As Crônicas de Arian – Capítulo 38 – A bruxa

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Capítulo 38 – A bruxa

O brilho azul da espada e olhos de Lara sumiram devagar, até que ela, exausta, caiu ajoelhada, respirando de forma ofegante. Ela então encarou com mais atenção a mulher de aparência exótica que estava parada olhando para eles.

— Aquela Lunar? A guardiã da floresta? — questionou ela. A aparência era similar a humana, mas tinha uma aura tão divina à volta dela, que a comparação parecia errada.

— Deusa da floresta para você, seguidora de Alizen — disse Lunar, olhando com desprezo para Lara.

— Você… Você não ouviu o garoto pedindo sua ajuda? Por que demorou tanto? Se tivesse chegado mais cedo… — Arian estava apontando para Johan, que jazia morto perto deles. A mãe dele tinha ido para junto do corpo, e o estava encarando, com os olhos cheios de lágrimas. 

— Cuidado com a boca, mortal, ou vai acabar igual aos goblins… Ele chamou Alizen e mais uns três deuses antes de mim, eu fui meramente mais um nome que ele lembrou em desespero. — Lunar encarou primeiro o corpo de Johan, sem expressar nenhuma emoção. Só quando se atentou a mãe dele que ficou com um olhar de pena. — Eu não sou onipresente. Posso ouvir tudo na floresta, mas não me teleporto instantaneamente para onde quero. Ele deu sorte de eu estar perto, caçando um amaldiçoado de alto nível.

— No fim das contas, chamar por deuses e heróis ainda acabou sendo inútil… — Arian começou a forçar uma risada. — Quero ver o que o Jon vai dizer sobre isso…

— Humanos… Sempre insatisfeitos, vocês teriam morrido também se não fosse por mim…

— É o que você diz… Mas eu estava prestes a virar a luta — disse Lara, cravando sua espada à frente do corpo, enquanto ainda ajoelhada, recuperava o seu fôlego.

— Você ia congelar a área com essa coisa, matando toda vegetação próxima, e aí eu mesmo iria te matar. O resultado seria o mesmo, você apenas não ia morrer por essas criaturas abomináveis.  

Lara não respondeu, apenas encarou a mulher, como se tentasse demonstrar que não estava com medo dela. Lunar a ignorou, observou rapidamente os corpos dos aventureiros no chão, até seus olhos voltarem a mãe de Johan.

— Mas se te deixa mais feliz, guerreiro, tem algo que posso fazer pelo garoto…

Lunar se aproximou da mãe de Johan, que estava segurando o corpo do filho. Ela tocou a cabeça da mulher, que logo depois parou de chorar, e só parecia confusa, tentando dizer algo, mas sem conseguir por causa da língua cortada.

— O que você…? — perguntou Arian, sem entender o que ela tinha feito.

— Apaguei a memória dela do que viveu aqui e da existência do filho. Ela não pode sofrer se não lembrar de nada.

Arian continuou olhando para ela, meio decepcionado.

— O quê? Achou mesmo que ia reviver alguém? Não importa o deus que busque neste mundo, mortal, nenhum pode trazer os mortos de volta à vida, não sem se tornarem algo completamente diferentes. E mesmo que…

A mulher parou de falar e começou a se aproximar de Arian, parecendo curiosa com algo.

— Marven…?

— Como você… Como sabe o nome real dele? — questionou Lara. Lunar a ignorou.

— Por que seu cabelo escureceu? E seus olhos…

— Você me conhece? — perguntou Arian, imóvel perante o olhar da mulher.

— Estava lá quando você nasceu… Eu era a melhor amiga da sua mãe… Fico feliz que tenha sobrevivido ao ataque à Ether. Mas… É estranho, seu cabelo e olhos escureceram muito, e está mais fraco também… Sua alma está completamente instável. O que fizeram com você?

Arian não respondeu, só a olhou ainda mais confuso. Ela então colocou a mão na cabeça dele.

