Dororo #07 – Impressões Semanais
Depois de um ataque de ninjas cortadores de cebola na semana passada, Dororo trás outro episódio focado em desenvolver uma história episódica, mostrando dois personagens que cruzam o caminho do Hyakkimaru (ou seria o contrário?).
Diferente do que aconteceu lá no quarto episódio, dessa vez a história consegue trazer um pouco mais de relevância para o drama apresentado, o que no final, garante um episódio com um conto interessante de acompanhar.
Situações como essa do episódio talvez não sejam tão novidades assim. Quer dizer, dependendo do quão entusiastas você seja sobre a cultura oriental, provavelmente já se deparou com esse tipo de romance, o que acaba deixando o desfecho do episódio previsível, por mais que, o final em si tenha fugido do que eu imaginava.
Seja com for, o que achei legal nesse episódio foi a forma com ele é contado. Por mais que não seja algo extremamente detalhado, você consegue sentir o desenvolvimento entre a mulher-aranha e o homem, e consegue criar aquele leve shipp entre os dois.
Em vista do que aconteceu na semana passada, isso acaba dando um ar mais tenso para história, e te deixando curioso para saber até que ponto as coisas iriam funcionar, já que, como dá para imaginar, nem tudo termina bem em Dororo.
O bacana ali é que, além de conseguirem dirigir bem a relação entre os dois, eles conseguem adicionar outras aspectos no conto, como por exemplo o sequestrador, fazendo com que o episódio tenha um desenrolar mais voltando para o mistério.
Por conta das condições iniciais, você acaba fazendo a ligação lógica de que a mulher-aranha era a responsável pelos sequestros, mas aos poucos vai juntado os pontos e vendo que existem diferentes questões a serem observada dentro da vila.
A primeira de todas seria o fato de apenas viajantes poderem sair do lugar, o que já dá aquele leve pesada sobre o quão bem os aldeões do lugar são tratados.
Outro ponto seria a forma como os trabalhadores são explorados, chegando a ter acidentes e ninguém se importar em ajudar, o que indica que eles eram visto apenas como ferramentas pelos líderes do lugar.
Por mais que não seja dito propriamente, não é difícil chegar a conclusão de que o homem estava “sequestrando” pessoas para ajudá-las a sair da vila onde eram explorados.
São detalhes sutis como esses que vão sendo apresentando durante o episódio, e que vão te deixando curioso para saber como as coisas iriam se desenrolar, porque, até certo ponto, o Hyakkimaru estava ali para matar o monstro, o que, não necessariamente significaria fazer justiça.
Isso nos leva ao fim que, primeiramente, sou obrigado a dizer que quase me irritou.
Eu não sou lá muito bom com aquelas enrolações desnecessárias para gerar drama. Se você está fugindo, então não tem porquê parar para conversar, ou fazer qualquer outra coisa.
A mulher-aranha sugeriu cortar caminho pela montanha, para então ficar parada na entrada conversando e dando tempo dos perseguidores chegarem? São coisas como essa que me fazem ficar meio irritado, porque forçam um problema, sendo que não precisava ser assim.
Mas, felizmente, mesmo com a aparente desgraça vindo a caminho, o anime entregou um final feliz. Sim, feliz, o que acabou me deixando contente no final.
Quem sabe em um condição isolado eu tivesse optado pelo kit completo de desgraça, e desejado a morte da mulher-aranha, para que desse aquele gosto amargo na boca de que uma injustiça foi feita, já que, mesmo matando humanos, a Ohiga não parecia ser o tipo de criatura cruel, ela apenas buscava se alimentar como qualquer outro animal.
Mas no caso em questão, eu gostei de ver esse happy ending, porque semana passada a gente já teve essa demonstração de injustiça, e não repetir isso aqui dá uma bela aliviada em tudo, além de ser mais realista, já que o mundo não é composto completamente de tragédias.
Na verdade, ao menos do meu ponto de vista, esse desenrolar cria uma situação complexa para a Mio, já que, um ser humano digno, que buscava apenas sobreviver, foi pego em um golpe de azar, enquanto que um monstro, que se alimenta de pessoas, conseguiu a benevolência de poder sair vivo em uma situação crítica, e ainda receber o direito de ser feliz com alguém que conheceu.
Talvez esse episódio de Dororo não seja um bom exemplo em desenvolvimento, já que não progride muito com a jornada do Hyakkimaru, mas, olhando apenas para o que foi apresentando, ele consegue ser um bom entretenimento, trazendo um conto que reforça aspectos interessante da relação do sobrenatural com mundo da obra.
Nota do Autor: 4.25/5
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