Princess Principal #12 – Impressões Finais
Princess Principal, certamente, foi uma das gratas surpresas dessa temporada. Foram onze episódios com drama, ação, um pouco de mentiras, cenas bem animadas, personagens cativantes e porque não, garotinhas fofas para alegrar a vida de quem gosta de garotinhas fofas em animes.
A série carregava seus problemas, assim como qualquer outra, mas vinha conseguindo impressionar pela forma inteligente que estruturava seu roteiro, criando alguns pontos de surpresa e causando um bom impacto em quem assistia.
As expectativas sobre o episódio doze eram altas, ainda mais pela possibilidade de um final fechado, já que o anime era original e não dependia de uma material externo para continuar. As coisas vinham se encaminhando bem, e a possibilidade de tudo terminar com um bom desenvolvimento, criava um hype relativamente alto sobre o fim da série.
Por outro lado, o medo de que tudo pudesse ser rushado e não encerasse nada direito, também acompanhava as expectativas de alguns.
Após assistir o último episódio, eu diria que, até certo ponto, ambas apostas foram correspondidas, e as duas possibilidades foram atendidas, por mais que a segunda tenha ficado mais evidente.
O complicado desse final estranho que a Princess teve, é que são vários pontos dentro de um problema, que no final, só deixam esse problema ainda pior. Como assim? Bem, vamos partir do seguinte principio: existem finais, e soluções de problemas.
O anime pode ser um fiasco quando se trata de apresentar um final para a série, porém, eu não achei a solução dos problemas ruim. Ele claramente sofre de um rush, mas ainda disfarça isso com o mínimo de desenvolvimento possível para não criar um buraco tão grande nas ações das garotas.
A Ange se recuperar do “golpe” que sofreu das ações da Princess, usando de uma memória entre as duas, que é um dos clichês clássicos para motivar protagonista a seguir em frente, mesmo após um período de queda, não é tão ruim. A instabilidade emocional dela continua ali até ser “curada” no final quando salva a Princess. Mesmo sendo rasa, ainda existe um início, meio e fim para os eventos criados a dois episódios atrás.
A situação da Dorathy e da Beatrice pode ser vista da mesma forma. A clara desculpa de terem sumido, por fazer parte dos planos de espionagem, cria uma ligação ao que elas estão fazendo ali, sem ser um mero “voltamos porque tínhamos que voltar”.
O roteiro ainda consegue se apegar a informações, por mais que limitadas e rápidas, para seguir de forma relativamente bem com os eventos que estavam acontecendo.
O atentado contra a Rainha foi evitado sem grandes problemas, e o comando da Comunidade voltou para o lado mais “sensato” da história, criando certos pontos de estabilidade para os problemas anteriores que foram construídos, e por mais que tivesse maneiras melhores de prosseguir com a história, também havia maneiras piores de encerrar tudo, e deixar ainda pior esse “final”.
Antes de chegar ao desfecho de tudo, e ver os créditos passando com um expressão de “O que diabos fizeram aqui?”, eu fiquei muito contente com como conduziram a situação da Princess em meio a crise política.
Mesmo após ter sido pega na sua mentira, ela não deixou de ser firme como o que estava acontecendo ao seu redor. Foi realmente satisfatório ver que ela não virou mais uma das bonequinhas que espera por ser salvas. Ela não lutou, mas usou daquilo que tem sido a sua maior arma desde o início do anime. A diplomacia.
Durante o tempo em que ela passa tentando organizar um plano para impedir a futura crise civil que poderia ser iniciada, a forma como age passa a sensação de uma disputa estratégia bem interessante. Os meios que ela vai conduzindo a conversa, sem perder a compostura e passando um aura de “regência”, são os exatos comportamentos que você espera de alguém que tem como sonho se tornar Rainha.
A nuance dela imaginar que seu mandato vai terminar em uma guilhotina foi algo que me pegou de surpresa, porque demonstrar como ela tem consciência de que, mesmo sendo uma boa regente, ainda teria que pagar o preço por toda a injustiça criada durante os anos anteriores.
