Kino no Tabi #05 – Impressões Semanais
A história de Kino dessa semana trás um tema bem interessante, dividindo isso em dois contos que conseguem ser bem agradáveis de assistir. O primeiro, aposta em algo um pouco mais simples, mostrando o legado de um presidente que era um viajante, enquanto que o segundo apresenta a relação de um casal em torno de um conflito político.
O episódio consegue desenvolver essas duas história bem, sem perder muito tempo, ou acelerar as coisas, deixando uma sensação boa para quem assiste.
Acho que o único problema que o primeiro conto me passou, foi o jeito em que ele começou. Normalmente os episódios seguiam um esquema de apresentar a cidade onde a Kino estava indo, introduzindo alguns dos possíveis elementos que iriam aparecer lá, e depois te jogar no desenvolvimento do conteúdo.
No caso da primeira história, focada no Museu do Presidente, isso não acontece, e você já é levado até a entrada, sem explicar muito do lugar, não deixando uma impressão clara sobre as características marcantes do país. Talvez ele realmente não tivesse nada que fosse impactante, porém, ainda me soou um pouco abrupto essa repentina aparição em um ambiente já “preparado”.
A medida em que a história vai sendo contada, você passa a entender que se trata de uma cidade onde um viajante agiu de forma direta, e acabou se tornando o Presidente do local, virando uma espécie de lenda por tudo aquilo que fez.
Essa parte é interessante, por mostrar uma perspectiva sobre oportunidade x capacidade. A Guia deixa claro que um viajante, que passava pelo países, usou dos seus conhecimentos e mudou a política corrupta do lugar, guiando-os para um futuro melhor.
Porém, enquanto a Kino caminhava pelo Museu, e vai comentando os diferentes objetos que estavam lá, a sensação de que o Presidente, que deveria ser alguém notável, não era tão diferente assim de uma pessoa comum, acaba surgindo.
A Guia fazia parecer que os objetos, e as próprias circunstâncias que levaram o viajante até o país, fossem algo grande, corrigindo a Kino, para usar a palavra destino, ao invés de acaso, mas no fundo, pode não ter sido bem assim.
O episódio não aprofunda no assunto, mas a sensação que fica, é de que era apenas um viajante qualquer, que acabou encontrando o país, e enxergando a possibilidade de melhorá-lo, já que precisava de ajuda.
Já o segundo conto, mostra um país onde existe um hábito bem interessante. Todos lá acabam de alguma maneira, presos por alguma mentira.
Existe todo uma história relacionada a uma revolução, onde um dos heróis acabou “pagando” um preço pelos seus atos durante o ataque, sendo forçado a ficar longe da sua amada. A história gira em torno desse caso, mostrando os diferentes pontos de vista, indo dos habitantes, que decidiram criar uma enorme mentira, mudando muitas coisas para esconder isso, até os próprios envolvidos, como o homem, e a própria garota.
Quando a história começou, meio que dava para imaginar que seria a empregada, a pessoa que o homem procurava. Porém, mesmo sendo um pouco previsível para mim, o enredo ainda foi construído de uma forma que acaba te prendendo até o final do episódio.
A revelação, onde o homem diz que estava feliz com a situação atual, deixa uma sensação estranha, porque, mesmo sabendo das coisas, e percebendo todas as mentiras, ele ainda decidi ficar daquela forma, com cada um contando suas mentiras e vivendo daquele jeito.
Cria uma relação interessante, porque no final, todos acabaram presos pelas próprias mentiras, vivendo dentro delas como se fossem verdades.
Esse episódio, por mais simples que seja em termos de narrativa, acaba se mostrando bem eficiente, apresentando dois contos de forma prática, sem deixar de levantar algumas questões interessantes.
Agora é esperar pela semana que vem, e ver por quais novos caminhos a Kino vai passar.
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E você, que nota daria ao episódio?
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Extra
A condição da moto acaba chamando atenção, primeiro, por remeter a questões sérias, com o abuso de pessoas, informações, e até mesmo animais, como forma de entretenimento.
As motos basicamente têm como única função correr e serem guiadas, deixar uma presa, sem poder se mover é como a colocar em um inferno, já que limita todo a sua natureza.
Essa lei seria parte do novo governo para impedir que o homem fosse procurar a garota, ou é parte de um regime fechado de verdade, envolvendo algo mais complexo? Também tem a questão de só haver um portão de entra e saída para os visitantes.
Seria a forma de “facilitar” a vida do homem para ele não ter que correr para diferentes lugares, ou isso também seria parte de outra mentira?