— Ah, entendi… Parece que você passou por muita coisa… Interessante, uma pena que não consegue controlar… Talvez eu possa ajudar nisso… 

Arian não precisava que ela dissesse, claramente estava lendo suas memórias, em uma velocidade absurda.  

Depois de um breve instante, olhou profundamente nos olhos dele, com pena. Ela então retirou os braceletes dourados que estava usando. Deu um para Arian, e jogou o outro para Lara.

— Coloquem isso, tanto faz o braço. Se Marven perder o controle naquela forma que viu na Arena, use isso. Imagino que deva saber o que fazer com eles — disse Lunar, olhando na direção de Lara, que após pensar um pouco, acenou com a cabeça, e rapidamente colocou o bracelete por baixo do dela. 

Eram bem finos e pequenos, pareciam mais bijuterias do que algo que poderia ser usado para defesa. Mas se podiam ajudá-lo de alguma forma quando perdia o controle, não tinha porque rejeitar. Os colocou facilmente por baixo do bracelete de sua armadura. 

— Você não tem muito tempo Marven, ou Arian, como te chamam agora. Ele vai vir por você também, assim que ela se for, e ele descobrir a verdade. Eu gostaria de ajudar, mas sou apenas uma imortal qualquer fora de uma floresta, e ele não vai ser burro o bastante para se aproximar de uma. Precisa lembrar logo do que aconteceu.

— Não pode…?

— Posso tirar memórias, e alterá-las, não devolver. Mas ainda estão aí dentro, se eu posso ver alguns pedaços você também deveria poder. Como você mesmo disse ao Johan, quando entraram aqui: “Precisa encarar e superar.” O que está te bloqueando é você mesmo.

Arian parecia perdido.

— Está a cara do seu pai… É tentador não manipular suas memórias para torná-lo em um dos meus amantes. Ao menos estaria protegido comigo…

<E> a olhou furiosa. E para a surpresa de Arian, Lunar olhou para ela também, achando graça da situação.

— Calma, criança. Estou só brincando.

<E> parecia surpresa com a fato da mulher estar interagindo com ela.

— Pode vê-la?

— Claro que posso. Tenho uma enorme ligação com o mundo espiritual. Eu vejo mais as almas das pessoas que seus corpos físicos.

Lunar acariciou levemente a cabeça de <E>.

“Não perca a chance, pergunte algo!”

— Sabe por que ela não sai do meu lado?

— Claro que sim. A alma dela está ligada a sua… devia gostar muito de você para ter… — Um grito agudo veio da floresta, interrompendo o que ela dizia. Era o mesmo da fumaça que os perseguiu. Lunar fechou os punhos, como se estivesse brava, e seus olhos emitiram um forte brilho esverdeado. — É melhor vocês correrem, ele está vindo para cá.

— O amaldiçoado de alto nível que comentou estar perseguindo, estava em uma fumaça? — questionou Arian.

— Sim. Pensei que tinha o matado, mas ainda está vivo. O portal que se abriu ontem jogou uma quantidade absurda de energia da dimensão negra nele. Saiam daqui, não tem a mínima chance contra um Diabo das profundezas amaldiçoado.

Arian concordou com a cabeça, suas respostas teriam que ficar para depois. Ele catou sua espada normal e a de prata, que tinha arremessado anteriormente, e encaixou nas bainhas, cruzadas em suas costas. Depois foi pegar a meio-elfa, que estava tossindo sangue. 

— Leve outra garota, essa vai morrer em alguns instantes — disse Lunar, ainda com os olhos voltados para a floresta.

“Ignore o que ela disse, leve a meio-elfa!”

“Ela vai morrer seu idiota, não é melhor levar alguém com chance de sobreviver?”

“Ela não tem como ter certeza…”

— Está com sangramento interno. Só consegui parar o externo antes dos goblins voltarem — completou Lara, se levantando e indo até a garota.

— Leve a mãe do Johan no seu cavalo Lara, eu vou levar essa — disse Arian, pegando a elfa no colo.

— Uma decisão estúpida… Você entendeu o desejo da Emily errado, Arian… — disse Lunar.

— Está dando sermão no Arian errado, é o outro que quer levá-la.

