Honzuki no Gekokujou – O isekai para te tirar da mesmice! | Impressões Finais
Sem hate ou críticas pesadas ao gênero, mas, convenhamos, isekai já se tornam maçantes e enjoativos pelas constantes repetições.
Vez ou outra até surgem algumas proposta bacanas, como Shincho Yuusha e Kemono Michi, que consegue dar uma levantada no gênero, mas, ainda assim, a maioria caí dentro do mesmo roteiro de aventura e fantasia.
No entanto, Honzuki no Gekokujou vem como uma luz no fim do túnel para quem estava procurando novidades, trazendo, não só uma proposta diferente, como uma boa execução dela.
Para quem não tinha ouvido falar nada do anime até aqui, a história acompanha uma mulher que morreu e foi reencarnada no corpo de uma garotinha que vive doente. Ela fica assustada por estar passando por esse tipo de situação, mas, por ser uma fanática por livros, decide que, desde que possa ler, tudo vai ficar bem.
O problema, no entanto, é que os livros são algo exclusivos dos nobres e ricos, e ela, como uma garota pobre, não pode nem mesmo chegar perto de um.
Em cima dessa premissa criativa, o anime começa a desenvolver a história de Mine, e sua busca por encontrar uma forma de ler os livros, já que ela é cabeça dura demais para simplesmente desistir.
O anime não tem nenhuma luta, ou cenas de ação (só lá no final), e os métodos para se criar um livro são todos baseados na realidade, sem qualquer uso de magia e coisas do tipo, ou seja, tem aquele lado didático interessante para quem se perguntava como as pessoas escreviam antes do papel.
Pode parecer meio tedioso ver a garota fazendo apenas isso, mas a obra consegue valer muito bem esses processos que a Mine passa para criar seus livros.
Ela tenta escrever em argila, madeira, pele de animais, e tudo mais o que possa se imaginar e, diferente do que se espera, muitas poucas coisas funcionam, o que acaba deixando a história com um certo ar de imprevisibilidade interessante, já que você nunca sabe o que vai funcionar, ou que tipo de desgraçava vai surgir para atrapalhar a protagonista.
Naturalmente, por mais que bem feito, apenas esses métodos de criação não seria o bastante para manter a história, e é aí que entra algo muito bacana na obra.
A construção de mundo do anime é muito bem feita e interessante. São regras, culturas, e hierarquias sociais que lembram um pouco o período medieval, mas que tem uma certa identidade.
Nesse ponto é onde o anime mais lembra um isekai, já que traz todos esses aspectos de fantasia, com até mesmo o uso de magia e itens mágicos, de forma bem descompromissada e organica, o que torna tudo bem gosto de acompanhar.
Arrisco até a dizer que Honzuki deveria ser usado como exemplo para outros isekais, porque a constante apresentação do mundo da obra realmente te coloca em “outro mundo”, e te da uma imersão legal sobre o lugar onde a protagonista está vivendo.
Junto disso, também tem outra coisa que achei bem interessante, que foi a relação da reencarnação da protagonista, e como as pessoas, e ela mesma, se enxergam.
De certa forma, a Mine é overpower. Não no sentido literal da palavra, mas ela, de fato, consegue fazer muitas coisas que chamam atenção e a destacam em meio a uma sociedade mais arcaica.
Aqui eu fico meio dividido, porque… Por mais que não tenha tido nada absurdo demais, algumas coisas também não são tão simples, como por exemplo, a garota saber matemática avançada e o máximo de reação ser um “Hum, você é incrível por saber isso”.
Ela tem diversas ideias, que na maioria são conhecimentos comuns para gente, mas que na sociedade lá são algo incrível e inesperado, o que acaba te deixam um pouco naquela de: “ninguém vai mandar exorcizar essa menina?”.
O único motivo de isso não me incomodar muito, é porque existe o Luts.
Por mais que a família da Mine não pensem muito sobre o que ela faz, o melhor amigo da garota original começa a questionar as mudanças que a menina passou, exatamente como se espera que deveria acontecer.
Isso adiciona um drama bem interessante no anime, porque fica um clima de tensão sobre o que vai acontecer quando o garoto descobrir que existe uma outra pessoa dentro do corpo da sua amiga.
Na mesma linha, a Mine começa a se questionar sobre como as pessoas reagiriam se descobrisse que ela não é a garota que conheciam, em especial, a sua nova família, porque, querendo ou não, ela acaba se apegando a sua nova mãe, pai e irmã.
Existem outros aspecto dentro dessa relação de reencarnação, corpo original, e a garota doente, mas, acho melhor deixar de fora aqui, porque é interessante ir descobrindo os porquês de cada coisa dentro do próprio anime.
Fora esses aspectos, o anime se comporta bem com um slice of life, mantendo um clima agradável durante os episódios, e apresentando personagens divertidos e carismáticos.
Para quem gosta desse tipo de coisa, certamente vale a pena dar uma olhada no anime, e para quem não é lá muito fã, a obra tem outros pontos que podem agradar.
Assim como a sua proposta, Honzuki no Gekokujou é um anime que funciona melhor na prática, então ir para os episódios é a melhor forma chegar a uma conclusão se vale ou não a pena assistir.
Coletânea de imagens do anime