As Crônicas de Arian – Capítulo 26 – Imprevistos
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Capítulo 26 – Imprevistos
— Só pode ser brincadeira… Não tem mais? — disse Marko, no meio da pequena estrada de terra, mantendo o único mercenário ainda vivo no chão, fazendo peso no peito do homem com seu pé.
— Somos só nós — disse o homem, amedrontado.
Kadia avisou a todos do ataque pouco antes dos mercenários darem a ordem para os arqueiros atirarem. Com isso, Joanne criou uma barreira de ar à volta deles. Não era um vento tão forte, mas inutilizava completamente as flechas, alterando sua trajetória. Os 28 que vieram atacá-los diretamente não tiveram a mínima chance. Os arqueiros fugiram, assim que a equipe de curta distância começou a ser aniquilada.
Todos ali, tirando Kadia, tinham treinamento e organização militar para combate, o que tornou a defesa fácil. Somado a isso, Kadia podia ler de forma superficial a mente de Arian e Marko, e se posicionar na luta baseada nisso.
As sacerdotisas, junto a carruagem, mal precisaram fazer algo. Para tristeza de Lara, que parecia empolgada em mostrar serviço com sua chamativa espada branca desembainhada. Dorian barrou tudo que chegou perto da carroça usando seu truque de choque com a espada.
— Vou perguntar de novo, se não falar, vou esmagar seu peito — disse Marko, claramente de mau humor, pressionando seu pé com mais força contra o mercenário no chão.
— Calma, Marko — disse Irene, segurando o ombro dele. Os dois pareciam estar ficando estranhamente próximos nos últimos dias. Toda noite saíam para caçar juntos, na tentativa de evitar a comida de Joanne.
— Acho que ele disse a verdade, grandão — disse Kadia, com os olhos fortemente amarelados enquanto tocava a cabeça do homem.
— Um demônio! — gritou desesperado.
— Por que todos vocês agem assim? Sou a única tentando te ajudar aqui!
O homem começou a fazer um sinal triangular com a mão.
— O que é isso? — perguntou Kadia.
— É o símbolo do culto aos celestiais. Dizem que afasta demônios. Sério que não conhecia? — questionou Marko.
— Eu vivia no centro do continente, nunca vi ninguém orar para esse deus por lá.
— Deusa, Alizen, cuidado para não ofendê-la, ela tem muitos adoradores no grupo — Arian apontou na direção do grupo de Lara.
— Não conte comigo, fui obrigada a estudar naquela maldita prisão, não ligo para os deuses estúpidos do povo do Sul e… Ai!
Joanne deu um tapa na cabeça de Lara.
— O que mais consegue tirar dele? — perguntou Joanne.
— Cada um deles recebeu 5 moedas de ouro, foram contratados há 10 dias por um homem de preto para nos interceptar na floresta. Não consigo ver o rosto do contratante, estava coberto por um capuz.
— 5 moedas com 40 dá….. — Kadia começou a usar os dedos para contar, o que fez Arian segurar uma risada.
Arian deu um urro quando Kadia pisou no seu pé com toda a força.
— Por que todas as mulheres que conheço querem me bater?!
— Eu não sou uma mulher e quero te bater metade do tempo que estamos juntos, imagina se fosse uma — disse Marko, enquanto dava risada.
— Eu posso ler seus pensamentos a essa distância, segurar o riso não funciona comigo! Não sou boa com números, só isso… — Kadia estava colada no rosto de Arian, para insatisfação de <E>, que a olhava com ódio.
— Me deem um tempo vocês dois. Mais alguma coisa? — perguntou Joanne.
Kadia se virou e voltou a tocar no homem. Pouco tempo depois parecia irritada olhando para o bandido.
— O que faria se soubesse que eles saquearam uma pequena vila, brincaram com as mulheres, obrigando os maridos a assistir, e depois os venderam como escravos?
— Já vi coisa pior. Só matem ele e o problema está resolvido — disse Marko, com calma.
