Tate no Yuusha #05 – Impressões Semanais
O review em vídeo é do Marco, e o escrito da redatora Sirlene.
Primeiramente, peço desculpas em postar a review hoje, ela deveria sair ontem, mas as instabilidades no Crunchyroll impediram de eu a fazer quando estava desocupada, já que acabaram minhas férias e tenho momentos específicos para fazer as impressões (curso de Geografia).
Segundo, Tate no Yuusha esta sendo uma experiencia um tanto que interessante porque a obra possui uns conceitos e ideias que acho legais, mas a escrita em determinados momentos deixa muito a desejar, e me faz ficar um tanto quanto cética com a autora.
Inclusive, novamente, tocando no assunto de escravidão, que eu considero que o anime esta tratando de forma superficial e apenas como um objeto no roteiro, mas que não é um tema discutido ou mostrado de fato (mas espero que seja em algum momento).
O ato de Raphtália em pedir para que Naofumi refizesse o selo de escravo acaba com todo o desenvolvimento realizado no episódio anterior, que eu praticamente gostei muito.
Porque foi uma construção bonita com o personagem admitindo que a via inicialmente apenas como uma ferramenta e tudo o mais. Mas com ela declarando que aceitava aquilo, que desde o inicio o herói tinha deixado claro que a tinha apenas para ser usada como espada.
Alias, toda a aquisição dela como escrava era pra suprir uma necessidade e trauma do protagonista, mas acaba virando um fetiche porque não tinha necessidade dela refazer o pacto depois dele aceitá-la e reconhecê-la como uma companheira leal e confiável.
E, posso compreender que autora possa ter se baseado em uma pratica descrita no livro de Deuteronômios 15:16-17 da Bíblia, no qual, após os sete anos de serviço, o servo ou escravo, ao ser liberto, poderia escolher continuar servindo o resto da sua vida ao seu senhor, que era visto como um ato de amor.
Mas o problema é que esta escravidão descrita no livro sagrado é muito diferente da apresentada na obra, sendo mais parecido com um contrato de servidão do que de fato escravidão.
Sendo que a implicância do que é ser um escravo, e do pacto de escravo dentro da obra, é totalmente ignorada no momento que Raphtália diz que o refez porque queria ter um símbolo da fé de seu amo.
Contudo, aquilo é uma maldição que conota prender uma pessoa totalmente a vontade de seu dono, e não implica somente em impedi-la de mentir e trair, mas de agir, sendo que se Naofumi dizer um não, realmente é um não.
Então imagina uma situação no qual nossa heroína quer ajudá-lo, mas por algum motivo ele ordena para que ela não se intrometa pra não se machucar, ou por orgulho. Raphtália ficará estática, sem fazer nada, porque se tentar o ajudar só vai desencadear uma dor insuportável.
Ou pelo menos assim deveria ser pela descrição dada sobre o selo de escravidão no segundo episódio, no qual lembremos que ele usava as ordens para ensiná-la a lutar e tirá-la da inercia, mas que era algo cruel pois a infligia uma punição física.
Então conseguem compreender como a narrativa acaba esquecendo o peso das próprias coisas que ela conceitua e cria dentro do universo, e em determinadas situações trata tudo com a maior banalidade possível?
Neste aspecto, não tem como defender Tate no Yuusha, e vamos ter que admitir que a obra toda vai ser sobre um herói adquirindo escravos pra ajudá-lo a salvar o mundo. E o ato dele é até uma boa saída em uma sociedade que permiti a aquisição de escravos e o aparente maltrato deles.
Já que se não tem como derrubar este comércio de uma hora para outra, adquirir escravos é até interessante, sendo que este tipo de ação foi praticada de fato na história humana, com o dono os tratando melhor e os libertando um tempo depois, mas a obra dificilmente se aprofundará nisto.
Apesar de que não podemos considerar a aquisição da Filo-loli algo planejado, mas advindo do poder abençoado do protagonismo e da conveniência de roteiro. Já que esta bem óbvio de que o que ele adquiriu não é um filorial normal e provavelmente explicarão isto depois.
Em relação a gorducha emplumada, achei até que divertido a introdução dela e a concepção dos filoriais parece muito com o dos chocobos de Final Fantasy e desconfio que realmente seja uma referencia da autora ao RPG.
A ideia da corrida contra o Motoyasu foi legalzinha, mas aqui também entramos em outro problema encontrado na obra. O maniqueísmo, já que a Malty é concebida realmente como aquele tipo de personagem para as pessoas odiarem, sendo má por ser má.
