We Never Learn #01 – Impressões Semanais
A primavera, estação do ano que alguns japoneses sofrem com o pólen, e que outros ficam vislumbrados com o desabrochar das Sakuras (as cerejeiras). Não sei o que anda ocorrendo nessa season, mas tivemos muitas estreias de animes curtos. E, pelo menos eu acho isso ótimo, pois consigo ver bem mais.
Todavia, não foi o caso com Bokuben (ainda bem), que, chega com os tradicionais 24 minutos de episódio dos animes. Antes de começarmos, vale ressaltar que sou muito fã do mangá, pois o Taishi Tsutsui, autor do mesmo, é pupilo de Naoshi Komi (criador de Nisekoi).
Para quem acompanhou minhas análises de Kaguya-sama, sabe bem o quanto gosto de Nisekoi. Sobretudo, Bokuben consegue ser igualmente divertido e, de quebra, entrega algo diferente.
Confesso que meu hype para o anime não era dos melhores, uma vez que, a primeira PV tinha sido bem… chocante. Todavia, estamos falando de um diretor experiente: Yoshiaki Iwasaki. E se você não conhece por nome esse cidadão, ele é responsável pela direção de Love Hina. Para uns otakus de longa data, provavelmente, essa foi uma das primeiras comédias românticas.
Falo isso por mim mesmo, pois assisti Love Hina na época que passou dublado aqui no Brasil, dentro do Toonami, no saudoso Cartoon Network de 2006, salvo engano. Além disso, o Iwasaki acumula participações em obras; principalmente, fazendo storyboards ou dirigindo episódios.
Mais recentemente, ele fez o storyboard do episódio 11 de Kishuku Gakkou no Juliet, minha primeira obra comentada aqui no Intoxi. Introduzi o cidadão, pois ele mostra um timing cômico muito competente. Em linhas gerais, Yoshiaki provou que dá para fazer um bom trabalho mesmo sem uma staff premium.
Agora, a opening foi um show a parte. A música é simples, porém, a animação está muito boa. Não era para menos, pois Kou Yoshinari, atualmente, um dos melhores animadores em atividade, foi o responsável por ela.
Vou dar um exemplo mais recente do trabalho dele para vocês. Ele fez aquela cena da Quinella queimando no episódio 24 de SAO Alicization. Além de diversos outros trabalhos, se gostaram, deem uma pesquisada mais a fundo sobre ele depois.
De qualquer forma, vamos para o que interessa: adaptação. Em primeira instância, está bem fiel. Adaptou o capítulo 1 do mangá. E, diferentemente de seu “concorrente em premissa”, Gotoubun no Hanayome, se assim podemos dizer, trouxe mais originalidade de direção.
O anime das quíntuplas foi, basicamente, um copy/paste dos quadros do mangá. Sem decréscimos ou acréscimos. Entretanto, Bokuben trouxe pontos para aumentar a comédia. A cena da Furuhashi se diminuindo e afinando a voz, por exemplo. Além disso, alguns layouts legais foram colocados, como na apresentação da Ogata.
Furuhashi e Ogata são duas garotas geniais. Cada uma em sua área: Furuhashi em humanas e Ogata em exatas. Todavia, as meninas dispõe de desejos inversos. Ogata quer ir para área de humanas e a Furuhashi quer ir para exatas.
Entretanto, ambas são horríveis fora de seus domínios. O que torna o plot inicial interessante, é a motivação para elas almejarem essas áreas distintas. A Fumino tem o sonho de fazer faculdade de astronomia para, assim, ficar mais próxima das estrelas; bem como encontrar a de sua mãe.
A Ogata quer fazer psicologia para entender os sentimentos das pessoas. Não deixa de ser válido também.
E, assim, é uma lição muito importante nas entrelinhas. Afinal, vivemos em uma sociedade onde querem impor esteriótipos e definirem nossos caminhos. Principalmente, quando estamos na fase da adolescência. Eu sempre julgo que tudo deve ser feito por gosto e por amor, se você executa uma atividade assim, certamente, será rentável a você. Medicina, Direito e Engenharia são apenas arquétipos.
Mas, de longe, o que mais é relevante é a determinação do Nariyuki em não abandoná-las; depois de diversos tutores (inclusive uma que os leitores tanto amam) terem as deixado anteriormente. Ele se inspira muito em seu pai; em não deixar ninguém para trás. Em valorizar o esforço alheio. A propósito, nós descobrimos que o Giovanni, isso mesmo, o chefe da Equipe Rocket de Pokémon não é pai do Ash, e sim do Nariyuki.
Além disso, o Yuiga dispõe de uma família um tanto quanto especial. Seja pela sua irmã mais velha (se dependesse dela o anime seria OreImo). Ou pelos gêmeos (que são mais espertos que vocês imaginam). Além da mãe deles (que dispõe de uma personalidade mais calma, anormal de matriarcas em animes).
Algumas pessoas mais críticas podem ter sentido uma certa rapidez para apresentar tudo. Pois é assim, mesmo no mangá. Obviamente, quando se está lendo, soa mais lento. Além de nos apresentar o propósito das meninas, temos um vislumbre mais específico da Rizu.
Enquanto ela não está na escola, o trabalho a chama. E bom… ela trabalha no Ifood e no Uber Eats para o restaurante de sua família: Ogata Udon. E, enquanto não faz entregas, fica jogando cartas sozinha, o que acaba sendo um ponto muito relevante para que o Yuiga se aproxime dela.
Em linhas gerais, uma estreia que superou minhas expectativas. A direção é um ponto muito bom no anime. No próximo episódio, uma nova girl é apresentada e, particularmente, ela gera os momentos mais cômicos (pelo menos dessa primeira parte). Na mão desse diretor, as coisas devem ficar melhor ainda.
Nota do Redator para o episódio: 4/5
Obs: ainda não pensei na criatividade. Em Kaguya, tinha o campeonato baseado na tabela de futebol. Vocês querem que ela continue? Ou querem que eu me baseie em outro esporte? Tinha pensado em F1, não sei o motivo KKKK.
Extras: