Re:Creators #16 a #19 – Impressões Semanais

Depois de uma progressão arrastada com textos exaustivos, que poderiam ser mais condensados, e um episódio fanservice que, na minha opinião, não é nem um pouco produtivo como introdução para o confronto final (a parte das termas), finalmente Re:Creators conseguiu engatar uma boa narração.

Os episódios mais recentes estão balanceando bem ação com diálogos bem escritos. O texto não é tão extenso e cheio de enrolação, possuindo um teor mais objetivo e menos explicativo.

O que é mais apropriado para a situação arquitetada, além do que,  acho estranho um bate papo muito prolongado no meio de uma batalha para salvar o mundo. O que, infelizmente, acontece por quase uns dez minutos em alguns animes, sem os personagens fazerem nada além de se encarar.

Também não estou dizendo que diálogos em batalha seja um demérito, afinal, o público também precisa de algo a mais, além de dois sujeitos se matando para manter sua atenção centrada no conflito.

No entanto, o roteirista tem que saber dosar o tamanho do texto com situações que ajudem a criar mais tensão, o que acarreta muito mais do que pura ação.

E nesse aspecto, Re:Creators retomou com uma escrita decente, pelo menos no requisito de saber utilizar reviravoltas nos momentos certos, para tornar o clímax bem movimentado e  prolongar a batalha sem torná-la cansativa e desinteressante para o publico.

Contudo, o problema de clímax muito longo é que este recurso pode se torna muito previsível pelo uso continuo e, consequentemente, perdendo intensidade no impacto que seria almejado. Portanto, o ideal seria que terminassem com o ato no máximo em mais dois episódios, para encaminharem para a conclusão.

O que também me preocupa nisso tudo, além do esgotamento dos twists, é a Altair, por ser uma antagonista com características de um ser quase onipotente. Este tipo de personagem é bom para criar um desafio maior para os protagonistas e gerar tensão.

Mas, entretanto, também carecem de uma derrota bem trabalhada, ou acaba-se gerando o que chamo de deus ex machina. Uma derrota esdrúxula para um poder gerado da preguiça do roteirista de criar algo mais aceitável e coerente dos “mocinhos” vencerem o vilão.

Um mecanismo de se sanar isto, é a construção de um calcanhar de Aquiles inteligente, um limitante que possa ser explorado em determinado momento da progressão, ou um outro personagem que se iguale com o vilão.

Aparentemente, o limitante da Altair é o próprio sistema de seu poder de controle sobre as criações. Mas como o selamento dele foi interrompido, não consigo imaginar como poderão tentar uma armadilha semelhante novamente.

O que é bom, porque gera expectativa no publico, que poderá ser sanada, ou se tornar um belo banho de água fria, dependendo da solução desenvolvida pelo roteirista.

Agora, especificando coisas que gostei bastante nessa parte do anime, claramente ressalto a morte de Selesia. Uma decisão corajosa que não foi apenas um “matar por matar”, mas toda a situação teve uma construção emocionante e bonita.

No entanto, receio se o diretor e roteirista vai manter os personagens mortos até o desfecho da batalha ou vai ressuscitá-los dentro do confronto. O que desejo que a produção seja sensata de não fazer. Que eles vão ressurgir em seus mundos, todos já imaginam.

Os diálogos do Blitz com sua criadora também foi interessante e bem bolado, inclusive a pequena revirada dela trazer a filha dele de volta a fim de forçá-lo a lutar contra sua antiga aliada.

Sendo que ambas as situações tocam no que a série vem trabalhado desde o inicio da trama, a relação criador e criatura.  Independente das escolhas tomadas, por mais que o personagem mude, ele continuara preso aos traços originais escritos pelo autor .

Isto porque suas decisões continuaram em partes ou fortemente influenciadas por eles, como o fato de Charon seguir Altair porque Matsubara havia escrito que ele estava se cansando de lutar .

Então os criadores em suma têm a vantagem de conhecerem intimamente as criaturas como um pai conhece um filho.Sendo assim, se Sota conhecer bem a criação de sua amiga, a chave de vencer Altair esta no personagem, ou arma, que ele criou para o grande evento que ainda é um mistério.

Só espero que o que o protagonista concebeu seja coerente com tudo que foi mostrado até aqui, não apenas um artifício conveniente pra concluir a história.

Concluindo, Re:Creators esta com um confronto final bem escrito e cheio de reviravoltas que pode caminhar para um bom final, ou algo meio forçado e com resolução pobre.

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E você, que nota daria ao episódio?

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#Extras