Mas então, depois de defender todos esses pontos, significa que você gostou daquele final? Não, certamente não, e com disse mais a cima, em por conta desses vários aspectos do episódio, que os problemas ficam ainda piores.
A solução dos eventos anteriores pode fazer o mínimo do mínimo para serem satisfatórias, mas elas carregam tantas informações que tornam o final do anime algo simplesmente inaceitável. Se fosse um mero acaso no desenvolvimento do roteiro, já seria um problema, mas as coisas foram colocadas lá de propósito.
A Ange e a Princess tem um encerramento para a sua crise, e o herói salva a mocinha, como todo bom roteiro pede, mas dentro disso, a luta contra a Zelda acaba sendo insatisfatória, não pela falta de ação, mas sim por falta de um desfecho claro.
Ela saltar pela janela já torna tudo estranho por não encerrar os problemas com ela. Não precisaria ser uma morte, mas uma punição pelas suas ações era necessária para dar um ponto final na sua participação em tudo aquilo. Para completar, ela ainda ativa um Carvorite no momento da queda, apenas para reforçar algo que já havia sido esquecido durante esses episódios que foram se passando.
A base da revolução, e do acúmulo de poder de Londres, era formada por essa tecnologia, tanto que houve uma missão voltada para o controle dessa informação, para evitar que o Reino tivesse acesso a formas práticas de usar a tecnologia. No lugar de finalizar uma das questões abertas no início da história, eles acrescentaram ainda mais informações, como a possibilidade da Zelda entregar as informações que tem, após o fracasso dos seus planos.
O mesmo acontece com a participação da Chise. Ela conseguiu voltar para ajudar o grupo das garotas sem criar muitos problemas, mas a posição em que o Japão estava, indica que eles estavam tomando lado do Reino, e mesmo que não fosse exatamente esse o caso, eles ainda deixam em aberto muitos pontos sobre a lealdade, e os rumos que aquela diplomacia poderia ter.
Aquela “mini-guerra” que acontece enquanto as garotas tentam invadir a cerimônia, também é outro ponto que fica solto, e acaba servindo apenas para reforçar como tudo não foi para lugar algum nesse final.
A necessidade de inúmeros guardas, e uma forma linha de defesa, eram importantes para prevenir a revolução que podia estourar naquele evento, mas acaba deixando a Gazelle e o Duque de Normandy ainda mais desaproveitados.
A Gazelle supostamente deveria ser a grande barreira nos planos das garotas, possivelmente como uma espécie de nêmesis da Ange, ou de qualquer uma delas, mas no final, essa posição foi roubada pela Zelda, e a deixou como sendo apenas a personagem com um character design mais elaborado, responsável por liderar algumas situações durante as missões.
O Duque sempre vendeu a imagem de estar criando um grande plano por baixo dos panos, mas esses planos nunca vieram a tona. Os envolvimentos dele nos casos soa mais como preparação de algo, do que realmente o desenvolvimento deles. A cena do final, onde ele observa algumas fotos e um lenço(?) só criam uma discrepância maior ainda em tudo, e deixam uma nítida sensação de que algo ainda estar por vir. O grande problema é, isso realmente vai acontecer?
Todos os eventos sugerem que a história deveria continuar, mas até o momento, enquanto escrevia esse post, não foi anunciada nenhuma continuação.
O anime tinha tudo para conseguir uma nota ainda maior e, em partes, não acho que esse episódio tenha destruído completamente a série. Ainda valeu a pena ter assistido, e acompanhado os acontecimentos na vida das cinco garotas.
Porém, enquanto não derem uma continuidade para histórias, o final acaba sendo insatisfatório demais, e sem sentido, prejudicando bastante a qualidade que a série tinha demonstrado até o momento.
O que podemos fazer, é rezar que uma segunda temporada apareça logo e termine com a verdadeira história, dando um verdadeiro final para os problemas do Reino x Comunidades.
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E você, que nota daria a este anime?
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Extra
Supondo que essa seja a versão steampunk das bombas de fumaça ninja, daria para dizer que a Chise, sem querer, entregou uma prova do Japão estar envolvido com a Comunidade, já que a bomba faz parte das fotos que estão na mesa do Duque.