Arian e Dorian, por outro lado, pareciam furiosos, ambos com as mãos em suas espadas. O homem estava tremendo.
— Humanos… Devia ter aprendido algo com o tal de Zack, Arian. Matar não é um castigo… Isso é! — Kadia encostou a mão na cabeça do homem e o encarou. Fez isso por algum tempo, até que ele começou a gritar desesperado.
— Não! Parem! Por favor! Não! Eu imploro! Não! — O homem chorava e se contorcia. Os gritos não paravam.
— O que você fez? — perguntou Jon, parecendo assustado.
— Conheci um homem que sofreu muito. Ele ficou 10 anos preso sendo torturado todos os dias para revelar informações. Dei a esse humano as sensações que aquela pessoa sentiu em seus piores momentos. Mas diferente do que ocorreu com aquele homem, as sensações não vão ficar mais fracas, ou parar depois de algum tempo. Ele vai sentir isso até morrer, seja se matando ou de outra forma… — disse ela, mais séria que o normal, e parecendo um pouco tonta.
— Isso é crueldade. O que torturar ele vai mudar? Ele tinha que ir preso. — Jon estava olhando Kadia com um ar de reprovação.
— Está vendo alguma cadeia por aqui, garoto? Ou quer que levemos ele conosco, até chegarmos na próxima cidade? — disse Dorian, parecendo nervoso com o excesso de piedade de Jon que parecia não ter uma resposta para a pergunta.
— Espera… Pode fazer isso com qualquer um? — perguntou Marko à Kadia, dando um passo para trás, claramente assustado. Joanne e seu grupo a olharam de forma apreensiva também.
— Se eu encostar na pessoa por tempo o bastante… mas não dura muito se a cabeça… mente, for forte. E a pessoa tem que ficar parada por um bom tempo — disse, incomodada pelo medo de Marko.
Kadia deu um salto para frente tentando encostar em Marko de brincadeira, mas ele rapidamente se esquivou e instintivamente colocou a mão no cabo de seu machado, preso as costas.
— É sério grandão, até você? Toda vez isso acontece… — Kadia estava andando desengonçada e falando de forma arrastada, tinha algo errado com ela. — Por isso não revelo nada a pessoas próximas sobre poder ler men…
Antes de conseguir terminar a frase, Kadia caiu para trás, desequilibrada. Arian a segurou pouco antes de bater a cabeça no chão. Ela parecia ter ficado tonta de um momento para o outro.
— Por que você…?
Kadia parou de falar, ao notar que Arian estava bem perto dela, parecendo completamente alheio ao que viu.
— Você não…?
— O quê? Estou com medo? Se quisesse usar isso em mim já teria feito no tempo que ficou me tocando. De qualquer forma, não temos mais nada para tirar dele, nem se quiséssemos — falou o guardião, olhando para o homem gritando e se contorcendo no chão. Foi quando Kadia se apoiou no ombro dele. Arian olhou para ela, parecia mais pálida que o normal, e estava com um olhar estranho. — Por que você está…? Quanto essa magia usa da sua energia?
— Tudo… e meu pagamento… é igual ao das bruxas — falou ela, baixinho, e de uma forma muito sensual no ouvido de Arian, enquanto encostava toda sua parte frontal nele.
<E> estava possessa tentando a empurrar, sem sucesso. Lara estava com os olhos arregalados, se preparando para tirar sua espada.
— Vocês dois vão fazer isso aqui mesmo, ou preferem esperar a gente acampar? — disse Joanne, interrompendo.
Dorian estava completamente alheio, com um sorriso na cara vendo o homem se contorcer de dor no chão. A maioria tinha se assustado, mas ele pareceu ter adorado aquilo tudo.
Kadia, meio que tomando ciência do que estava fazendo, se afastou alguns metros de Arian, que parecia não saber bem o que fazer, ou dizer.
