Princess Principal #08 – Verdadeiramente Falso | Impressões Semanais

Eu gosto muito de relacionar coisas que já assisti e criar aquelas pontes de ideia entre ambas as obras. Não que seja exatamente a forma correta de interpretar, ou que vá fazer grandes diferenças para o entendimento da mesma. No final, tudo não passa de um nonsense da minha cabeça, mas que acaba sendo, resumidamente, o que senti ao ver esse episódio.

A cena que esse episódio me fez lembrar, foi uma de Monogatari Series, mas especificamente, de Nisemonogatari, que tem um dos diálogos mais memoráveis da série para mim, onde a Kagenui conversa como Araragi sobre a ideia de falsidade.

Basicamente, ela questiona o que teria mais valor: algo original, ou uma falsificação (replica) dessa coisa/objeto? Em seguida, explica três pontos de vistas vindo de cada um dos personagens da série.

O primeiro apresentaria que o original vale mais pelo simples fato de ter vindo antes e, obviamente, “iniciado” aquela ideia. O segundo ponto se manteria neutro, e daria o valor igual para ambos, já que na pratica, eles são, de fato, a mesma coisa. O terceiro iria na direção oposta, e declararia que a falsificação tem mais valor do que o original, porque os processos para se alcançar uma copia são muito mais verdadeiros e trabalhosos do que simplesmente criá-la.

Esse episódio de Princess me fez lembrar exatamente dessa cena por conta do último quesito, e dessa relação entre como tentar ser algo é bem mais complicado do que apenas ser isso, o que tornou esse episódio ainda melhor para mim.

Deixando de lado essa relação particular, vamos ao episódio em si, que me fez dar um leve “graças a Deus” pelo último ter sido um pouco mais calmo do que os outros. A quebra entre um drama e outro foi boa, não somente por suavizá-lo, mas por colaborar em deixá-lo um pouco mais sério.

Se apenas explicar e mostrar o passado da Princess/Ange não fosse o suficiente, a forma de como tudo aconteceu, foi nos níveis de drama que a série vinha trazendo.

As crianças sendo salva no final também é tocante, ainda mais por mostrar os sofrimento da Julie durante o episódio, com toda a questão da indiferença social daquele lado de Londres, e os abusos que ela sofria. Mas no fundo, o que realmente pesa nesse episódio, é o dilema criado pela troca entre as duas garotas.

Os flashbacks contam um pouco mais da relação delas, além de mostrar a situação da Comunidade antes da rebelião acontecer, explicando melhor a razão da Princess em querer se tornar rainha, ou sendo mais preciso, assumir a vontade da Ange.

A relação com a garotinha ajuda a criar um clima bem pesado, mostrando os abusos que ela sofre, além da indiferença das pessoas pela situação dela, forçando a Ange relembrar dos problemas que passou.

A missão em si (vigiar um Lorde) acaba sendo deixada meio que de lado por conta do aprofundamento no passado das duas, e tudo se resolve com um pouco de conversa no final, o que não é algo digno de nota, já que parece ser um dos casos mais rasos que elas participaram.

Por outro lado, essa falta de profundidade na missão entrega aquilo que a gente estava esperando há um bom tempo: O passado da Ange e da Princess.

Existia uma boa quantidade de perguntas em cima dessa questão do passado da Ange e Princess.

As duas eram irmãs, amigas, parentes, tinham sido separadas por acaso, ou por estratégia política? Algumas já haviam sido respondidas de forma indireta, mas a maneira como o anime expôs essa confirmação acabou me surpreendendo, mesmo que fosse previsível.

É algo estranho… mesmo já tendo pego a mentira nos episódios anteriores, acreditar que foi daquela forma incomoda um pouco. A mudança na vida das duas foi tão grande, que a verdadeira mentira parece o passado delas, e não os personagens que assumiram agora.

A Princess ser uma garota de rua foi algo que me pegou de surpresa, principalmente pela forma como inseriram isso, contrastando com a vida da Ange. As duas brincando e se divertindo, para logo depois tomar um choque de realidade vendo o lado de fora do “castelo”.

Essa troca deveria pesar mais para o lado da Ange, por conta de ter que viver “do pior” lado, mas quanto explicado no final o ponto de vista da Princess,  a situação cria uma sensação estranha. O flashback passando todos os problemas que ela teve, devido a pressão, me deixou um pouco desconfortável.

Para alguém que não era nem alfabetizada, aprender nove línguas não deve ter sido nada fácil. Além dos outros esforços que ela teve que fazer para se encaixar no lugar. As cenas dela andando à cavalo e as mãos tremendo, dela sorrindo, e depois indo vomitar me chocaram mais do que a ideia da Ange vivendo como uma garota de rua.

Não que os problemas dela tenham sido menores, mas é exatamente essa a questão. Nenhuma das duas foi feliz naquela troca, o que justifica todo o cuidado que a Ange tenta ter com a Princess, em uma espécie de sentimento e culpa por ter forçado aquele destino nela.

No final, quando a Ange reconhece que a Princess é, por direito, a “Princess”, a promessa de se tornar Rainha fica ainda mais pesada, porque, na prática, a promessa não era dela.

O anime tem conseguido criar bons desenvolvimentos em cima dos dramas dos passados de cada garota. Mas eu não esperava que fosse trabalhar tão bem o da Ange e Princess. Pensei que fossem apenas jogar um “elas foram trocadas” e pronto.

Esse episódio me deixou bem satisfeito, principalmente por levar a questão da mentira para algo além de histórias e informações contadas pelas garotas.

Tudo que a Princess passou para assumir o lugar da Ange, e tudo o que Ange fez para chegar até onde a Princess estava são simples de se imaginar, mas que me deixou uma sensação estranha de ter sido enganado desde o começo, como se a mentira fosse maior do que eu esperava.

O passado das duas últimas garotas que faltavam foi finalmente revelado, o que significa que a história deve entrar na parte “série” e focar nos conflitos contra o Reino de Albion a partir de agora. Veremos o que o anime nós trará na próxima semana.

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E você, que nota daria ao episódio?

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