Net-Juu no Susume #01 e #02 – Impressões semanais

Dentre as decepções e surpresas da temporada, Net-juu acabou se encaixando naquele alívio cômico semanal pelo qual merecia uma atenção especial. Não sabemos ainda a fórmula mágica que o diretor anda usando para conseguir prender a atenção de quem está assistindo, mas ainda assim vale a resenha.

O plot inicial da sinopse já chama atenção por sair dos rumos mais óbvios de animes baseados em mundos de MMORPG. E apesar das possíveis dificuldades que um estúdio pequeno pode enfrentar numa temporada com continuações gigantes, sua estreia não fez feio.

As coisas já começam bem na criatividade desenvolvida pela abertura. O ritmo da música é muito embalado e segue perfeitamente as animações a seguir. E claro, a parte da criação de personagens ficou extremamente realista e criativa.

Aprovadíssima!

Para um início de comédia, o enredo começa mais denso. Até finalmente entendermos parte da vida da protagonista e a leveza da obra começar a se mostrar. Não que seja incomum uma mulher jogar com char masculino, mas é por isso que a Moriko já inicia sua personalidade de uma forma bastante descontraída.

É dai que as coisas começam haha

A entrada da Lily torna as coisas ainda mais imersas no jogo e faz jus ao “teatro” criado dentro de um RPG. Dosado a isso, mesmo que de forma rápida, a relação entre ela e o Hayashi é bastante confortável de se assistir.

Em contrapartida com a vida real, as reações da Moriko são a base de toda a comédia. Ela age de uma forma extremamente diferente do jogo, como uma perfeita NEET viciada em uma vida virtual.

E é com a cena da anêmona que essa diferença entre vida virtual e real se mostra ainda mais evidente e cômica. Além de ser uma cena cenograficamente bonita e bem ambientada, para o nível técnico da obra.

Melhores reações

Seguindo, a presença da guilda foi algo simplesmente jogado sem muita preocupação com as explicações. Conforme a passagem do tempo, deu para interpretar o quão próximos todos ficaram, e explanar cada personagem em si é algo para futuramente ser visto.

Como a proposta em si se encaixa na guilda e suas respectivas vidas reais, então nada mais natural que seguir seu fluxo de enredo e idealizar essa apresentação mais tarde.

E finalmente, chegamos no dito cujo romance. Mesmo que ilustrado mais intensamente dentro do jogo, o que acontece entre a Lily e o Hayashi é algo que inicialmente eu penso só ser uma grande brincadeira dentro dele. Ainda não sabemos a visão que a Lily tem disso, mas em realidade a Moriko parece estar apenas seguindo o fluxo da história.

Aos poucos as coisas começam a ficar mais reais. E tomando como base a intensidade dos diálogos mais profundos da Lily, dá para notar aquele sentimento lá no fundo, mas que acabou sendo jogado um pouco de lado a partir do episódio 2.

Até aí eu não imaginava quem era o personagem real da Lily até conhecermos o Yuuta. E a inversão de papéis se mostra um plot realmente mais inesperado. Não que isso tenha sido 100% confirmado, mas contra fatos não há argumentos.

Que casal!

O segundo episódio já começa com um confronto que tinha sua hora de aparecer. A idade real dos jogadores pode implicar em diversas coisas durante a história, mas a Moriko simplesmente mentir sem querer e não conseguir escapar do mal-entendido, pode afetar todo o desfecho.

Não queria que fosse previsível simplesmente todo mundo se conhecer na realidade, mas nunca saber que já se conheciam. Mesmo que seja uma situação engraçada ao ponto de ser uma coincidência estúpida.

Ainda nisso, de onde os japoneses tiraram que ser universitário é ter tempo de jogar alguma coisa?

Pelo visto a dualidade entre vida real e jogo é algo que vai estar simplesmente presente na obra como um todo. Então, voltando para a vida real, o encontro entre a Moriko e o Yuuta não chega ser emocionante, por estar previsível, mas tem um desfecho interessante.

A desculpa foi boa, até porque estamos lidando com adultos. É difícil imaginar uma situação em que eles consigam manter contato, já que são meros desconhecidos.

Nisso, confrontamos novamente o drama da Moriko em relação ao trabalho e a vida adulta. A teoria dela ter largado o emprego, seria realmente por ela se sentir presa nele, mas com o sonho que ela teve na enfermaria, isso fica mais próximo do medo dela de ser robotizada por uma vida de trabalho monótona.

É um drama adulto que poucas pessoas conseguem entender, já que a partir de determinada idade realmente estamos fadados a seguir uma rotina sem ao menos saber se gostamos ou não dela. Com isso, a obra consegue destacar que há um pano de fundo para aquilo ali, e não é só uma comédia romântica e pronto.

Dada a largada para o encontro dos dois, minha expectativa é que com isso seja mais fácil entendermos os personagens e suas histórias por ali. Dentro do jogo a Lily e o Hayashi já são próximos e demonstram um carinho em se importar com o outro.

A partir disso a demonstração de conforto que a Moriko começa a sentir na realidade acaba tornando tudo muito mais caloroso de se assistir.

É muita beleza pra uma pessoa só

Mas ainda assim, temos que confrontar a realidade de lidarmos com pouco dinheiro para se animar uma obra. Algumas cenas chegam a ser vergonhosas de tão desleixadamente desenhadas. Não chega naquele nível terrível, mas não é acima da média.

Por estarmos lidando com um jogo, as cenas de ação são ainda visíveis, mas apenas um enfeite animado de forma mais ok, e não passa disso. Tirando seus temas musicais que fazem jus aos MMORPG e algumas cenas estáticas mais trabalhas que o normal, o quesito técnico não é algo que brilhe nos olhos. Em compensação, os usos das cores mais vibrantes e alguns cenários fazem ser algo mais “assistível”.

Como comédia Net-juu mostrou ter pontos de direção extremamente positivos em consideração ao seu decaimento técnico. O enredo segue de uma forma bem interessante, já que estamos lidando com uma comédia romântica adulta com um pano de fundo mais leve como os jogos.

Acaba sendo divertido visualizar como a direção está sabendo lidar com seus problemas e ainda assim colocar uma obra, mesmo que de ranking mais baixo, numa posição agradável de entretenimento.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extras

O que fazer quando o crush te nota?

Entendemos esse sentimento…

A Moriko é muito verdadeira haha

GIFS! Seja da beleza da Lily

Das cenas mais fofas do universo

Ou da reações maravilhosas da Moriko

Porque ela pode ser a rainha das reações dessa temporada

Victoria Caroline

Engenharia, literatura brasileira, fotografia, vídeos de receitas, música boa e cultura japonesa. Não necessariamente nessa ordem. Às vezes acorda meio de humanas (quando consegue acordar).