— Não, você também quer, só está usando a vontade dele como desculpa para tomar a decisão burra. Por mais que o modo que vocês agem difira, ainda são a mesma pessoa, com as mesmas vontades.

Arian então olhou para as outras garotas capturadas pelos goblins, que pareciam pedir ajuda com os olhos.

— Se sobreviverem, eu levo as garotas restantes para próximo da vila e apago as memórias delas, assim que cuidar daquela abominação. Saiam logo daqui! — gritou Lunar, observando a dúvida nos olhos de Arian.

Arian, com a meio-elfa no colo, correu para seu cavalo, preso a uns 100 metros do acampamento. Lara ia ao lado dele, segurando a mãe de Johan pela mão, aparentando um certo nojo de estar encostando na mulher.

Os dois montaram em seus cavalos com as mulheres, e saíram a toda velocidade. O tempo estava nublado, mas dava para ver o sol por trás das nuvens, e seguir em direção a ele. Outra opção era seguir no sentido em que as árvores vão diminuindo de tamanho. Ark era uma floresta muito simples de se guiar, por causa disso. Os gritos da criatura continuavam a soar pela mata, mas estavam ficando mais distantes. Depois de um tempo, a garota que Arian estava segurando na frente dele, parou de respirar. Ele rapidamente desceu do cavalo com a garota, a balançou, e tentou massagear o peito, para fazer o coração voltar a bater, mas foi inútil.

— Maldição! 

— Ela avisou… Por que essa obsessão com meio-elfas? — perguntou Lara, de forma rígida. Parecia estar brava com a decisão estúpida dele.

— Eu… Fiz uma promessa a uma pessoa importante… E era o outro que queria isso, eu só seguia a vontade dele…

— Não gostei da Lunar, mas acho que ela estava certa quanto a você querer a mesma coisa, embora não admita. Para quem se dizia tão lógico, a escolha mais eficiente seria levar as duas em melhores condições.

— Não existe uma escolha certa! 

— O que significa que não tem uma errada! Nossas escolhas são desejos egoístas, sejam eles bons ou ruins. Mas se não arriscar algo diferente às vezes, nunca vai ter certeza se tomou a escolha menos dolorosa. Acredite, eu sei do que estou falando… Se tivesse me escutado teríamos duas vivas, ao invés de uma…

Arian não falou nada. Só fechou os olhos, tentando controlar as emoções que estava sentindo. Lara tinha razão para estar brava, quer se importasse com aquelas garotas, ou não, tinha gasto suas energias naquela meio-elfa para nada.

Arian observou melhor o corpo da garota, esquelética, mesmo com a barriga mais inchada, por causa da gravidez. 

— Faça! — disse ele.

Lara desceu do cavalo e arremessou uma energia dourada da sua mão. Um leve brilho cobriu o corpo da meio-elfa. Aquilo evitaria que virasse uma amaldiçoada.

— Você estava certa. Espero que o idiota lembre disso da próxima vez também… Meu trabalho está feito, você assume agora — disse ele, em um tom sério.

O olhar de Arian mudou. Passou de uma expressão fria para um olhar triste. Ele pegou um papel em seu bolso, era a segunda missão que queria fazer naquela floresta, achar a filha meio-elfa desaparecida de fazendeiros da região. Ele amassou o papel e jogou na floresta.

— E agora?

— Vamos descansar um pouco aqui. Se precisarmos lutar de novo no nosso estado atual, vai ser problemático.

Lara não queria admitir, mas estava exausta. Comeram um pouco da ração militar que tinham com eles, e logo depois ela encostou em uma árvore e caiu no sono, enquanto Arian ficou de guarda. Algum tempo depois, quando já estava entardecendo, ela acordou.

— Não vai dormir também? — questionou ela, ao notar que Arian estava sentado ao seu lado, observando o céu, com um olhar triste.

— Não preciso. Eu estou bem.

— Exibido. 

Arian deu uma risada.

— E você, como está?

— Ótima. Já podemos voltar e enfrentar mais 1000 goblins.

