Grancrest Senki – O anime de Ação e Romance com final perfeito
Grancrest começa como uma aventura medieval simples, onde o protagonista busca poder para libertar seu país de um lord corrupto, e nessa busca acaba no meio de uma guerra muito maior, onde vai fazendo vários aliados e inimigos.
A parte do romance é o envolvimento dele com uma maga, que faz um pacto com o mesmo no início da história. Muitos, como eu, acharam que aquilo não sairia do lugar, mas somos surpreendidos já no episódio 7, com o protagonista mostrando que não era um daqueles personagens densos e sem atitude, como é o clichê dessas obras.
O foco nos momentos bonitinhos de romance é baixo, até porque eles tiveram que adaptar 10 novels/livros (equivalente a uns 25 a 30 mangás) em 24 episódios, então qualquer extra teve que ser cortado. Só os momentos mais importantes para desenvolver o casal se mantem, e eles quase sempre me deixavam com um baita sorriso na cara.
O romance que não enrola não é tudo, ao longo da história existem mais algumas surpresas chocantes, emocionantes e outras surpreendentes mesmo, como a revelação do final. A guerra e apresentação gradual de mais lordes que vão entrando nela, pode ficar meio confusa as vezes, já que é muito personagem sendo introduzido e uma guerra em cima da outra. Nesse ponto é bem fácil de sentir o roteiro acelerado, mas foi o preço a pagar para ganhar um final fechado, e um senhor final fechado, que deixa tudo bem concretizado e ainda é bonito.
A animação varia, de momentos medianos a muito bem animados, e alguns só estranhos, já que embora fluidos, o estilo de alguns animadores pode incomodar alguns. O designer de personagens não parecia ligar muito para consistência, e como resultado, cada animador que pegava uma cena longa de ação para fazer, alterava o design, as vezes de leve, e as vezes muito! Alguns vão achar estiloso, outros desagradável.
Então se a animação, história e romance funcionam a maior parte do tempo, o que faltou para esse virar um anime mais conhecido? Primeiro um protagonista mais carismático, o da obra não é ruim, mas é sério e no modelo “gente boa e honrado” demais para se destacar. Ele não tem frescura para matar e toma atitudes inesperadas quanto ao romance, mas é basicamente isso seu diferencial, em personalidade, ele é bem normal, você não desgosta dele, mas não cria grande empatia também.
Outro problema é o diretor, que tem boas conexões com animadores de ponta (tanto que o anime tinha muita animação boa), mas não é um bom diretor de ação, não conseguindo assim usar da trilha sonora (variando de boa e mediana) para engrandecer a maioria dos momentos climáticos. Existem uns 5 momentos marcantes na série, mas com um diretor que conseguisse construir melhor a tensão e entregar em todo climax, teria pelo menos uns 10 ou mais.
A sensação então é que eu assisti uma boa história adaptada em um anime mediano com um bom final fechado, que poderia ser melhor com um protagonista mais carismático e um diretor mais especializado em ação. Mas que ainda assim vale muito a pena dar uma olhada para quem gosta do tema medieval e animes de ação romance. Animes medievais bons já é raro, e com finais fechadinhos e agradáveis como esse mais ainda.
Direção: 7/10 (Deu pro gasto e ajudou com as conexões com bons animadores, mas ficou devendo na direção de ação)
Roteiro adaptado: 8/10 (para o que teve que rushar de material fez um bom trabalho)
Trilha sonora: 7.5/10 (Uma ou duas OSTs se destacavam, mas a maioria era esquecivel)
Animação: 8/10 (vários momentos bem animados, mas a inconsistência era alta)
Nota final: 7.75 (Mediano/Bom)