Citrus #04 – Impressões Semanais

“Previsão: Sua primeira reação será decepção”, diz o título de uma discussão no MAL sobre Citrus. De cara me chamou atenção sobre os tópicos que condiziam com os primeiros episódios ou os primeiros capítulos do mangá.

Não queria ter que que prolongar o assunto, mas há duas coisas que precisam ser esclarecidas.

Os abusos da Mei. Nenhum tipo de abuso é justificável, mas, temos que concordar, algo que foi ainda mais refutado nesse episódio 4 é que a Mei também sofreu abusos. Seja pelo professor ou pela Himeko, rainha dos cachinhos.

Isso não é um porquê, mas pode ser um reflexo do que aconteceu com ela. Querendo ou não a Mei também é uma vítima. Assim como a Yuzu também é, por isso a troca de beijos forçados entre elas acaba sendo uma defesa contra a outra.

Os abusos são algo extremamente forçado sim, mas que inicia um enredo muito comum no gênero Yuri, e em outros milhares de outros gêneros. Por isso, enquanto diariamente ignoramos ou simplesmente não ligamos e problematizamos outros animes, Citrus é julgado pela justificativa de forçar as coisas. Porém, diversas outras obras também seguem o mesmo fluxo forçado.

Segundo ponto: Fanservice. Lidar com fanservice é algo extremamente delicado por estar intrínseco na indústria japonesa, não há justificativa para ele além de ser chamativo. Fanservice em si é uma amostra sexualizada e algo que fica repetitivo se comentarmos em todas as obras.

Vou negar que Citrus tem fanservice? Claro que não, mas é algo que é muito menos interessante de comentar do que os outros pontos da obra por um simples motivo: Fanservice já caiu na normalidade. Ainda mais em gêneros yuri, que é muito previsível de se ter.

Isso não foi uma defesa a Citrus, mas sim um adendo a pontos que discussão em si não vai resolver absolutamente nada. Abuso e fanservice são algo completamente desnecessários, mas são uma fórmula de enredo MUITO comum.

Pratos limpos.

Esse episódio em si foi muito mais rico em história do que os outros. A Himeko tem uma personalidade obcecada que eu particularmente achei horrível, então ela ultrapassou como pior personagem.

Entendo que a Yuzu ficou envergonhada ao expor seus sentimentos, uma reação natural e bastante previsível seria sua fuga. Mas sua curiosidade em relação a reação da Mei é seu pior erro.

Há uma boa preocupação dela, mas queria que ela levasse em consideração que também deveria receber uma preocupação de volta da Mei. O justificável é que a obra é contada basicamente na sua perspectiva, enquanto a Mei continua sendo o mistério principal.

Himeko e Mei tem uma história, uma comum amizade de infância. Porém foram nessas memórias que conhecemos uma Mei mais alegre, serena e que falava mais de seis palavras.

Aí voltamos em todo o mistério de seu pai, o porquê de ele ter sumido e apenas surgido com uma esposa absolutamente do nada. O que o nome de sua família tem a ver com todo o peso que a história carrega e milhares de outras questões sobre ela.

Como disse, a Mei segura o enredo inteiramente em sua história e seu olhar triste. Enquanto a Yuzu balanceia as coisas e tenta entender o que se passa nela mesma.

Gosto da sua personalidade, porque mesmo entre os problemas, ela ainda consegue ser animada e continuar normal. Não como uma quebra de clímax, mas simplesmente porque seu jeito de ser é assim. A clássica apaixonada que mesmo ferida continua sorrindo.

O que provavelmente pesou nesse episódio foi a Himeko forçando algo a Mei. Não sabemos exatamente onde chegou, mas já deu para perceber que mesmo em provocação, ela estava com ciúmes da Mei com a Yuzu. Contudo, pode ainda ter sido também uma forma de arrancar a verdade dela.

Parece ser uma história enterrada há tempos, mas não sabemos se foi um romance em si. Óbvio que foi algo colocado para transmitir ciúme a Yuzu e tornar as coisas muito mais confusas para ela.

Agora pode ser entendível que a Mei é extremamente fechada porque foi magoada pelo sumiço do pai, mas também sabemos que outras pessoas a forçaram a fazer coisas que talvez ela não quisesse. Pode ser que isso não seja uma justificativa completa para a personalidade antipática, mas é um começo.

Mesmo que ela esteja sofrendo, isso acaba ofuscando um pouco do próprio sofrimento da Yuzu em não saber de absolutamente nada que está acontecendo, mas é previsível que a obra desenrole todas essas descobertas ao mesmo tempo que a própria relação das duas.

Há quem diz para confiar no plot de Citrus, até agora mantenho minhas dúvidas.

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E você, que nota daria ao episódio?

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