We Never Learn #06 – Impressões Semanais
É verídico que Bokuben é bem simplório no que diz respeito as ações do enredo, porém, o simples é feito de maneira tão boa, que, a obra entretém e funciona muito naturalmente.
Esses dois últimos episódios vieram muito fortes, principalmente, se levarmos em conta o desenvolvimento emocional das personagens principais. Embora o último tenha sido mais focado na Rizu, esse trouxe as coisas mais dispersas, fato que a direção consegue cadenciar bem para ser algo positivo.
A produção do episódio 6 estava, mesmo que minimamente, superior aos episódios anteriores. Um trabalho minucioso de character acting foi feito na Uruka para dar relevância as suas curvas e a outros atributos “kawai”. Além disso, a cena da chuva no santuário usou uma cinematografia realística muito boa, pode parecer besteira, mas trabalhar com elementos da natureza em animação é uma coisa complicada de fazer. Todavia, Bokuben tem se saído muito bem nisso, mesmo sendo uma obra de comédia romântica.
De mesmo modo, vimos uma ótima direção com excelente timing cômico que fez deste o episódio mais engraçado da série até aqui. São coisas bobas como as ilusões da Uruka, o quebra-cabeça se montando na cabeça da Furuhashi, e os gatos lambendo a Takemoto (de novo ela) no final que tornaram essa experiência hilária.
No quesito enredo, os primeiros momentos tiveram o claro objetivo de apresentar a Kirisu-sensei, essa personagem tão aclamada pela fandom. Até esse momento, ela vinha como background de elenco, sempre mostrando um jeito ríspido e hostil, porém, a contraparte que o Nariyuki vê nela é o que torna a personagem especial.
Outro detalhe legal dessa sequência, é que temos uma “tímida” recapitulação de alguns acontecimentos de uma forma bem engraçada, afinal, as garotas entrando daquele jeito na sala acabava gerando somente mais mal-entendidos.
O que pede a atenção, é o que a Kirisu fala sobre as pessoas serem infelizes por fazerem escolhas erradas (guardem isso bem), pois a história da sensei é interessante. A preparação para os eventos futuros com ela foi feita de uma maneira leve e boa.
Subsequentemente, o foco foi no rumor gerado pelo beijo de Yuiga e Ogata e é uma loucura ver o quanto as coisas são distorcidas e o quanto elas influenciam no restante do elenco. O beijo acidental acabou sendo o epicentro, mesmo que indiretamente, para todos os eventos desse episódio.
Devido a isso, por exemplo, Uruka tem um declínio em seu desenvolvimento escolar (ao lado da Rizurin), e o interessante é que as coisas não acontecem de uma forma surreal nessa sequência, afinal, o que as duas tiveram foi um desequilíbrio emocional, que qualquer ser humano pode ter afetando seu rendimento; essa “humanização” cria uma boa aproximação com as situações reais do cotidiano.
Ao passo que essas duas mostram uma fraqueza emocional muito grande, a Fumino se elenca como alguém “superior” nesse quesito (pelo menos por hora), ela como uma conselheira amorosa gerou diversas situações engraçadas, e foi um dos grandes alicerces para o último ato do episódio. Essa interação das meninas é algo muito divertido, eu diria, uma vez que, é complicado achar um elenco de personagens com uma sinergia tão boa (normalmente tem um mais engraçado e só).
Particularmente falando, eu vejo o Nariyuki dispondo de uma relação muito especial e individual com cada uma das heroínas, o que me deixa sempre em cima do muro no quesito torcida. A prova maior disso foi o hint que ele teve com a Uruka no santuário, mostrando que esses dois “idiotas”, carinhosamente falando, dariam um belo casal. Todas as garotas (e eu incluo a sensei nisso) têm um potencial enorme, além de uma energia única, o que deixa a experiência para o público cada vez mais divertida.
Muita comédia, boa produção visual e um enredo com heroínas promissoras, basicamente, isso resume a primeira metade do anime, que, na minha concepção, entreteve bem e preparou um ótimo campo de atuação para o restante da obra.
Nota do Redator para o episódio: 4.6/5
Extras: