Dororo #09 – Impressões Semanais

Como de costume, que na verdade não deveria estar se tornando tão rotineiro assim, peço perdão pelo vacilo de ter atrasado a review, mas acabou que fiquei enrolado e não deu para vir antes aqui.

Deixando isso de lado, vamos ao que realmente importa, no caso, falar sobre esse último episódio de Dororo que nos presenteou como o passo do Dororo, ou da Dororo, já que o anime confirmou o spoiler que a Sirlene deu nos comentários do gênero do personagem, e mostrou um pouco da sua tragédia.

Oficialmente é a Dororo.

Antes de começar a falar dos detalhes, tenho que dizer que esperava um pouco mais do passado da Dororo.

Isso, obviamente, parte das minhas expectativas em cima do anime, o que, não necessariamente, indica um problema, mas em vista de como a Dororo me trazia um sentimento de melancolia toda vez que se lembrava dos pais, eu esperava me emocionar mais quando essa história viesse átona, o que acabou não sendo o caso.

Isso, como acabei de falar, não implica que tenha sido ruim, e que o drama apresentado ali tenha sido mal feito.

Estamos falando de uma criança que viu seus pais serem mortos diante dos seus olhos, sendo que no caso da mãe foi resultado de uma conduta de autossacrifício, e não de consequências de uma luta, então é algo bem pesado.

Assim como, o próprio ambiente em que ela foi deixada já cria uma condição extrema porque, como deu para ver através dos outros episódios, o mundo do anime não é lá muito amigável, e certamente os primeiros meses da Dororo sozinha foram complicados (lembra do que ela falou para o cachorrinho lá no primeiro episódio? Então…).

Pesado…

Inclusive, a cena da mãe da Dororo colocando a sopa quente na própria mão foi algo bem chocante, e mostra como ela estava disposta a fazer tudo pelo bem da filha.

Então, por mais que tenha sentido falta de um pouco mais de intensidade em cenas como a da sua morte, que poderiam sim ter um diferencial mais forte, ainda tem bastante coisa que dá para simpatizar, e sentir o peso da perda da Dororo.

Foi interessante.

Aproveitando a deixa sobre o mundo da obra, eu gostei de como os pais da Dororo foram representados ali.

Mesmo sendo bandidos, a forma como eles são mostrados como heróis cria uma certa imersão na história, já que os flashbacks estavam sendo contados da perspectiva da Dororo, então faz sentido eles não serem ligados a uma imagem negativa.

Outro aspecto bacana é que os “mocinhos” não foram recompensados, e os “vilões” acabaram saindo por cima.

A traição por parte do membro do grupo do pai da Dororo era meio que óbvia, mas as conclusões disso seguem para um lado mais realista.

A decisão em trair o líder foi a segura, e no final das contas, a posição como samurai acabou rendendo um bom futuro para ele (pelo menos até aquele ponto da história), enquanto que para a família da Dororo as coisas não saíram tão bem, e nem mesmo a possibilidade de vingança aconteceu.

Em tempos de guerra, nem sempre manter a honra e suas concepções éticas são a melhor escolha, e isso foi mostrado aqui, por sinal, reforçando o arco da Mio, onde o Dororo diz que a prostituição foi o único serviço que a mãe dela não aceitou, o que acabou gerando um preço.

Tempos difíceis, escolhas difíceis.

Em resumo, o episódio poderia ser um pouco mais trabalhado, principalmente na morte da mãe da Dororo, mostrando algo mais emotivo com as flores e a forma como ela se vai, mas, de maneira geral, ele cumpre o propósito de mostrar um pouco do passado da personagem, explorando esse trauma que ela carrega.

Nota do Autor: 4.25/5

Extra

Ficou legal essa jogada de cores, com os flashback em preto e branco e os tons de vermelho
Foi engraçadinho ela ficando envergonhada no final.
Semana que vem devem aprofundar nesse conflito, espero.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.