Mahoutsukai no Yome #01 e #02 – Impressões Semanais

“April showers bring may flowers” – As chuvas de abril trazem as flores de maio.

Ainda pode ser outubro, com as folhas caídas do outono. Diga-se de passagem, algo que nós brasileiros não conseguimos diferenciar graças ao clima daqui. A troca sazonal tende a impactar culturas e transmitir folclores em diferentes partes do mundo, mas o que realmente importa nesse outono é o curioso fato de Mahoutsukai ter vindo num extremo manifesto florido.

É ainda mais curioso explanar um ambiente tão vasto e profundo quanto o da obra. Já que cada detalhe seu parece dar um leve toque de mágica ao assistirmos e tentarmos entender parte daquele universo.

Mahoutsukai foi introduzido para a maioria, por três OVAs bem ambientadas (nota do editor: que só devem ser assistidas depois que o anime chegar na parte do cachorro negro). O problema é que se começarmos o anime por elas, veremos uma Chise extremamente diferente de sua introdução no anime, já que a história das OVAs se passa em uma cronologia futura da série.

Provavelmente uma Chise com um olhar ainda bastante triste

Sua estreia começa com uma história triste. Uma situação que parece ser um tanto revoltante nos preceitos humanos, e conhecemos uma protagonista um tanto vazia. Alguém que já perdeu qualquer tipo de esperança e tende a seguir a vida apenas aceitando qualquer coisa.

A expansão do universo já é vista de cara com diversas criaturas até um tanto conhecidas. E é na base da fantasia que o pano de fundo começa a se moldar na história.

A cena do leilão começa impactando ao entendermos a relevância que a protagonista tem. O próprio preço pago por ela já explica sua importância e raridade naquele meio. Mas Mahoutsukai não demonstra interesse em protagonismo. Demonstra interesse em contar histórias.

Moça, pelo preço tu deve ser fantástica viu?

Até certo ponto achamos que a Chise já tinha aceitado toda sua infelicidade e má sorte, mas como qualquer ser humano, ela simplesmente acaba admitindo uma certa raiva pelos acontecimentos. Ainda assim, ela só tem o humilde desejo de ter um lar.

Seria esse o papel do Elias na história, oferecer ao menos algo de bom na vida dela. Ele começa com um diálogo duro e uma certa falta de conhecimento pela humanidade. Sem tantas explicações teóricas, ele acaba induzindo tudo em situações mais práticas e um tanto lentas.

Sua falta de prática com algumas coisas cotidianas e sutis acabam dando um toque de humor para a obra, tornando todo aquele mistério de mundo mágico algo mais descontraído e digno de boas piadas.

Claramente alguém que não leva jeito pra essas coisas

É a partir das fadas que temos um contato mais objetivo com o ambiente da história. Fadas não são seres tão confiáveis e pacíficos como se mostram em contos de fadas. A sua personalidade tende a ser facilmente irritável e egoísta, digamos que um tipo de pessoa falsa, mas que ainda dá para conviver.

Seu design na obra não sai da linha de seres pequeninhos com asas, mas misturam aspectos que combinam mais com sua personalidade “duas caras”. Não deixam de ser bonitas, mas tem um toque assustador em seus olhos.

E não é que a falsidade consegue ter sua beleza?

É na captura da Chise que fica mais uma vez claro o poder que ela mesmo tem nas mãos. O poder de despertar interesse em diferentes criaturas e seus respectivos mundos, sem ao menos entender o que de fato ela é.

O termo Sleigh Beggy é de origem um tanto desconhecida. Seu significado pior ainda. Há uma breve citação no livro A Witch’s Guide to Faery Folk, que junta diversas teorias e fatos sobre tal mitologia. Em seu significado, Sleigh Beggy seria um tipo de fada encontrada na Ilha de Man, dependência do Reino Unido.

A conexão desse significado com a obra é de pouca importância. Mesmo que não tão explicado, o termo até agora serviu para diferenciar a Chise na história e nos fazer entender que tal nome se refere a algo raro, que dá a Chise uma afinidade com magia acima do normal. Mas mesmo confusa, ela não parece inicialmente interessada em entender o que de fato ela é ou como isso interferirá em seu futuro.

Futuro? Quero mesmo é andar na floresta com gente que eu acabei de conhecer

E já entrando no futuro da história, obviamente com a tradução de seu título, algumas coisas já se mostravam evidentes. A história do casamento parecia estar sendo esquecida até o último minuto, mas aí vem o clímax romântico.