— Desculpe, eu… Ah, detesto quando isso acontece… —Kadia parecia envergonhada.
— Então… quanto tempo para Amira? — perguntou Arian, tentando desviar a atenção de todos olhando para eles.
— Mais uns 4 dias — respondeu Jon, que não tirava os olhos de Kadia. Zekasta, que tinha sido apelidada de Zek por Joanne, parecia incomodada com isso. A mulher era estranha, praticamente não falava, só ficava seguindo Jon, dia e noite, observando o que ele fazia. Tudo bem que ela foi colocada como guarda costas dele, mas aquilo parecia exagerado. Ela raramente estava sem seu elmo também. Era estranho ver uma mulher com cabelo tão curto, mas se ela queria ficar com aquilo na cabeça, de fato, ter muito cabelo só iria a fazer suar mais.
— Estou ficando sem álcool, não dá para fazer em 2 dias? — indagou Marko.
— Por que é tão viciado assim? Lutaria melhor sem ele.
Marko olhou mau humorado para Dorian.
— Acredite, Dorian, se me ver sóbrio vai desejar que tivéssemos chegado em três dias.
Kadia, como sempre, parecia curiosa com o tópico.
Marko e Dorian pegaram todo dinheiro, e coisas de valor dos mercenários, para dividir entre o grupo.
— Não quer mesmo trocar seu cavalo, Arian? O seu parece estar nas últimas. Têm vários melhores dentre o que os mercenários estavam usando.
— Ele está bem, não vou abandoná-lo aqui.
— Então o taradão das elfas tem uma queda por cavalos também?
— Com certeza, se pudesse ele se casaria com um. Tinha que ver ele querendo cavar um túmulo para enterrar todo cavalo que encontrava morto nas trincheiras.
— É sério isso? — questionou Kadia.
Todos do grupo começaram a encarar Arian como se fosse uma criatura estranha.
— Certo! Eu não sou normal!
— Ele só gosta de animais, sempre foi… — defendeu Lara, parando no meio da frase. Arian estava começando a ficar nervoso. Parecia uma provocação ela saber tanto sobre ele e não falar nada.
— Que tal seguirmos viagem, antes que o Marko conte todas as coisas estranhas que fiz na vida?
— Já está escurecendo, amanhã seguimos viagem, vamos acampar perto daquela pedra, na beira da floresta. Irene, Lara e Zek, purifiquem os corpos, não queremos ser atacados por amaldiçoados mais tarde.
Acamparam perto de uma pedra colossal em forma triangular, à beira das árvores gigantescas da floresta de Ark. Enquanto isso, Dorian amarrou o mercenário ainda vivo em um cavalo, e o mandou pela estrada, como forma de se livrar dos gritos do homem.
Mais tarde, Marko estava voltando do meio da floresta com Irene, ambos respirando de forma irregular. O cabelo castanho de Irene estava mais escuro que o normal, molhado de suor, e mesmo com ela o prendendo com um rabo de cavalo, estava meio bagunçado. Sua camisa branca parecia molhada de suor também. Disseram que iriam caçar, mas pelo jeito fizeram outra coisa…
— Eu não acredito… — disse Joanne, olhando para os dois.
— O quê? Preciso aliviar a tensão daquele combate, ou mais precisamente, de não ter um combate. E eu não fiz nada que Irene não quisesse.
Irene, ao lado dele, ficou vermelha de cima a baixo. Joanne olhou os dois decepcionada.
— Não que eu fosse aceitar, mas por que a Irene? — perguntou.
— O cão de guarda do Jon tem um corpo bonito, mas nem olha na minha cara. Você provavelmente me daria lição de moral ou instruções, o que me faria não funcionar… Lara já tem seu alvo, e a Kadia…
— Me dá medo — completou Arian rindo.
Marko o encarou irritado, e todos começaram a rir.
