Tate no Yuusha #04 – Impressões Semanais
Immanuel Kant , um dos maiores filósofos modernos, implica que a sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir.
Sendo que este não está nenhum pouco questionando a aptidão intelectual delas, mas chamando atenção a capacidade feminina de ser mais sensível e delicada em seu ato de amar e se conectar com outra pessoa.
Muitos escritores e poetas já esboçaram a sua admiração e paixão a amabilidade e encantos do sexo oposto.
E antes de tudo este episódio de Tate buscou exatamente isto: reconstruir, definitivamente, as conexões no coração de Naofumi através da lealdade, ternura e carinho de sua escrava.
Com o desenvolvimento apresentado se configurando como uma jornada no qual o protagonista, que foi ensinado a odiar e desconfiar das mulheres, foi curado e acalentado por outra mulher.
Sendo um desfecho um tanto convencional e até diria que antiquado, mas funcional e bastante poético dentro do corpo narrativo desta história.
E por mais que o herói do escudo demonstrasse ter alimentado afeto e construído uma certa dependência por sua “espada”, ainda não confiava inteiramente nela.
Mesmo que fosse óbvio que a escrava tinha percepção da dor e das dificuldades de seu mestre, e por isto afirmava o que dizia tão abertamente e com fervor.
Infelizmente, o seu senhor continuaria a não escutá-la se não acontecesse o desfecho com o herói da lança, pois suas palavras só ganharam valor ao serem ditas sem a necessidade de um pacto.
Além disso, foi interessante notar que, ao denotá-lo o que tanto queria ouvir, mesmo assim ele não queria aceitar por admitir para si que estava a tratando como ferramenta.
Por mais afável (apesar de carrancudo) e bom que tivesse sido, é um fato que inicialmente a comprou instigado por ódio e necessidade, não necessariamente por bondade.
Naofumi tinha a urgência de uma espada, a adquiriu para poder evoluir, defender e cuidar dela foram consequências de precisar dela.
Mas o legal é perceber que Raphtalia tinha ciência disso desde o inicio, mas mesmo assim reconhecia que, não necessariamente, ele teria que tratá-la como pessoa e aí está a diferença.
A escrava reconhece que ele não a adquiriu por compaixão, mas para usá-la e aceita isto porque, diferente de outros donos de escravos, foi o primeiro a tratá-la dignamente como pessoa e lhe dar propósito.
Digamos que o Naofumi acabou fazendo algo certo com os motivos errados, e falando em certo por motivos errados…
O que o Motoyasu fez foi movido por um pensamento correto, e o público só o odeia porque toda a situação torna o protagonista uma vitima.
Contudo, se analisarmos que o herói loiro não tem más intenções , mas estava sendo enganada pela princesa, o que ele faz realmente não é errado.
Mas o que torna a sua atitude condenável é que ele não levou em consideração os interesses e sentimentos da escrava e foi tirando conclusões por base em especulações.
Já que, acima de defender um ideal, deve-se considerar a vontade e os interesses dos outros indivíduos em questão, e não força isto nessas pessoas de forma despretensiosa.
Mas, de fato, o valor que ele defendeu ao desafiar Naofumi não deve ser de maneira nenhuma criticada, já que realmente nenhum indivíduo é prosperidade de outro.
E por mais que o que ele diga esteja certo ele esta sendo hipócrita porque de fato não luta pra libertá-los, só se manifesta quando lhe convém e contra o Naofumi porque ele o ver de forma depreciativa, mas não se autocritica.
As atitudes demonstradas pelo herói devem ser questionadas, mas definitivamente não a base que o levou a ela, porque a escravidão de maneira geral torna alguém um objeto e tira seu direito de liberdade e ação.
E por mais que na historia tenha existido tipos de escravidão que pareciam mais um contrato entre duas partes, com o escravo se assemelhando mais a um servo do que realmente a um escravo, a vida dele é de total propriedade de seu dono e de modo algum pertence a ele.
Como no caso de Naofumi e Raphtalia, no qual ele não a explora de forma covarde, mas a sua vontade se resume totalmente a vontade dele.
Mesmo que a vida de um servo ou vassalo também estivesse sobre julgo de seu senhor, ele não poderia pedir uma execução legal sem uma motivação real como rebeldia, roubo, etc.
Já com um escravo, nem esta premissa é garantida, na maioria dos tipos de escravidão – inclusive na que é apresentada nessa obra – um escravo nem era considerado uma vida e poderia ser descartado a qualquer momento.
E ainda convêm lembrar que Raphtalia não pode nem pensar em fugir, ou desobedecer uma ordem, porque neste mundo os aspectos dados aquele pacto são de obediência absoluta.
Inclusive por isto as palavras dela não tinha valor para ele, já que estavam sujeitas a esta lei de lealdade forçada e acreditava piamente que se pudesse ela o deixaria sem pestanejar.
Mas sem as barreiras do pacto, finalmente as palavras de Raphtalia puderam chegar ao coração de Naofumi e restabelecer de forma definitiva ao personagem a confiança que ele havia perdido nas outras pessoas, denotando que não é necessário ser um escravo para alguém ser realmente leal.
Raphtalia não serve ele apenas pelo pacto, mas pelo o que o seu senhor representa, e isto pode ser uma escrita considerada clichê e falha para algumas pessoas, mas para mim é uma boa motivação para que ela não desejasse ser liberta.
Em suma, ela já tinha a dignidade que um escravo desejaria mesmo como escrava dele, já que o mesmo não a tratava realmente apenas como uma coisa, por mais que ele afirmasse que inicialmente ela fosse um suprimento para suas necessidade.
Contudo é inegável que a partir de agora, ao vislumbra que não era necessário utilizar a escravidão para que ela continuasse ao seu lado, Naofumi reflita um pouco mais sobre o que realmente significa fidelidade e companheirismo de fato.
Em consequência disso, perceba que por mais que o mundo seja injusto e exista pessoas sujas como o rei e sua filha, ainda possui pessoas no qual ele realmente poderia depositar sua fé, e que acreditam nele como Raphtalia e o ferreiro, que não podemos esquecer que sempre o apoiou desde o inicio.
Nota Extra: Gostei de terem cortado o beijo na testa do Naofumi por que não iria condizer com o atual comportamento dele e suavizado mais o comportamento do rei e sua filha para dar mais normalidade a ação dele, sem que ele e a princesa passassem uma imagem de antagonistas de quadrinhos muito clichês.
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E você, que nota daria ao anime?
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#Extras