O Elias não tem os melhores dos designs, mas não consigo não gostar dele. Não chegou a sequer me incomodar a diferença grotesca entre um protagonista normal. Ele ainda consegue ser engraçado e levar as coisas de uma forma muito tranquila, sem apressar nada.

No segundo episódio fica válido imaginar como ele seria de forma humana, mas concordo com a Chise, não imaginaria ele assim.

Prefiro os ossos , tio

As presenças de outras personagens como Silky e a Angelica, começam a jogar mais informações necessárias e a construir as conexões no enredo. A Silky não tem muito o que falar, mas se mostra amigável ao ponto de gostarmos dela sem a conhecermos de fato.

AMORZINHO

Já a Angelica é o tipo de mulher que demonstra aspectos completamente diferentes em relação as outras personagens vistas. Ela é mais autoritária e com uma presença forte. Ao introduzir o termo Magus Craft, já se começa a entender que ali a magia também tem uma forte conexão com a realidade.

Angelica também apresenta a separação de termos entre feiticeiros e magos. Uma explicação que mesmo simplória, abre parênteses para diversas questões. Dentre o conceito mais complexo de feiticeiro, me pergunto se veremos na prática algum deles mostrando a real diferença entre reescrever e dobrar a realidade. Ser um mago realmente tem uma definição mais fácil, porém não explicada o quanto queria.

Prazer, a única que explica alguma coisa para a Chise

É a partir da entrada nesse diálogo que pela primeira vez vemos o que a Chise pode fazer. Além de demonstrar ser poderosa, ela ainda quebra a regra do conceito de magia. O que acaba dando mais um nó na cabeça, porém acaba passando o recado a respeito de seu potencial.

Dentre um dos mistérios já esclarecidos sobre ser uma Sleigh Beggy, é que de fato há importância dessa característica pelas fadas. E aos poucos espero que isso seja ainda mais evidenciado.

Há ainda a presença do passado da Chise, retornando com um flashback doloroso com a história da sua mãe, mesmo que ainda mal explicado.

Doloroso…

O seguimento do episódio tem uma conexão, que quando analisada parece estar dando pulos em um longo tempo, mas na verdade só se passaram 24 minutos. Passamos de algo mais teórico sobre aquele mundo para o lado mais prático com a introdução de outro personagem.

Mesmo que Simon seja uma participação que não exalta sua devida importância, é por meio dele que temos uma introdução sobre a relação que o Elias tem com a humanidade. Seja com a parte da criação de medicamento, ou em ter uma vida reclusa, mas ainda assim vigiada.

Em seu clímax final, tínhamos que vislumbrar algo tão impactante quanto a notícia de um casamento, mas este superou. Cá estamos com dragões, criaturas grandiosas dignas de uma estreia bem trabalhada. E nada melhor do que começar coisas literalmente com estilo.

Dragões já no segundo episódio foi golpe baixo

Dentre seus primores técnicos não há o que exatamente reclamar de Mahoutsukai. A ambientação não tem nada de novo aos olhos, mas por conseguir ser tão bem trabalha acaba chamando bastante atenção.

Os efeitos também não perdem, já que seguem um conceito muito real em transmitir magia. Nisso o que eu particularmente gostei foi a presença das criaturas aparecendo sempre num efeito de transparência, como se aquilo fosse de alguma forma bem normal.

A abertura me deixou sem palavras pela profundidade de sentimentos demonstrada. Além de seguir um rumo menos tradicional que o comum. Basicamente todas as cenas, sem tirar nem pôr, conseguem ser extremamente bonitas.

É a partir disso que Mahoutsukaia no Yome segue um fluxo tranquilo de história, algo fadado ao encontro da magia com a realidade, algo que podemos assistir tranquilamente, contemplando a passagem de um universo que não segue as mesmas regras que o nosso. E por aí seguimos com a presença de personagens cuja histórias transmitem curiosidade ao serem contadas e, sobretudo, uma beleza cenográfica que merece uma dada atenção nessa temporada.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Mega Extra

Fala sério!!

Tentando lidar com a beleza desses quadros

Mas não consigo

Vai perdoando os screenshots

Mas fala a verdade…

Eles merecem!

E tem que ter o gifs

Não conseguindo lidar com essa animação

Nem com essas cores

Nem com a abertura

Muito menos com essa notícia

Eu vou sofrer bastante com os gifs dessa temporada

Tá um pouco difícil lidar com essa beleza

Victoria Caroline

Engenharia, literatura brasileira, fotografia, vídeos de receitas, música boa e cultura japonesa. Não necessariamente nessa ordem. Às vezes acorda meio de humanas (quando consegue acordar).