviaram a atenção do verdadeiro proposito ali.
Isso nem chega a ser um ponto negativo expressivo, e dizer que é uma falha no roteiro seria errado, mas o desenvolvimento da morte da Souma contrapõe essa questão muito bem, deixa claro a diferença entre, apenas desaproveitar informações, e construir um raciocínio lógico em cima delas.
O que a Souma seria após voltar dos mortos? Ela seria a garota que morreu há dois anos, ou um outro alguém?
Essa questão foi jogado no final da primeira season, e um pouco arrastada durante esse início da segunda, a Souma entrou em uma especie de master plan, com inúmeras preparações, mensagens, sugestão que, unidas a questão da sua morte, formaram um belo plot final.
Existe uma correlação entre tudo o que aconteceu ali, existe um peso, um causa, um efeito. Tem uma linha definida que te força a pensar e entender os motivos de tudo o que a Souma fez, tanto que pela primeira vez o anime entregou um drama consistente.
Nós vimos ela morrer, nós vimos ela volta, e viemos o jeito que ela ficou após esse acontecimento. Eu até falei que sentia falta da forma que ela se comportava, que parecia ter deixado de ser a Souma de antes, e bem… Ela realmente deixou.
Essa relação do Swampman criada a um tempo atrás, junto da questão do androide, voltam a ser utilizados, e acrescentadas ao contexto do arco atual.
A forma como ela foi aproveitada não cria uma sensação de que eram dois personagens conversando enquanto explicavam coisas. O jeito como pegaram um detalhe bobo, como a Souma pedir para tomar banho na casa do Kei, e transformar isso em um ponto de discussão e apoiou para o desenvolvimento da história, e muito elogiável.
O sacrifício que ela fez, e o recendimento que carrega consigo por ter sido forçada a deixar de existir em nome de um plano. Se não fosse pela habilidades de Sakurada, a Souma seria uma garota normal, indo para o colégio, convivendo com os amigos e parentes, e passando seu tempo como qualquer outra pessoa.
Esses aspectos criam a relação que dá base para as motivações do Urachi e, em certos pontos, salvam parte da história a respeito do que foi levantado mais acima no texto.
Por outro lado, em uma analise fria e crítica, deixa claro que o roteiro desvalorizou um pouco das consequências das habilidades na vida dos cidadãos, em nome de “parecer inteligente” e criar induções lógicas.
A explicação final sobre a morte da Souma foi muito bonita de ver, principalmente pela forma como levantaram questões relacionadas a existência da personagem, e as consequências disso na sua vida.
O fato de criar uma boa relação com os ideias do Urachi, que tem se mostrando um bom vilão, torna o final desse arco bem interessante.
O próximo episódio deve iniciar a fase final da história, agora resta saber como vão desenvolver tudo isso, e se entregaram um enceramento adequando para os personagens, afinal de contas, a situação da Souma é bem injusta, independente de qual lado “vença”.
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E você, que nota daria ao episódio?
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Extra
O plano era: criar incidentes com os poderes sendo usados de forma inconsciente -> forçar o Escritório tomar médias a respeito disso -> Ukawa usar seu poder para apagar habilidades, já que ela pode manipular/apagar coisas inorgânicas.
Até aí, tudo ok, mas depois dela usar a habilidade, não teria que ter parado tudo? O Tsushima diz que o Kei não chegou a tempo, mas com exceção da chuva, tudo continuou normal.
A Ukawa não apagou tudo? Ou ela apenas tirou o “selo” de Sakurada? Eu pensava que o proposito era fazer ela tirar as habilidades da cidade, mas isso não aconteceu, mesmo após ela usar os poderes.