E realmente existem pessoas que gostam de prejudicar outras apenas pelo prazer de verem o sofrimento alheio, mas este tipo de personagem também necessita de algum trabalho ou desenvolvimento se não são apenas caricatos.
A exemplo, o Curinga de Batman é mau por ser mau, ele é um psicopata maluco que ama matar e infernizar o herói, mas suas razões são esboçadas pelo próprio personagem que admite que faz aquelas coisas para tentar forçar o Batman a matá-lo, simplesmente para ver o herói caindo.
Ele não apenas antagoniza situações no roteiro, ele desafia as próprias filosofias e concepções do herói. Enquanto a princesa é criada apenas para fazer o público ficar com raiva e o Naofumi possesso.
E o herói da lança? Assim como o do arco e o da espada não é exatamente um vilão, só que é o mais idiota dos três, concebido como um verdadeiro pateta para que o protagonista possa ser exaltado em determinados momentos da obra.
Sendo isto que eu não gosto muito no enredo, porque os três heróis são criados de uma forma na qual o Naofumi é o único que questiona, se preocupa e que, aparentemente, leva aquele mundo a sério.
Eles tratam aquilo tudo realmente como um jogo, não refletem o que eles representam de fato, e o que é ser um herói. Apesar que os outros dois parecem ter um pouco mais de consciência e moral ao refutarem o rei e reivindicarem que pagassem a recompensa do Naofumi.
E até que faz sentido, porque quem tem mais contato com a população daquele país é o protagonista, portanto este possui uma noção maior das consequências geradas de uma ação impensada, por exemplo, neste episódio ele questiona se Motoyasu não percebeu que a taxa imposta pela Malty era praticamente uma extorsão a vila.
Mostrando que os outros heróis são praticamente ignorantes, eles não sabem nada daquela sociedade, economia ou situação da população que eles defendem, só cumprem as missões e pegam as recompensas.
Ademais, além de realçar um pouco mais como a princesa e o rei não valem um centavo, o anime apresentou mais uma personagem e não estou me referindo a Filo. Creio que pelos diálogos, seja a rainha de Melromarc, afinal se temos um rei, ele possui uma esposa.
E já que ela ainda não apareceu no palácio, suponho que ela não esteja no país, mas em alguma conferência, ou em outra cidade do próprio país, e pelo frame de um castelo ou cidade sitiada, aquilo pode ser fruto das ondas (já que não creio que elas aconteçam só em um local do país e do mundo) ou de alguma guerra.
O diálogo também deixa exposto que invocarem os quatro heróis em um único país aparentemente não é normal e isto causou algum atrito com as outras nações. Talvez ela esteja negociando isto, ou alguma aliança com outra nação, o que explicaria a ausência da rainha até o presente momento.
Além daquela policia secreta que ela possui ser interessante, já esperava que a pessoa que estava escutando no primeiro episódio o que acontecia com o Naofumi tivesse ligação com alguma organização secreta que iria contatá-lo depois, e que era ligada a um nobre importante de outro país, ou da própria Melromarc.
Mas pelo visto, esta organização é ligada a esposa do próprio rei , o que denota que seu poder também é semelhante ao do rei, já que a Malty demonstrou temor e respeito quando eles apareceram por saber a quem respondiam.
O que me deixa curiosa sobre que tipo de pessoa ela possa ser, já que, aparentemente, parece bem disposta a fazer o melhor pelo seu país, já que esta resolvendo algum problema que poderia prejudicá-lo, ou negociando algo para beneficiar melhor a sua população.
Além de mostrar aprovação pelo Naofumi ter adquirido uma demi-humana, o que pode significar que ela é contra a forma que os outros donos denigrem esta raça e tratam os escravos, apesar de permitir a escravidão (hipocrisia? não sei).
Penso isto porque a fama do herói do escudo é ele ser bom para os demi-humanos, então ela esboçar uma reação positiva por ele ter adquirido Raphtália, me faz crer que ela não seja igual a filha e o esposo (amém, tem que ter uma alma que presta nessa família).
Resumindo, este episódio não foi tão emocionante e interessante que o anterior, mas apresentou algumas coisas que eu gostei, como a apresentação da rainha e a corrida com a Filo, mas outras que me incomodaram e me deixaram com um azedume na boca como da Raphtália pedir pra refazerem o selo de escravo.
Nota do autor: 3.5/5
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