— O que acontece quando ele fica sóbrio? — perguntou Kadia, baixinho a Arian, ainda ignorando completamente o espaço entre os dois. Estava encostando todo seu corpo nas costas de Arian, que no momento tentava controlar seus instintos, sem sucesso. Estava se inclinando levemente para frente para tentar esconder a resposta natural do seu corpo. <E> parecia ter notado, porque estava batendo nele enquanto gritava alguma coisa.
— Não é bonito… — Arian pensou, rapidamente, nas últimas vezes que Marko ficou sem álcool.
— Mas o que… — Kadia ficou completamente pasma ao pegar flashs rápidos das lembranças de Arian sobre o ocorrido.
— Pode me olhar assim o quanto quiser. Não vou explicar, é algo que vai ter que perguntar a ele se quiser respostas. Ele só falou comigo disso uma vez, e ficou sem me olhar nos olhos por semanas depois, então cuidado.
— Acho que não é uma boa hora. Posso continuar a ver seu passado?
— Depois, ainda estou me sentido mal pela parte que me fez lembrar. Que tal voltarmos a treinar em vez disso? Você melhorou bastante seu trabalho de pés nos últimos dias, já está rendendo uma boa adversária sem usar seus olhos mágicos.
— Prefiro fazer isso durante a manhã, como sempre. No meu estado atual não vou conseguir lutar direito. — Kadia encostou a cabeça no ombro de Arian, para a surpresa do mesmo, que preferiu não falar nada. Comparado as investidas anteriores desde que ela entrou em seu pagamento, essa foi a mais sutil. <E> a estava imitando, usando o outro ombro para se encostar, enquanto olhava nervosa para Kadia. Arian estava tentando conter um sorriso. Não queria admitir, mas estava gostando daquilo. Lhe lembrava dos seus tempos de guild, principalmente de uma das companheiras do seu grupo.
— Dá para se afastar um pouco dele? Está parecendo uma prostituta querendo atenção… — falou Lara, caminhando até eles.
— É meu pagamento, não posso fazer nada… — falou a demônio, fazendo uma voz mais inocente que o normal e abraçando Arian, ao mesmo tempo que colava seu rosto ao dele.
A provocação funcionou, mas não com a pessoa que a demônio queria.
— Kadia, sei que você está vendo a <E> me chutando, pare, por favor! — sussurrou ele, de forma a evitar que Lara escutasse.
Os chutes de <E> eram o menor de seus problemas, na verdade. A reação natural do seu corpo, com Kadia se espremendo nele, que o estava incomodando de verdade. Arian estava se inclinando ainda mais para frente, e ficando meio vermelho.
— O que o Marko está fazendo? — perguntou Kadia, ao notar ele puxando Jon para longe do grupo de Joanne.
— Tentando ajudar o Jon a dormir com a Joanne. Quer dizer, não com essas palavras, ele provavelmente teria um treco só de conseguir beijá-la… — disse Lara.
— O Jon gosta da Joanne? — perguntou Arian.
— Alguém já te disse que você é um péssimo observador? — falou Kadia.
— Mais do que posso lembrar…
— “Jon, se quer ter uma chance com ela pare de fazer tudo que ela pede, vai lá e faz ela escutar o que você diz! Ficar aí, só aceitando ordens, e comendo aquela comida horrível com um sorriso na cara, não vai te ajudar. Confie em mim, entendo de mulheres, se não se impor um pouco, ela nunca vai te ver como homem. Agora vai lá e joga umas verdades na cara dela, ou pelo menos diz que vai ajudá-la, e não aceita um não como resposta! ” — falou Kadia, replicando o que Marko estava dizendo a Jon. — Espera, ele parece menos interessado em ajudar o Jon, e mais em fazer ele ajudar Joanne, para ver se salva o jantar que ela está fazendo — disse Kadia.
— Agora faz sentido… Marko não daria conselhos amorosos de graça — disse Arian.
— Seu pagamento ainda está mesmo fazendo efeito? —questionou Lara, olhando para Kadia.
