Kino no Tabi #08 – Impressões Semanais

Novamente, o episódio dessa semana não trás a Kino como foco central, e eu nem mesmo vi ela lá (a menos que estivesse como figurante no fundo, ou escondida como easter egg).

Além disso, parece que o Shizu tem o péssimo hábito de encontrar países onde o povo não consegue abrir mão das suas crenças, sempre se voltando contra ele e apontando o dedo como se fosse uma mentira.

De qualquer forma, esse episódio acaba sendo bem interessante por trabalhar um pouco daquela questão de crenças e tudo mais, além de apresentar mais do dia a dia da Ti, que tinha mostrado ser uma personagem curiosa da última vez que apareceu.

A história dessa semana gira em torno de um país relativamente comum, que em um primeiro momento parecia ser bem tranquilo e pacifico. Porém, já conhecendo o modo como as coisas acontecem em Kino no Tabi, era de se imaginar que, uma hora ou outra, alguma coisa iria aparecer para provar que tudo não passava de aparências.

Essa cidade, por mais que carregue algumas semelhanças com o país-navio, quando relacionado à questão de apego às ideais e tudo mais, trás um conceito um pouco diferente do anterior.

Enquanto que no navio as pessoas estavam mais presas aos seus cotidianos, sem desejar por mudanças, ou melhoras, o país das ondas de rádio usava de certas condições para “simplificar a vida”.

De maneira geral, o país não tinha problemas, a economia era estável, as pessoas não eram corruptas, e mal havia criminalidade, o lugar era perfeito para viver, só que parte dessa estrutura era resultado de uma falsa ideologia de vitimismo.

Chega a ser até curioso como o país não se tornou um caos com as regras que tinham para si.

Aceitando imigrantes, não seria difícil imaginar alguém se aproveitando daquela “brecha da lei” para praticar crimes e não receber uma punição adequada.

Na verdade, esse aspecto da história acabou me chamando atenção, por remeter a aquele escapismo que algumas pessoas usam para justificar os erros que cometem.

Para mim foi até como uma alfinetada direta em alguns religiosos, que usam a desculpa de que foi coisa “do diabo”, para eliminar parte da culpa do que fez, e seguir a vida como se, com um pouco de “tratamento”, tudo pudesse ser esquecido.

Até mesmo a forma como expõem as crenças dos habitante é interessante, porque não tinha formas de defender aquilo sendo racional.

Tudo bem que estamos falando de um universo onde cachorros e motos falam, mas parece bem improvável que algo mecânico seja herdado pelas próximas gerações.

Além disso, quando o Shizu volta para desmascarar o impasse, deixando claro que a torre já estava destruída bem antes de tudo aquilo, é onde todo o problema começa.

Convenhamos que ele foi burro. No episódio do navio já não tinha dado certo, e agora ele volta, e joga a verdade na cara do povo como se estivesse falando que papai noel não existe (e todo mundo sabe que ele existe).

Chega a ser até um contraponto interessante para o episódio passado, focado na mestra da Kino.

Você não muda a cabeça das pessoas gritando que elas estão erradas e apontando o problema. Isso normalmente faz elas ficarem ainda mais defensivas e relutantes em aceitar, principalmente quando se trata de algo envolvendo ideais.

A Shishou foi na linha oposto e deixou que as pessoas enxergassem a oportunidade nas ações quase egoístas dela, enquanto que o Shizu tentou solucionar as coisas a sua maneira.

Talvez a atitude do final do episódio tenha sido a mais adequada, porém, apenas pelo fato da torre já ter sido destruída, e ainda assim as pessoas continuarem naquele sistema, já mostra que ele não teria muito sucesso no que queria fazer, podia ser que aquela falsa sensação de correto, fosse o que mantinha o país bem e, ao invés de salvá-lo, o Shizu estaria destruindo o lugar por mudar a visão da população.

Por final, após todos os problemas, uma criança fazendo um bebê de refém, granadas e negociações, temos uma espécie de extra focado no dia a dia da Ti, e em como ela tem vivido ao lado do Shizu e do Riku.

Os detalhes acabam sendo explicados no final, e mostram como ela tem evoluído pouco a pouco, vivendo com a dupla e viajando atrás de um lugar para morar, e acaba dando aquela sensação de happy ending, já que ela tinha passado por muitos problemas vivendo naquele antigo país.

Resumindo, o episódio consegue trabalhar bem a proposta que inicia, mostrando um país influenciado pelas ondas de rádios, e suas crenças em cima disso, além de dar uma nova perspectiva para a vida do Shizu junto da Ti.

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E você, que nota daria ao episódio?

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