Estava mentindo. Sua energia espiritual podia ter se regenerado, mas fisicamente não parecia completamente recuperada. Ia precisar de uma noite de sono decente para isso.

— Vamos continuar então.

Ambos montaram em seus cavalos e partiram em direção à Avile. Cavalgaram por algum tempo, até que Lara quebrou o silêncio.

— Lembra que me pediu para interrogar os prisioneiros vivos?

— Foi o outro que fez isso. Mas eu vi o que ocorreu.

— Os goblins não capturaram aquelas mulheres, as pegaram dos mercenários, quando atacaram o acampamento. Elas que estavam naquelas gaiolas de madeira antes. Eles eram contrabandistas de escravos. Alguns soldados da guarda da cidade de Avile capturavam mulheres bonitas do local e vendiam a eles por um bom dinheiro.

“Então a mãe do garoto…”

Arian arregalou os olhos ao lembrar do que Johan tinha falado para ele. A mãe não morreu na floresta, como os guardas afirmaram, eles a pegaram e entregaram aos mercenários. Arian parecia furioso.

— Acelera! Tenho mais uma coisa para fazer antes de voltarmos à Amira.

Eles tocaram os cavalos e saíram a toda desviando das árvores. Algum tempo depois, no fim da tarde, chegaram na vila.

— Leve a mãe dele para o templo de Alizen da cidade, e depois me encontre no posto da guarda.

— Ela não pode ir sozinha?

— Lara… — Arian olhou sério para ela.

A mulher tentava dizer algo, mas as palavras não saíam direito pela falta da língua. Parecia estar tentando dizer “casa”, apontando para um local.

— Viu? Ela sabe para onde ir — Lara a ajudou a descer do cavalo. A mulher os agradeceu com a cabeça e correu para o centro da cidade.

— Vamos! — disse Arian, tocando o cavalo.

Lara e ele chegaram rapidamente na casa da guarda. A porta do local estava fechada, e podia se ouvir um bando de gritos lá de dentro. Arian desceu do cavalo, e arrombou a porta com um chute, que a fez voar.

La dentro, o cavaleiro negro estava segurando um dos guardas, com sua espada atravessada no peito do homem. Todos os outros estavam no chão, mortos de diferentes formas. O cômodo da casa estava com vários móveis quebrados, e papéis espalhados para todo lado. Arian tirou sua espada. O homem com o manto negro soltou o guarda, que caiu morto no chão, e se virou para ele, calmamente.

— Não sou seu inimigo. Eles estavam capturando mulheres e vendendo como escravas…

Arian fez um olhar de surpresa. Mas de fato, aquilo combinava com o padrão de ataques do cavaleiro negro.

— Não que alguém como você se importe, a não ser que tenha uma meio-elfa envolvida, mas não creio que vai ter algo contra o que fiz… — completou o cavaleiro.

Arian o olhou confuso. O cavaleiro claramente o conhecia, mas com o rosto coberto e a voz estranha que ele estava fazendo, não conseguia o identificar.

— Quem é você?!

— Se quiser descobrir, me siga!

O homem assobiou e pulou para fora da casa pela janela. Um cavalo negro o esperava do lado de fora. Ele subiu com um pulo e disparou pela cidade. Estava indo para a saída. Arian correu para fora da casa, subiu em seu cavalo e seguiu atrás dele, com Lara ao lado. Saíram da cidade e seguiram para a estrada principal, em direção à Amira. O cavaleiro negro estava pegando uma leve distância deles.

— Esses cavalos não deviam ser mais rápidos que o dele? — perguntou Lara.

— O forte deles é resistência, não velocidade. Aquele é um Black Varis, é mais rápido que os White Astalon, mas se cansa mais rápido. Em breve ele vai reduzir a velocidade e o alcançamos.

Os planos de Arian não deram tão certo. Quando começaram a alcançá-lo, já tinham chegado em Amira, e a noite tinha caído, dificultando a perseguição. Viram o cavaleiro negro desmontar do cavalo assim que passou pelos portões da cidade. Andar a cavalo dentro de Amira era proibido, e atrairia a atenção de muitos guardas. Ele seguiu correndo no sentido do subúrbio, um local cheio de becos e casas de madeira mais simples.