— Demônios demoram mais para recuperar energia… Acho que vou ter que ir para trás daquela árvore de novo…
— <E>, para de me chutar! — falou Arian, que rapidamente viu o erro que cometeu, ao citar o nome da fantasma em voz alta perto de Lara. Mas ela, estranhamente, ignorou aquilo.
— Incrível, está excitado, mas nem pensa em fazer nada comigo, nunca me senti tão ofendida! — disse Kadia, encostando seu rosto no de Arian.
— Desista, uma vez droguei ele para tentar fazê-lo dormir com uma prostituta, e nem isso funcionou… — falou Marko, caminhando até eles. Jon parecia ter seguido seus concelhos, e estava discutindo fervorosamente com Joanne.
— O que deu errado?
— Aquela fantasma louca parece ter acertado as partes baixas dele, antes da mulher conseguir consumar o ato… Ele ficou andando torto por dias…
Marko começou a rir, enquanto Arian fez uma cara infeliz, ao lembrar do ocorrido.
— Bem, mesmo que ele quisesse, não é como se eu fosse aceitar.
— Se fazendo de difícil, gostei… — Marko parecia estar começando a ficar mais à vontade com Kadia de novo.
— Demônios da minha raça ficam vulneráveis durante o sexo, podem forçar pactos permanentes em nós. Mas voltando ao assunto, planeja morrer sem nunca…? — questionou Kadia, olhando para Arian.
— Não… Ou pelo menos espero que não… Quem sabe um dia vai aparecer uma mulher pela qual eu me apaixone de verdade, e a <E> acabe aceitando.
<E> estava fazendo um não com a cabeça, para a tristeza de Arian.
— Bem, se me dá licença, vou me resolver comigo mesma.
— Tente não gemer tão alto, dava para escutar quando fez isso a primeira vez — disse Lara.
— Quem disse que eu não quero que vocês escutem? É uma forma engraçada de torturar o Arian, note como ele vai se encolher todo assim que começar a me escutar.
— K-Kadia, seu pagamento é mesmo igual ao das bruxas, ou é ficar sincera até demais? — perguntou Arian, incomodado.
— Quem sabe, eu não…
Antes de Kadia terminar a frase, o barulho de uma explosão veio de trás dela. Arian correu até ela e a jogou em cima de Lara, depois pulou em cima das duas, as pressionando contra o chão com seu corpo.
— É um portal temporário, se protejam! — gritou Joanne.
Um vento gelado, a uma velocidade absurda, estava varrendo todo local. Marko foi jogado para dentro da floresta. O núcleo se formou acima da cabeça de Kadia, Arian conseguiu puxá-la a tempo, antes de ser pega pelo vórtex e teleportada para a dimensão do portal, seja lá qual fosse.
— Qual dimensão? — perguntou Kadia.
— Seja qual for vai matar qualquer um de nós se formos teleportados, só o vento já está congelando tudo!
Arian parecia estar com dor, estava recebendo a maioria do vento congelante em suas costas, para tentar bloquear de acertar Lara e Kadia.
— Não se mexam, eu tenho resistência ao frio, se a Lara ou você forem pegas pela energia do vórtex vão… con… gelar.
— Temos que sair daqui! — gritou Lara.
— Se-se levantar vamos ser con-gelados, só… a parte mais… branda do vento… está nos pegando, enquanto… abaixados.
Arian estava ficando pálido, e com uma cara de quem estava sentindo muita dor, enquanto se agarrava ao chão, passando os braços por cima de Kadia e Lara.
— O coração dele está parando! — gritou Kadia, que estava encostando a mão em seu peito, por baixo da armadura.
— Arian! — gritou Lara.
Arian não conseguiu escutar o que elas estavam dizendo. Na verdade, não conseguia escutar mais nada. Respirar estava ficando muito difícil também. Pouco depois, desmaiou, e começou a ser empurrado pelo vento.
Próximo: Capítulo 27 – Um mundo cruel
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