Arian e Lara desmontaram dos cavalos e foram atrás dele. Mas depois de algum tempo, o perderam de vista. No momento estavam em um beco sem saída, em uma parte mais nobre do subúrbio, cheia de lojas e casas de dois a três andares. Arian reconhecia o local. A uns 150 metros dali, ficava uma praça cheia de estátuas e museus, uma das áreas turísticas da cidade. Para lá o cavaleiro não iria, atrairia muita atenção, devido a fama que a figura dele vinha criando no Sul.

— Mas que droga! Para onde ele foi? — Arian virou a cabeça de um lado para o outro e para cima, mas não viu nada.

Foi quando Lara e ele escutaram uma risada esquizofrênica atrás deles.

— Arian, cuidado! — Lara se jogou em cima dele, e os dois foram ao chão.

Algo passou por cima deles e explodiu, ao acertar a parede no fim do beco.

Arian se levantou e tentou entender o que estava acontecendo. Na direção oposta do corredor escuro onde eles estavam, uma mulher com um manto negro estava juntando uma energia negra nas mãos. Arian a reconheceu na hora. Era a mulher que estava com Atlas na guild. A mulher mandou uma nova rajada de energia escura contra eles. Conforme a magia passava pelo corredor, a madeira das paredes à volta deles estalava e a parte do chão de pedra rachava.

— É uma bruxa! — gritou Lara, colocando as mãos para frente e puxando energia dos celestiais, para bloquear o ataque seguinte da mulher de preto.

A energia negra se chocou com a que Lara tinha juntado na mão, criando uma onda de choque que arremessou eles para trás. 

— Vão! —  disse a mulher de preto, com uma voz esganiçada.

Dois homens, vestindo roupas simples de couro e usando espadas médias, saíram de trás dela e correram pelo beco até eles.

— Lara, aguenta aí! — Arian passou por ela e avançou na direção da bruxa.

Enquanto corria, Arian acertou um soco na cabeça do primeiro capanga da mulher, que caiu no chão imóvel. O segundo tentou cortá-lo usando sua espada, enquanto Arian ainda estava em movimento.

Arian pulou colocando os pés na parede ao lado, para dar impulso, e depois voltou chutando o segundo homem, que foi arremessado contra a parede, abrindo um buraco nela, e caindo inconsciente. Eram humanos comuns, não tinham a menor chance.

A mulher no manto negro lançou energia das mãos novamente. Arian se abaixou, instintivamente. A energia o empurrou em direção ao chão, como se aumentasse em muitas vezes o peso de seu corpo, mas não o acertou. Lara, atrás dele, bloqueou novamente, dessa vez sem ser jogada para trás. Seus olhos estavam dourados, tamanha a quantidade de energia que estava puxando para se defender.  

“Anda logo! Acabe com ela! E não pare, use a parede da próxima vez”.

Arian se ergueu rapidamente e avançou contra a bruxa. Ela lançou uma esfera de energia novamente. Arian pulou na parede a direita para desviar, enquanto se mantinha correndo. Conseguiu dar 3 passos antes de perder o atrito com a parede, mas foi o bastante para a energia passar pelo lado dele sem afetá-lo. A mulher estava a poucos metros. Ele tirou sua espada de prata e a normal das costas, se preparando para matá-la, mas não esperava o que veio a seguir.

O cavaleiro negro surgiu por trás da mulher, e correu no sentido de Arian, que tentou repetir o movimento de usar a parede como impulso e depois chutá-lo. Mas ele hesitou quando viu quem era o cavaleiro.

“Atlas?”

— Não é nada pessoal, amigo — disse seu ex-companheiro de guild, antes de imitar o movimento de Arian, e acertar um chute no seu estômago. A parede de madeira do lado de Arian estourou, e ele foi lançado para dentro da construção, enquanto Atlas seguiu na direção de Lara.

Próximo: Capítulo 39 – Escolha

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